“O IDEALISTA” (“IDEALISTEN”), 2015, Dinamarca, roteiro e direção de Christina
Rosendahl. O filme resgata um fato não muito divulgado por aqui – não me lembro
de ter lido ou ouvido falar do assunto. No dia 21 de janeiro de 1968, um
bombardeiro B-52 norte-americano carregando ogivas nucleares caiu e explodiu
próximo à base aérea dos EUA em Thule, na Groenlândia, naquela época um
território da Dinamarca. A declaração oficial das autoridades dava conta de que
realmente havia acontecido um acidente nuclear, mas a situação estava
totalmente sob controle. Vinte anos depois, portanto em 1988, o jornalista dinamarquês
Poul Brick (Peter Plaugborg) resolveu reabrir o caso. Brick vai fundo no
assunto, entrevista os dinamarqueses que trabalhavam na base, muitos deles
afetados por doenças causadas pelo acidente, e as autoridades encarregadas de
investigar as causas da queda do avião e suas consequências. Ao fim de anos de
trabalho, Brick chegará a uma conclusão que desagradará tanto o governo da
Dinamarca quanto o dos EUA. O filme destaca os esforços de Brick para chegar a
uma verdade que ele acreditava estar escondida durante décadas e que precisava
ser revelada. Como se fosse um documentário em sua grande parte, o filme também
reúne inúmeros vídeos, reportagens e entrevistas feitas após o acidente, muitos
dos quais acabaram reforçando a tese abraçada pelo jornalista dinamarquês. O
trabalho de Brick é considerado um dos mais importantes exemplos de jornalismo
investigativo, o que por si só garante um ótimo entretenimento, principalmente
para os estudantes de Comunicação. O filme foi exibido por aqui durante a 40ª
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2016.
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