sábado, 10 de agosto de 2024

 

“O SEQUESTRO DO VOO 601” (“SECUESTRO AL VUELO 601”), 2024, Colômbia, minissérie da Netflix em 6 capítulos de 50 minutos cada, roteiro e direção de Camilo Salazar Prince, David Pombo e Pablo González. A história é baseada num fato real de grande repercussão na época, ou seja, o sequestro do voo HK-1274, da SAM Airlines, no dia 30 de maio de 1973. O roteiro foi escrito com base no livro de Massimo Di Ricco. A aeronave, com 84 passageiros e três tripulantes, saiu de Bogotá com destino a Medellín. No meio do caminho, dois sequestradores, apresentando-se como militantes do Exército de Libertação Nacional da Colômbia, assumiram o comando do avião, obrigando o piloto a desviar a aeronave para Aruba, depois Lima, Assunción, Buenos Aires e Guayaquil. Foi considerado o sequestro de avião mais longo já ocorrido na América Latina: durou cerca de 30 horas. Os sequestradores exigiam uma recompensa de 400 mil dólares mais a libertação de 50 presos políticos. Como o governo colombiano tinha como norma não negociar com sequestradores, a negociação ficou a cargo de um diretor da empresa de aviação. Embora o contexto seja dramático, com muito suspense e situações de perigo iminente, o roteiro cria inúmeras cenas recheadas de humor e diálogos bem engraçados, resultando num entretenimento bastante leve e divertido. O elenco é mais um dos trunfos da minissérie. Nos papéis de maior destaque estão Mónica Lopera, Ángela Cano, Christian Tappan, Valentin Villafañe, Alián Devetac, Enrique Carriazo, Marcela Benjumea e Johan Zumaqué. Resumindo, “O Sequestro do Voo 601” é uma ótima minissérie, um gol de placa da Netflix. Imperdível!                      

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

 


“BOB MARLEY: ONE LOVE” ("ONE LOVE"),
2024, Estados Unidos, 1h47m, em cartaz no Prime Vídeo, direção de Reinaldo Marcus Green (King Richard: Criando Campeãs”), que também assina o roteiro com a colaboração de Terence Winter, Frank E. Flowers e Zach Baylin. Na linha das cinebiografias tão em moda no cinema atual, esta é, sem dúvida, uma das melhores (no final deste comentário, recomendo as que eu acho imperdíveis). Bob Marley (1945-1981) foi um cantor e compositor jamaicano de grande sucesso nas décadas de 60 e 70. Foi o maior astro do reggae e ao mesmo tempo um ativista pelos direitos humanos, justiça social, igualdade de raças, amor e fé rastafari, temas que estão em destaque na maioria das suas canções. O filme relembra seu início de carreira, sua ascensão musical, o ativismo político e sua tumultuada vida particular, além de sua adoração por Haile Selassie (1892-1975), ex-imperador da Etiópia. O roteiro de “One Love” é um primor, sem falar no ótimo elenco e na saborosa trilha sonora, recheada de sucessos, entre os quais os meus preferidos: “I Shot The Sheriff” e “No Woman, No Cry”. Estão no elenco Kingsley Ben-Adir (Marley), Lashana Lynch, Michael Gondolfini, James Norton, Cindy Breakspeare, Tosin Cole, Umy Myers, Anthony Welsh e Junior Marvin. Também recomendo as cinebiografias “Ray” (Ray Charles), “I Wanna Dance With Somebody” (Whitney Houston), “Elvis”” (Elvis Presley), “Rocketman” (Elton John) e “Bohemian Rhapsody” (Freddie Mercury), todas comentadas neste blog.                      

terça-feira, 6 de agosto de 2024

 

“EMILY, A CRIMINOSA” (“EMILY, THE CRIMINAL”), 2022, Estados Unidos, 1h34m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de John Patton Ford. Drama policial independente com altas doses de suspense e alguma violência. A história é centrada em Emily (Aubrey Plaza), uma mulher que faz bicos como entregadora de um restaurante. Muito pouco para quem tem problemas financeiros – uma grande dívida estudantil – e não consegue um emprego fixo por causa de um delito que cometeu na juventude e que consta de sua ficha criminal. Através de um colega de trabalho no restaurante, ela conhece Youcef (Theo Rossi), um pilantra que aplica golpes utilizando cartões de crédito clonados. Ele compra mercadorias com os falsos cartões e depois as revende. O trabalho é arriscado, mas Emily topa participar do esquema. A partir do momento em que começa a ganhar dinheiro, Emily ingressa em definitivo no esquema e passa a se arriscar mais. Completam o elenco Gina Gershon, Jonathan Avigdori, Bernardo Badillo, Wesley Han, Megalyn Echikunwoke, Sheila Korsi e Brandon Sklenar. O filme é muito bom, valorizado pela ótima atuação de Aubrey Plaza, uma atriz que tem uma carreira bastante consistente, mas sem maiores oportunidades em papéis de destaque. Alguns de seus filmes mais conhecidos: "Tirando o Atraso", "Sem Segurança Nenhuma", "Ingrid vai para o Oeste" e "Esquema de Risco".                          

