“BELÉN – UMA HISTÓRIA DE
INJUSTIÇA” (“BELÉN”), 2015, Argentina, 1h40m, em cartaz na Prime
Vídeo, direção de Dolores Fonzi, que também assina o roteiro juntamente com
Laura Paredes e Agustina San Martín. Este é o segundo filme dirigido pela atriz
Dolores Fonzi, muito conhecida por sua
participação em vários filmes argentinos, entre os quais “Blondi”, o qual
dirige e atua, além dos ótimos “Paulina” e “A Cordilheira”. Em “Belén”, cuja
história é baseada em fatos reais ocorridos em 2014 e descritos no livro “Somos
Belén”, da jornalista Ana Correa, Fonzi é a advogada Soledad Deza, que assume a
defesa de Julieta (Camila Plaate), a “Belén” do título, acusada de cometer
infanticídio. Tudo aconteceu num hospital da cidade de Tucumán, norte da
Argentina, região marcada por um forte conservadorismo religioso. Com dores
abdominais, Julieta estava prestes a ser atendida quando pede para ir ao
banheiro. Quando volta, é imediatamente colocada numa maca, mas no meio do
atendimento chega a polícia e a algema, pois denunciaram que havia um feto no
banheiro. Mesmo negando que o feto era dela, Julieta foi presa, julgada e
condenada por infanticídio. A advogada Soledad Deza, que assume a defesa de Julieta depois que a
primeira advogada desiste do caso, entra com recurso e consegue um novo
julgamento, desta vez com um grande apoio popular, porém a libertação de “Belén”
– codinome dado a Julieta visando preservar sua segurança na penitenciária –
aconteceria somente mais tarde. O filme foi selecionado para representar a Argentina na
disputa do “Melhor Filme Estrangeiro” no Oscar 2026, uma verdadeira consagração
para Dolores Fonzi. Realmente, o filme é ótimo.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
“MANGA” (“MANGO”), 2025,
Dinamarca, 1h36m, em cartaz na Netflix, direção do cineasta iraniano Mehdi Avaz
(“Toscana”, “Uma Linda Vida”), seguindo roteiro assinado por Milad Schwartz
Avaz. Com apenas 10 minutos de filme você já sabe o que vai acontecer. Tudo
muito previsível, um clichê da maioria das comédias românticas. A história é
centrada em Laerke (Josephine Park), uma mulher de meia idade que trabalha para
uma grande corretora, papel de Paprika Steen. Laerke fica responsável de viajar
para Málaga, na Espanha, com o objetivo de comprar um terreno para construir um
grande hotel. Só que esse terreno é ocupado por uma grande plantação de mangas,
cujo proprietário é o viúvo Alex (Dar Salim). A negociação deve ser fácil, pois
Alex está afundado em dívidas. Só que ele rejeita todas as ofertas, já que a
plantação preserva a memória de uma tragédia que resultou na morte de sua
esposa. Trocando em miúdos, “Manga” é uma comédia romântica bastante simpática,
tem um bom elenco de atores bem conhecidos do cinema dinamarquês e belos
cenários do campo. Para relaxar numa tarde com pipoca.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
“O NAUFRÁGIO DO HEWELIUSZ” (“HEWELIUSZ”), 2025,
Polônia, minissérie de cinco episódios em cartaz na Netflix, direção de Jan
Holoubek e roteiro assinado por Kasper Bajon, baseado em fatos reais ocorridos
em janeiro de 1993. O cargueiro “MS Jan Heweliusz”, que saiu de Swinoujscie, na
Polônia, para Ystad, na Suécia, naufragou no Mar Báltico, matando 55 dos seus
64 ocupantes, a maioria por hipotermia. Nas investigações sobre as causas do
acidente, chegou-se à conclusão de que os culpados seriam o capitão e sua
tripulação, mesmo que tenha sido registrada uma tempestade violenta com ventos
de 180 km/h, dificultando o controle da embarcação. Os três primeiros capítulos
são dedicados a mostrar os momentos que antecederam o naufrágio, as tentativas
infrutíferas de salvamento e o desespero dos tripulantes na hora fatal. As
cenas são angustiantes e realistas, levando o espectador a sofrer junto com as
pessoas querendo se salvar. Nos dois capítulos finais, a minissérie destaca o
julgamento que determinará quem foram os culpados pela tragédia: a empresa
proprietária do navio, que não realizou a manutenção necessária ou um erro
humano, ou seja, do capitão e da tripulação. Neste último caso, a empresa fica
livre de indenizar as famílias das vítimas. Participam do elenco alguns dos
nomes mais conhecidos do cinema polonês, tais como Magdalena Rózczka, Jacek
Koman, Borys Szyc, Mia Goti (não confundir com a inglesa Mia Goth), Michalina
Labacz, Michal Zurawski e Anna Dereszowska. Aos que costumam enjoar no mar,
aconselho a tomar um Dramin antes de ligar o play. Trocando em miúdos, a minissérie
é ótima.
domingo, 16 de novembro de 2025
“A CAÇA” (“THE HUNTED”), 2024,
em cartaz na Prime Vídeo, 1h35m, coprodução Inglaterra/França/Bélgica, direção
do cineasta francês Louis Lagayette (“The Hole”, “Tigres e Hienas”), que também
assina o roteiro com Jérôme Genevray. Com problemas no motor, um barco lotado
de refugiados do Sudão e outros países da África fica à deriva no Mar Mediterrâneo.
Quando os passageiros estão quase perdendo as esperanças, surge um iate luxuoso
que os resgata, levando-os para uma ilha. Aqui, são acolhidos, tomam banho,
recebem roupas limpas e jantam na companhia da dona da mansão (Marlene
Kaminsky) e outros convidados. Na hora lembrei daquele ditado que diz “Quando a
esmola é grande, até o santo desconfia”. Não deu outra. No dia seguinte, dopados,
os refugiados são avisados que serão caçados e terão 10 minutos para correr e
se esconder pela ilha. Só que os caçadores não contavam que Wael (Lily Banda) é
uma ex-soldado treinada no Sudão, que até o desfecho tentará se manter viva e
ajudar os companheiros caçados. Não há muito mais a comentar. Só lamentar o
decepcionante elenco de ilustres desconhecidos, as cenas de ação mal feitas e
uma história que permanece inexplicável, pois fica devendo a explicação de quem
é quem entre os caçadores e, principalmente, a proprietária da mansão. O
resultado final é decepcionante. Como garantido pela nossa democracia relativa,
fique à vontade para assistir ou não.



