“DON
OSCAR” (“LAVAPERROS”), 2020, Colômbia, 1h47m, produção original Netflix, direção
de Carlos Moreno, seguindo roteiro de Pilar Quintana e Antonio García Angel. Na
base na sátira, com pitadas de humor, “Don Oscar” conta a história de um traficante
que já foi poderoso e que agora está em decadência. Para piorar, ele deve muito
dinheiro a um traficante iniciante, que ameaçou matá-lo caso não honre a
dívida. Além disso, a casa do ex-poderoso traficante está sendo vigiada pela
polícia antidrogas. Nesse ponto, merece destaque a dupla de policiais
encarregados dessa vigilância, responsáveis pelos momentos de maior humor. Pressionado
por essa pressão policial e pela ameaças do outro traficante, Don Oscar (Christian
Tappan, ótimo) resolve se esconder num sítio isolado na zona rural juntamente
com um capanga. Enquanto isso, o jardineiro da casa do traficante descobre,
escondida na base de uma estátua de santa, uma grande quantidade de dinheiro
fruto do tráfico e com o qual Don Oscar pretendia saldar sua dívida com o outro
bandido. Imagine a confusão. Aí entra em cena a figura de Bobolitro (Ulises
Gonzalez), zelador da casa de Don Oscar e responsável pelo cuidado com os
cachorros – por isso, o título “Lavaperros”. Fanático religioso, casado com uma
prostituta, Bobolitro é um sujeito aparentemente bonachão, enorme de gordo, mas
aos poucos revela-se um assassino impiedoso. Inúmeras outras situações fazem parte do roteiro, como o caso amoroso de Claudia (Isabella Licht), esposa de
Don Oscar, com um de seus capangas. O filme é todo recheado de situações
inusitadas e engraçadas, como a sequência – talvez a melhor do filme - de um
culto em uma igreja evangélica, onde o pastor, totalmente possesso, dá um
hilariante show cantando um “heavy metal gospel” com uma banda de mulheres. O filme colombiano me
surpreendeu pela sátira criativa e, ao mesmo tempo, grotesca do mundo obscuro
das drogas. Enfim, o filme é ótimo.
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