“A
LIÇÃO DE MOREMI” (“CITATION”), 2020, Nigéria, produção Netflix (disponível na
plataforma desde o dia 6 de novembro de 2020), 2h31m, roteiro de Tunde Babalola e
direção de Kunle Afolayan. Acho que o cinema da Nigéria adora produzir filmes
sobre julgamentos e tribunais. Assim foi nos mais recentes que vi: “A Quarta
República” (2019) e “The Arbitration”. Neste último, aliás, o roteiro é muito
semelhante ao de “A Lição de Moremi”. Enquanto que neste o caso de assédio
sexual envolve um professor e uma de suas alunas, em “The Arbitration” os
personagens são uma funcionária e seu chefe na empresa. A história de “A Lição
de Moremi” é baseada em fatos reais e destaca a relacionamento do professor
Lucien (Jimmy Jean-Louis) e sua melhor aluna no curso de pós-graduação, Moremi
(Temi Otedola). Antes do ano letivo terminar, Moremi denuncia Lucien por assédio sexual e estupro à direção da universidade, que reúne seus conselheiros e professores
para promover um julgamento – independente do resultado, o caso seria encaminhado
para a promotoria de justiça providenciar a abertura de inquérito. Mesmo
assessorada por uma advogada de renome, Moremi encontra dificuldades para
provar o que está dizendo, pois não há testemunhas sobre o supostos assédio e estupro, até
que no final acontece uma surpreendente revelação que ajudará uma das partes. Embora muito longo e
entediante em vários momentos, o filme prende a atenção apenas com relação à
expectativa pelo seu desfecho. No mais, é uma enrolação danada, em tom novelesco, incluindo até
excursões dos alunos até Dakar, capital do Senegal, e Cabo Verde, explorando os principais locais de turismo dos dois países. Além do mais, com exceção
do ator Jimmy Jean-Louis, que faz o papel do professor, o restante do elenco é
muito fraco e o roteiro apresenta vários furos que comprometem o
entendimento de algumas situações. Dos filmes nigerianos que assisti, este é,
sem dúvida, o mais fraco.
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