quarta-feira, 3 de julho de 2024

 

“UMA VIDA: A HISTÓRIA DE NICHOLAS WINTON” (“ONE LIFE”), 2023, Estados Unidos, 1h50m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de James Hawes (“Slow Horses”, “Black Mirror”), seguindo roteiro assinado por Lucinda Coxon e Nike Drake. Belíssimo e sensível, este drama histórico e biográfico foi injustamente esnobado pelo Oscar 2024. Conta a incrível história de coragem e altruísmo do inglês Nicholas Winton (1909-2015), um corretor da bolsa de valores de Londres que se dedicou a vida inteira às causas humanitárias. Sua maior conquista, pela qual ficaria mundialmente famoso, ocorreu antes e no início da Segunda Guerra Mundial, quando conseguiu resgatar da Tchecoslováquia cerca de 700 crianças judias e levá-las para adoção na Inglaterra. O filme conta a história de Winton desde o início dessa sua missão, em 1938, quando viajou para aquele país para se juntar ao Comitê Britânico para Refugiados da Tchecoslováquia, cuja principal objetivo era salvar judeus da iminente invasão dos nazistas. Com a ajuda da sua mãe, em Londres, ele conseguiu a incrível façanha de mobilizar famílias que se dispunham a adotar as crianças refugiadas. Por incrível que possa parecer, todo esse trabalho ficou anônimo até 1988, quando a produção do programa “That’s Life”, da BBC, conseguiu um álbum de recortes confeccionado por Winton com as fotografias e nomes das crianças e a indicação das famílias que as adotaram. O desfecho é emocionante, de arrepiar. O elenco é de primeira: Johnny Flynn (Nicholas jovem), Anthony Hopkins (Nicholas velho), Helena Bonham Carter, Lena Olin, Romola Garai, Jonathan Pryce, Marthe Keller, Alex Sharp, Samantha Spiro e Juliana Moska. O roteiro foi adaptado do livro “One Life”, escrito por Barbara Winton, filha de Nicholas. Um filme sensacional, uma história que merece ser conhecida. Imperdível!                           

segunda-feira, 1 de julho de 2024

 

“A SOMBRA DO MAL” (“THE NIGHTMAN”), 2024, Bélgica, 1h41m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Mélanie Dalloye-Betancourt, seguindo roteiro assinado por Elsa Marpeau. Trata-se de um suspense bastante tenebroso, beirando o terror. A história começa quando o casal Alex (Zara Devlin) e Damian Miller (Mark Huberman) chega à nova casa em que decidem morar, num lugar bem afastado em meio à uma floresta e perto de um castelo em ruínas. Um cenário bem peculiar de um filme de terror. A casa pertence à mãe de Damian, que está internada em um hospital psiquiátrico. A coisa começa a se complicar quando Damian e Alex ouvem tiros e vão ver o que está acontecendo, quando dão de cara com três sujeitos mal-encarados que ameaçam o casal. Nesse meio tempo, Alex visita um internato onde Damian teria estudado na infância. Chegando lá, descobre uma idosa morta. Quando a polícia chega, Alex fica sabendo que, na verdade, aquele prédio não era um colégio, e sim um reformatório para jovens delinquentes. Por que motivo Damian foi internado no reformatório? Será que tem alguma ligação ao fato de que Damian é sonâmbulo e toda noite caminha sem rumo pela floresta? Todo esse contexto naturalmente antecipa alguma tragédia, o que de fato acaba acontecendo. Embora levado num ritmo bastante lento, o filme prende a atenção do começo ao fim, garantindo um bom suspense. Várias curiosidades envolvem “A Sombra do Mal”. O filme é belga, falado em inglês e com um elenco formado em sua maioria por atores irlandeses, além da roteirista ser francesa. Mas a grande novidade é a diretora Mélanie Delloye-Betancourt, nascida na Colômbia e filha da política Íngrid Betancourt, famosa por ter sido candidata à presidência da Colômbia e em seguida sequestrada pelas Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).                               

 

domingo, 30 de junho de 2024

 

“MISSÃO CONDOR” (“CONDOR’S NEST”), 2023, Estados Unidos, 1h42m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Phil Blattenberger. Não confundir com a Operação Condor, implementada em países da América do Sul em 1975 para eliminar inimigos das ditaturas em vigência. “Missão Condor” é outra história, fictícia. Em 1944, perto do final da Segunda Guerra Mundial, um avião B-17 dos EUA é abatido na França. Os membros de sua tripulação foram presos pelos alemães e assassinados a sangue-frio pelo Coronel SS Martin Bach (Arnold Vosloo, de “A Múmia”). Will Spalding (Jacob Keochane), o único sobrevivente da tripulação, assistiu toda a matança e jurou vingança. A história dá um salto de dez anos e lá está Spalding na América do Sul seguindo a pista do oficial alemão, que estaria escondido na Argentina, no Paraguai, no Brasil ou na Bolívia, juntamente com outros milhares de nazistas, entre os quais o temido Heinrich Himmler (James Urbaniak), braço direito e esquerdo de Hitler, e também responsável pelo planejamento e criação do holocausto judeu. Spalding viaja para esses países sul-americanos interrogando e matando qualquer alemão suspeito de ser um nazista. Com a ajuda de Leyna Rahen (Corinne Britti), uma agente do Mossad (serviço secreto de Israel), Spalding descobre um tal de Ninho da Águia, na Bolívia, onde estariam escondidos Himmler e outros importantes oficiais nazistas. Tudo isso que escrevi parece ter resultado em um filme sério. Mas, do jeito que foi filmado, ficou parecendo mais uma sátira grotesca, com situações completamente sem nexo e com personagens que descambam para um humor negro que passa longe do risível e muito perto do ridículo. Juntando tudo, medíocre é pouco para definir o resultado final. É ver para crer!