“O MISTÉRIO DE HENRI PICK” (“LE
MISTÈRE HENRI PICK”), 2018, França, 1h40m, roteiro e direção de Rémi Bezançon, com a colaboração de Vanessa Portal. O filme foi uma das atrações da programação oficial do Festival Varilux de Cinema Francês realizado aqui no Brasil em junho de 2019. Daphne
Despero (Alice Izaaz), jovem funcionária de uma famosa editora de Paris,
tira uns dias de férias para visitar seu pai em Crozon, um pequeno vilarejo na
Bretanha. Numa visita a uma livraria do lugar, ela acaba conhecendo uma seção inusitada,
dedicada a manuscritos rejeitados, ou seja, que não foram aceitos pelas
editoras e, portanto, jamais publicados. Ao verificar alguns exemplares, Daphne encontra um com o título que
chamou sua atenção: “As Últimas Horas de uma História de Amor”, escrito por um
tal de Henri Pick. Pesquisando quem seria o desconhecido escritor, ela descobre
que era um antigo pizzaiolo de um restaurante local, falecido há dois anos. Ela
encontra a viúva de Pick, Madeleine (Josiane Stoléru), e sua filha, Joséphine
(Camille Cottin), que desconheciam a existência do tal manuscrito e muito menos
que Pick tinha como hobby a escrita. Com a autorização de Madeleine e de Joséphine, o livro é
publicado pela editora de Daphne e vira um best-seller imediato em toda a França.
A história de como o livro foi descoberto vira um fenômeno de mídia e Daphne, Madeleine e Joséphine
são convidadas para participar do programa televisivo de grande audiência
comandado por um renomado crítico literário, Jean-Michel Rouche (Fabrice
Luchini). Durante a entrevista, ao vivo, Rouche afirma que o livro é uma
fraude, que um simples pizzaiolo jamais escreveria um romance tão bom. A
atitude de Rouche acaba tumultuando o ambiente, e suas convidadas, sentindo-se
caluniadas, saem furiosas do programa. Resultado: Rouche perde o emprego e, pior,
acaba abandonado pela esposa, que adorou o livro. A partir daí, o caso vira
ponto de honra para Rouche. Ele vai tentar provar de qualquer jeito que Henri
Pick jamais escreveu o livro. O filme é muito simpático e divertido,
principalmente depois que Rouche inicia sua investigação. Destaque para a participação especial da atriz alemã Hanna Schygulla, que um dia foi minha musa mas que agora, aos 75 anos, está irreconhecível. Fabrice Luchini é um
dos mais competentes atores franceses e sua atuação valoriza ainda mais essa
deliciosa produção que tem como pano de fundo a Literatura e o trabalho das editoras.
Imperdível!
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