sexta-feira, 27 de setembro de 2024

“QUO VADIS, AIDA?”, 2020, Bósnia e Herzegovina, 1h44m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Jasmila Zbanic (“Sarajevo, Meu Amor”). Não sei como deixei de assistir a esta pequena obra-prima na época em que foi lançada e que concorreu ao Oscar 2021 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, além de receber inúmeras premiações em festivais pelo mundo afora, além de conseguir incríveis 100% de aprovação no rigoroso site Rotten Tomatoes. Também foi eleito o Filme do Ano pela European Film Awards (EFA). Sua primeira exibição aconteceu durante o 77º Festival Internacional de Cinema de Veneza, causando um grande impacto junto à crítica especializada e ao público. Realmente, trata-se de um filme bastante impactante. A história é baseada em fatos reais ocorridos em 1995 quase no final da guerra civil que atingiu os territórios da antiga Iugoslávia desde 1992. O pano de fundo é o genocídio de 8 mil bósnios muçulmanos assassinados pelas tropas sérvias na cidade de Srebrenica (Leste da Bósnia), episódio que ficou conhecido como o “Massacre de Srebrenica”. Dentro desse cenário trágico, o filme destaca o sofrimento de uma mãe de família contratada como intérprete pelas forças de paz da ONU. Ela é interpretada pela atriz sérvia Jasna Duricic, cujo desempenho é magistral, de aplaudir de pé. Sem dúvida, ela é a alma do filme, sendo premiada como Melhor Atriz também pela Academia Europeia de Cinema. “Quo Vadis, Aida?” revela, de forma realista, um retrato doloroso e impactante daquele episódio do conflito, a ponto de merecer o seguinte comentário de um crítico profissional: “Não é um filme fácil de assistir. É desesperador e devastador, que deixa o espectador completamente esgotado, exausto e horrorizado”. Foi justamente o que senti ao assistir a esta verdadeira pérola do cinema. Não deixe de ver.                     

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

“O PROTETOR: CAPÍTULO FINAL” (“THE EQUALIZER 3”), 2023, Estados Unidos, 1h50m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento, “Sete Homens e um Destino” e a trilogia “O Protetor”), seguindo roteiro assinado por Richard Wenk. Como garante o título, este é o último filme da trilogia “The Equalizer”, iniciada em 2014, sempre com o ator Denzel Washington como o ex-agente da CIA Robert McCall, que na verdade sempre agiu como assassino profissional e, ao mesmo tempo, defensor dos fracos e oprimidos. É o que também acontece neste terceiro filme. Sua última missão aconteceu no sul da Itália, que terminou com o assassinato de toda uma quadrilha de mafiosos. Só que McCall saiu ferido e acabou desacordado dentro de um carro, sendo socorrido por um médico que o levou para sua casa na pequena cidade de Altamonte, região da Calábria, sul da Itália. Restabelecido do ferimento, ele costuma caminhar pela cidade, fazendo amizades com os moradores. Quando está prestes a voltar para os Estados Unidos para curtir sua aposentadoria, ele testemunha a ação violenta de mafiosos da temida Camorra contra comerciantes locais. Robert não se conforma com a situação e resolve enfrentar, sozinho, os mafiosos. O filme não economiza na violência e dá gosto, e até prazer, ver o ex-agente tratar os mafiosos com requintes de crueldade. Aí que entra a já conhecida competência do ator Denzel Washington, cuja presença é o maior trunfo desse ótimo filme de ação. Pena que é o último da franquia. Completam o elenco Dakota Fanning, Sonia Ben Ammar, Gaia Scodellaro, David Denman, Andrea Dodero, Andrea Scarduzio, Eugenio Mastrandea e Melissa Leo. Filmaço!                      

                     

“GUERRA AO CARTEL” (“SHRAPNEL”), 2023, Estados Unidos, 1h29m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de William Kaufman (“The Channel”, “Santos e Pecadores”), seguindo roteiro assinado por Johnny Martin Walters e Chad Law. Traduzido, o título original é “Estilhaços”, o que traduz melhor o que acontece na tela. Não deu para contar, mas não lembro de assistir a um filme com tantos tiros. Acho que a munição gasta no filme daria para municiar um exército durante uma guerra. Quem gosta de tiros e pancadaria vai gostar de “Guerra ao Cartel”. Vamos à história. O ex-fuzileiro naval Sean Beckwith (Jason Patric) agora é um pacato fazendeiro no Texas, onde mora com a esposa e duas filhas adolescentes. Quando uma delas atravessa a fronteira com o México e desaparece misteriosamente em Ciudad Juarez, Sean convoca um ex-companheiro de farda para a missão de resgatar a moça, provavelmente sequestrada por uma quadrilha de traficantes. Completam o elenco Cam Gigandet, Kesia Elwin, Emily Perry, Mauricio Mendoza, Guilhermo Iván e Megan Elizabeth Kelly. É um bom filme de ação, com ritmo frenético que prende a atenção até o desfecho. O que destoa no quadro geral é o ator Jason Patric, que não muda de expressão o filme inteiro, nem nos momentos de maior tensão. Aliás, descobri sem querer que Patric é filho de Jason Miller, aquele ótimo ator que fez o papel do padre Damien Carras no clássico de terror “O Exorcista” (1973). Ou seja, nem sempre “tal pai, tal filho”. Ah, recomendo que você vista um colete à prova de balas se for assistir.                       

                     

domingo, 22 de setembro de 2024

“IMACULADA” (“IMMACULATE”), 2024, Estados Unidos/Itália, 1h29m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Michael Mohan (“Observadores”), seguindo roteiro assinado por Andrew Lobel. Nunca fui muito fã do gênero terror, embora tenha assistido a excelentes filmes, como “O Abominável Dr. Phibes” (1971), com Vincent Price, aqueles filmes de Drácula com Christopher Lee, e os clássicos “Bebê de Rosemary (1968), de Roman Polanski, “O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick, e “O Exorcista” (1973), de William Friedkin, só para citar alguns. “Imaculada” chega para dar alguns bons sustos e confirmar a excelente fase da atriz Sydney Sweeney, mas a história e o modo como foi levado às telas deixaram muito a desejar. Depois de um acidente na infância que quase a matou, a jovem norte-americana Cecilia resolve dedicar-se a servir a Deus como agradecimento por ter escapado da morte. Dessa forma, ela ingressa em um convento na Itália como noviça. Pouco tempo depois, sem nenhuma explicação, ela acorda grávida. Um verdadeiro milagre para o pessoal do convento. Ou seja, ela deve ser a mãe de Jesus. Aos poucos, porém, Cecilia descobre segredos aterradores e se convence de que está sendo vítima de uma farsa. Haja sustos, sangue jorrando e violência. Completam o elenco Álvaro Morte, Benedetta Porcaroli, Giulia Heathfield Di Renzi, Simona Tabasco, Dora Romano e Giorgio Colangeli. Trocando em miúdos, trata-se apenas de mais um filme de terror, sem grandes novidades, muito longe daqueles filmes que citei no começo do comentário. Assista se quiser.