“QUO VADIS, AIDA?”, 2020,
Bósnia e Herzegovina, 1h44m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de
Jasmila Zbanic (“Sarajevo, Meu Amor”). Não sei como deixei de assistir a esta pequena
obra-prima na época em que foi lançada e que concorreu ao Oscar 2021 na
categoria de Melhor Filme Estrangeiro, além de receber inúmeras premiações em
festivais pelo mundo afora, além de conseguir incríveis 100% de aprovação no
rigoroso site Rotten Tomatoes. Também foi eleito o Filme do Ano pela European
Film Awards (EFA). Sua primeira
exibição aconteceu durante o 77º Festival Internacional de Cinema de Veneza,
causando um grande impacto junto à crítica especializada e ao público.
Realmente, trata-se de um filme bastante impactante. A história é baseada em
fatos reais ocorridos em 1995 quase no final da guerra civil que atingiu os
territórios da antiga Iugoslávia desde 1992. O pano de fundo é o genocídio de 8
mil bósnios muçulmanos assassinados pelas tropas sérvias na cidade de Srebrenica
(Leste da Bósnia), episódio que ficou conhecido como o “Massacre de Srebrenica”.
Dentro desse cenário trágico, o filme destaca o sofrimento de uma mãe de
família contratada como intérprete pelas forças de paz da ONU. Ela é
interpretada pela atriz sérvia Jasna Duricic, cujo desempenho é magistral, de
aplaudir de pé. Sem dúvida, ela é a alma do filme, sendo premiada como Melhor
Atriz também pela Academia Europeia de Cinema. “Quo Vadis, Aida?” revela, de
forma realista, um retrato doloroso e impactante daquele episódio do conflito, a ponto
de merecer o seguinte comentário de um crítico profissional: “Não é um filme
fácil de assistir. É desesperador e devastador, que deixa o espectador
completamente esgotado, exausto e horrorizado”. Foi justamente o que senti ao
assistir a esta verdadeira pérola do cinema. Não deixe de ver.
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
“O PROTETOR: CAPÍTULO FINAL” (“THE
EQUALIZER 3”), 2023, Estados Unidos, 1h50m, em cartaz na
Prime Vídeo, direção de Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento, “Sete Homens e um
Destino” e a trilogia “O Protetor”), seguindo roteiro assinado por Richard
Wenk. Como garante o título, este é o último filme da trilogia “The Equalizer”,
iniciada em 2014, sempre com o ator Denzel Washington como o ex-agente da CIA
Robert McCall, que na verdade sempre agiu como assassino profissional e, ao
mesmo tempo, defensor dos fracos e oprimidos. É o que também acontece neste
terceiro filme. Sua última missão aconteceu no sul da Itália, que terminou com
o assassinato de toda uma quadrilha de mafiosos. Só que McCall saiu ferido e
acabou desacordado dentro de um carro, sendo socorrido por um médico que o
levou para sua casa na pequena cidade de Altamonte, região da Calábria, sul da
Itália. Restabelecido do ferimento, ele costuma caminhar pela cidade, fazendo
amizades com os moradores. Quando está prestes a voltar para os Estados Unidos
para curtir sua aposentadoria, ele testemunha a ação violenta de mafiosos da temida
Camorra contra comerciantes locais. Robert não se conforma com a situação e
resolve enfrentar, sozinho, os mafiosos. O filme não economiza na violência e
dá gosto, e até prazer, ver o ex-agente tratar os mafiosos com requintes de crueldade.
Aí que entra a já conhecida competência do ator Denzel Washington, cuja
presença é o maior trunfo desse ótimo filme de ação. Pena que é o último da franquia. Completam o elenco Dakota Fanning,
Sonia Ben Ammar, Gaia Scodellaro, David Denman, Andrea Dodero, Andrea
Scarduzio, Eugenio Mastrandea e Melissa Leo. Filmaço!
“GUERRA AO CARTEL” (“SHRAPNEL”), 2023, Estados Unidos, 1h29m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de William Kaufman (“The Channel”, “Santos e Pecadores”), seguindo roteiro assinado por Johnny Martin Walters e Chad Law. Traduzido, o título original é “Estilhaços”, o que traduz melhor o que acontece na tela. Não deu para contar, mas não lembro de assistir a um filme com tantos tiros. Acho que a munição gasta no filme daria para municiar um exército durante uma guerra. Quem gosta de tiros e pancadaria vai gostar de “Guerra ao Cartel”. Vamos à história. O ex-fuzileiro naval Sean Beckwith (Jason Patric) agora é um pacato fazendeiro no Texas, onde mora com a esposa e duas filhas adolescentes. Quando uma delas atravessa a fronteira com o México e desaparece misteriosamente em Ciudad Juarez, Sean convoca um ex-companheiro de farda para a missão de resgatar a moça, provavelmente sequestrada por uma quadrilha de traficantes. Completam o elenco Cam Gigandet, Kesia Elwin, Emily Perry, Mauricio Mendoza, Guilhermo Iván e Megan Elizabeth Kelly. É um bom filme de ação, com ritmo frenético que prende a atenção até o desfecho. O que destoa no quadro geral é o ator Jason Patric, que não muda de expressão o filme inteiro, nem nos momentos de maior tensão. Aliás, descobri sem querer que Patric é filho de Jason Miller, aquele ótimo ator que fez o papel do padre Damien Carras no clássico de terror “O Exorcista” (1973). Ou seja, nem sempre “tal pai, tal filho”. Ah, recomendo que você vista um colete à prova de balas se for assistir.
domingo, 22 de setembro de 2024
“IMACULADA” (“IMMACULATE”), 2024,
Estados Unidos/Itália, 1h29m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Michael
Mohan (“Observadores”), seguindo roteiro assinado por Andrew Lobel. Nunca fui muito
fã do gênero terror, embora tenha assistido a excelentes filmes, como “O
Abominável Dr. Phibes” (1971), com Vincent Price, aqueles filmes de Drácula com
Christopher Lee, e os clássicos “Bebê de Rosemary (1968), de Roman Polanski, “O
Iluminado (1980), de Stanley Kubrick, e “O Exorcista” (1973), de William
Friedkin, só para citar alguns. “Imaculada” chega para dar alguns bons sustos e
confirmar a excelente fase da atriz Sydney Sweeney, mas a história e o modo como
foi levado às telas deixaram muito a desejar. Depois de um acidente na infância
que quase a matou, a jovem norte-americana Cecilia resolve dedicar-se a servir
a Deus como agradecimento por ter escapado da morte. Dessa forma, ela ingressa
em um convento na Itália como noviça. Pouco tempo depois, sem nenhuma
explicação, ela acorda grávida. Um verdadeiro milagre para o pessoal do
convento. Ou seja, ela deve ser a mãe de Jesus. Aos poucos, porém, Cecilia
descobre segredos aterradores e se convence de que está sendo vítima de uma
farsa. Haja sustos, sangue jorrando e violência. Completam o elenco Álvaro
Morte, Benedetta Porcaroli, Giulia Heathfield Di Renzi, Simona Tabasco, Dora
Romano e Giorgio Colangeli. Trocando em miúdos, trata-se apenas de mais um
filme de terror, sem grandes novidades, muito longe daqueles filmes que citei
no começo do comentário. Assista se quiser.