“BELOS SONHOS” (“FAI BEI SOGNI”), 2016,
Itália, 2h14m, direção de Marco Bellocchio, que também assina o roteiro com a
colaboração de Valia Santella e Edoardo Albinati. A história foi adaptada do
livro de memórias de Massimo Gramellini, jornalista italiano de grande destaque
como profissional do Jornal La Stampa e, atualmente, do Corriere Della Sera. Final
dos anos 60. O filme começa mostrando a relação afetuosa entre o menino Massimo
(Dario Dal Pero), de 9 anos, e sua jovem mãe (Barbara Ronchi). São
inseparáveis, vão ao cinema, passeiam juntos, dançam hits do rock da época,
assistem a filmes de terror na TV, enfim, são felizes como toda mãe e filho
deveriam ser. Essa felicidade seria abalada quando ela morre repentinamente. Massimo
não aceita o que aconteceu e a explicação do seu pai (Guido Caprino) é que ela
teve um infarto fulminante. O filme dá um corte abrupto e pula para meados da década
de 90, quando Massimo, adulto e já um consagrado jornalista, ainda carrega as
lembranças da mãe. Quando ele resolve vender a casa onde moravam, acaba
descobrindo, por intermédio de um recorte de jornal, a verdadeira causa da
morte de sua mãe. E entra em parafuso, incluindo ataques de pânico e outros
traumas. É nesse período que conhece Elisa (a atriz argentina Bérénice Bejo, de
“O Artista”), uma médica que o atende num ambulatório de Turim – a cidade onde
toda a história é ambientada. Em “Belos Sonhos”, Bellocchio, continua
explorando os temas Família, Fé e Política, como já havia feito na maioria dos seus
filmes, como “Bom Dia, Noite” e “Vinceri”, só para citar dois. Seu mais recente
trabalho deve chegar logo aos cinemas. Trata-se de “Il Traditore” (“O Traidor”),
sobre o mafioso Tommaso Buscetta. No elenco, com atuação bastante elogiada, a
atriz brasileira Maria Fernanda Cândido. “Belos Sonhos” foi escolhido como
filme de abertura da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, depois de
ser exibido no Festival de Cannes, onde saiu cheio de elogios. Realmente, o
filme é excelente, sensível, comovente e bem-humorado. Imperdível!
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