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

“A SALA DOS PROFESSORES” (“DAS LEHRERZIMMER”), 2023, Alemanha, 1h38m, em cartaz na MAX, direção de Ilker Çatak, que também assina o roteiro com Johannes Duncker. Drama alemão premiado como o Melhor Filme do Ano pelo Deutscher Filmpreis (Prêmio de Cinema Alemão) e um dos cinco finalistas na categoria Melhor Filme Internacional do Oscar 2024. A história é centrada na jovem professora Carla Nowak (Leonie Benesch), que dá aulas de matemática e educação física para uma classe do Ensino Médio de uma escola pública. Depois que alguns furtos são comunicados à diretoria, os professores resolvem interrogar os alunos, sugerindo que apontem quem está praticando os delitos. Ou seja, pedem para que eles dedurem os colegas, o que revolta Carla. Claro que a desconfiança recai sobre os alunos filhos de imigrantes. Carla resolve investigar por conta própria e deixa o seu laptop com a câmera ligada na sala dos professores. Ao verificar as imagens, ela percebe que alguém mexe na sua bolsa e furta uma determinada quantia. A pessoa só é identificada pela estampa da blusa. Carla vai à diretoria e acusa uma secretária da escola, que, confrontada, alega inocência, mas é afastada. Tem início então um verdadeiro inferno na vida de Carla, que acaba como a vilã da história, acusada por professores e alunos de haver cometido uma grande injustiça. A situação causa um grande estresse para a jovem professora, que até no jornal interno é criticada por sua postura. É dentro desse contexto e num constante suspense que o drama ganha força. A atuação de Carla Nowak, realmente estupenda, lhe valeu o prêmio de Melhor Atriz pelo Deutscher Filmpreis. Trocando em miúdos, “A Sala dos Professores” não é um grande filme, mas poderoso na medida em que explora com maestria a tensão que faz parte do dia a dia de uma instituição de ensino, seja aqui, na Alemanha ou outro qualquer país. Imperdível!                       

domingo, 4 de agosto de 2024

“INGRESSO PARA O PARAÍSO” (“TICKET TO PARADISE”), 2022, Estados Unidos, 1h44m, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta inglês Ol Parker, que também assina o roteiro com a colaboração de Daniel Pipski (Parker é mais conhecido como roteirista, responsável por filmes de grande sucesso como, por exemplo, “Mamma Mia!” e “Exótico Hotel Marigold”). O grande trunfo dessa comédia romântica é a presença de dois grandes astros de Hollywood: Julia Roberts e George Clooney, contracenando juntos pela quinta vez. Vamos à história: Lily Cotton (Kaitlyn Dever), acaba de se formar em Direito pela Universidade de Chicago e, para comemorar, viaja com sua melhor amiga Wren Butler (Billie Lourd, filha de Carrie Fisher e neta de Debbie Reynolds) para a paradisíaca ilha de Bali, na Indonésia. Ela, porém, resolve não voltar, pois se apaixonou por Gede (Maxime Bouttier), um jovem nativo da ilha, e com o qual decide se casar. A notícia cai com uma bomba para seus pais, David Cotton (Clooney) e Georgia (Julia Roberts), que não são mais casados há mais de cinco anos e mal se falam. Mesmo assim, eles viajam às pressas juntos para Bali com o objetivo de acabar com o casamento e convencer a filha a voltar para Chicago e iniciar sua carreira de advogada. David e Georgia colocam em prática algumas maldades para separar o jovem casal e, a partir daí, muita confusão vai agitar a ilha. Como se não bastasse, chega em Bali, de surpresa, o atual namorado de Georgia, um atrapalhado piloto de avião. As situações são bem conduzidas, embora o humor seja fraco, tanto no que se refere aos diálogos como em algumas cenas que se propõem hilárias. Na verdade, além de Julia Roberts e George Clooney, o que mais se destaca é o cenário paradisíaco de Bali, que na verdade é pura ilusão de ótica, pois “Ingresso para o Paraíso” foi todo filmado em Queensland, na Austrália. Somando os prós e os contras, o resultado é decepcionante.