“UNA”, 2016, Inglaterra, 1h34m,
roteiro e direção do australiano Benedict Andrews. Em sua estreia como
roteirista e diretor – é mais conhecido como diretor de teatro -, Andrews conseguiu
fazer um filme romanceado, embora o pano de fundo da história seja a pedofilia,
abuso sexual e estupro. Na verdade, o filme é baseado na peça de teatro “Blackbird”,
escrita pelo dramaturgo escocês David Harrower, que se inspirou num caso de um estupro
cometido em 2003 pelo ex-fuzileiro norte-americano Toby Studebaker, que sequestrou
e abusou de uma menina de 12 anos, acabando na prisão por quatro anos. No
filme, a adaptação da peça teatral ganhou uma nova abordagem, aliviando um
pouco a conotação de crime sexual. A adolescente Una (Ruby Stokes), de 13 anos,
é abusada sexualmente por um homem bem mais velho, Ray (o ator australiano Ben Mendelsohn),
seu vizinho e, pior, amigo de seu pai. O caso vai parar na polícia, e Ray vai
para a cadeia por quatro anos. Quando sai da prisão, resolve mudar o nome para
Peter. Quinze anos depois, Una (agora interpretada por Rooney Mara) reencontra
Ray/Peter, que está casado e tem uma filha. Ela quer discutir a antiga relação,
talvez se vingar, num acerto de contas? Nessa parte, o diretor Andrews carrega
no suspense. Una vai até a fábrica onde Ray/Peter trabalha, tumultua o ambiente
e o deixa na maior “saia justa” perante os seus colegas de trabalho. Como
terminará a história? Haverá algum corpo estendido no chão? Não vou dar a
resposta, que você só terá assistindo. Devo recomendar? Dúvida cruel...
Nenhum comentário:
Postar um comentário