quarta-feira, 3 de julho de 2019


“BELOS SONHOS” (“FAI BEI SOGNI”), 2016, Itália, 2h14m, direção de Marco Bellocchio, que também assina o roteiro com a colaboração de Valia Santella e Edoardo Albinati. A história foi adaptada do livro de memórias de Massimo Gramellini, jornalista italiano de grande destaque como profissional do Jornal La Stampa e, atualmente, do Corriere Della Sera. Final dos anos 60. O filme começa mostrando a relação afetuosa entre o menino Massimo (Dario Dal Pero), de 9 anos, e sua jovem mãe (Barbara Ronchi). São inseparáveis, vão ao cinema, passeiam juntos, dançam hits do rock da época, assistem a filmes de terror na TV, enfim, são felizes como toda mãe e filho deveriam ser. Essa felicidade seria abalada quando ela morre repentinamente. Massimo não aceita o que aconteceu e a explicação do seu pai (Guido Caprino) é que ela teve um infarto fulminante. O filme dá um corte abrupto e pula para meados da década de 90, quando Massimo, adulto e já um consagrado jornalista, ainda carrega as lembranças da mãe. Quando ele resolve vender a casa onde moravam, acaba descobrindo, por intermédio de um recorte de jornal, a verdadeira causa da morte de sua mãe. E entra em parafuso, incluindo ataques de pânico e outros traumas. É nesse período que conhece Elisa (a atriz argentina Bérénice Bejo, de “O Artista”), uma médica que o atende num ambulatório de Turim – a cidade onde toda a história é ambientada. Em “Belos Sonhos”, Bellocchio, continua explorando os temas Família, Fé e Política, como já havia feito na maioria dos seus filmes, como “Bom Dia, Noite” e “Vinceri”, só para citar dois. Seu mais recente trabalho deve chegar logo aos cinemas. Trata-se de “Il Traditore” (“O Traidor”), sobre o mafioso Tommaso Buscetta. No elenco, com atuação bastante elogiada, a atriz brasileira Maria Fernanda Cândido. “Belos Sonhos” foi escolhido como filme de abertura da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, depois de ser exibido no Festival de Cannes, onde saiu cheio de elogios. Realmente, o filme é excelente, sensível, comovente e bem-humorado. Imperdível!    

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