sábado, 14 de setembro de 2024

“O CASAL PERFEITO” (“THE PERFECT COUPLE”), 2024, Estados Unidos, minissérie da Netflix em 6 episódios, roteiro e direção da experiente cineasta dinamarquesa Susanne Bier (“Em Um Mundo Melhor”, “Birdbox”). A minissérie é baseada no livro homônimo escrito em 2018 pela romancista Elin Helderbrand. A família Winbury, dona de uma imensa propriedade à beira-mar na paradisíaca Ilha de Nantucket (Massachussetts), cuida dos últimos preparativos para o casamento de Benji Winbury (Billy Howle) com Amelia Sacks (Eve Hewson, atriz irlandesa filha do cantor Bono, da banda U2). Os pais do noivo são a escritora Greer Garrison (Nicole Kidman), autora de inúmeros best-sellers, e Tag Winbury (Liev Schreiber), este último um aproveitador assumido da fortuna da esposa e um maconheiro crônico. Poucos dias antes do casamento, porém, um dos convidados é achado morto na praia, aparentemente vítima de suicídio, já que deixou uma carta escrita de próprio punho. Amelia, a melhor amiga da vítima, não acredita nessa versão e instiga a polícia a investigar o caso com rigor. Os detetives Nikki Henry (Donna Lynne Champlin) e Dan Carter (Michael Beach) interrogam todo mundo da família e os amigos. Todos eles são suspeitos: o casal proprietário da casa, os três filhos, a amiga Isabel Nallet (Isabelle Adjani) e até Abby (Dakota Fanning), a esposa grávida de Thomas (Jack Reynor), o filho mais velho dos Winbury. O mistério e o suspense caminham juntos até o último episódio, quando a surpreendente verdade virá à tona. Menos do que a história, o trunfo da minissérie é o excelente elenco, com destaque para as atuações de Nicole Kidman, Liev Schreiber, Eve Hewson e, principalmente, Dakota Fanning, irmã da também atriz Elle Fanning. Outra atriz que merece destaque é Donna Lynne Champlin, a detetive encarregada do caso, que dá um toque de humor a cada vez que aparece em cena. Trocando em miúdos, “O Casal Perfeito” é uma minissérie muito agradável de assistir, um ótimo entretenimento.           

                     

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

 

“ESTRITAMENTE CONFIDENCIAL” (“STRICTLY CONFIDENTIAL”), 2024, em cartaz na Prime Vídeo, filme de estreia no roteiro e direção do jovem cineasta inglês Damian Hurley, de apenas 22 anos (filho da atriz Elizabeth Hurley, que atua no filme). A começar pelo material de divulgação, o resultado final é um tremendo fracasso. A Ilha de Man, uma dependência britânica situada entre a Irlanda e a Inglaterra, é apontada como o país originário da produção e, como tal, supostamente serviu de cenário. Só que a mesma divulgação diz que as filmagens ocorreram no cenário paradisíaco de Saint Kitts e Nevis, um pequeno país no Caribe. Posta a dúvida, vamos à história. Um grupo de amigos costuma se reunir nas férias de verão na tal ilha, onde reside a viúva Lily (Elizabeth Hurley), mãe de Rebecca (Lauren McQueen) e de Jemma (Genevieve Gaunt). Começa a história um ano depois da morte de Rebecca, que aparentemente se suicidou. Esse reencontro dos jovens com a mãe de Rebecca não é muito agradável, principalmente pelas recordações do último verão. Mia (Georgia Lock), a melhor amiga da falecida, não se conforma com a alegação de suicídio e resolve investigar por conta própria o que realmente aconteceu. O suspense prometido no começo não deslancha, descambando para cenas constrangedoras de erotismo, diálogos pífios e situações sem o menor sentido. O elenco é muito ruim, ninguém se destaca. Pelo contrário. A atriz Georgia Lock, por exemplo, passa o filme inteiro com uma irritante cara de choro. Elizabeth Hurley, a mais experiente, conserva sua beleza e forma física aos 58 anos, mas sua atuação é das mais pífias. Completam o elenco Genevieve Gaunt, Freddie Thorp, Max Parker, Agi Nanjosi,  Amber Townsend, Pear Chiravara e Llyrio Boateng. Não fui só eu que não gostou do filme. A crítica especializada também detestou. O crítico Mike McGranaghan, por exemplo, o comparou aos thrillers cafonas exibidos pelas TVs a cabo no início dos anos 90. Como você deve ter percebido, o resultado final de “Estritamente Confidencial” é realmente decepcionante.        

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

 

 

“UM MAU ATOR” ("UM ACTOR MALO”), 2024, México, 2h09m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Jorge Cuchi, cineasta porto riquenho radicado no México. O suposto estupro de uma atriz durante uma cena de sexo é o ponto de partida desse drama mexicano muito interessante. A história é quase que totalmente encenada num set de filmagem. O ator Daniel Zavala (Alfonso Dosal) aparentemente se entusiasma numa cena na cama com a atriz Sandra Navarro (Fiona Palomo). Como a ação se passa sob os lençóis, não dá para verificar com certeza que o ator abusou da moça, que jura de pés juntos (depois da cena, claro) que o ator se aproveitou da situação para tornar o ato mais realista do que necessário. Pelo menos é o que garante a atriz. Mas ele nega o estupro. A situação acaba numa grande confusão, pois Sandra convoca um advogado e o ministério público para denunciar o colega, que também chama uma advogada. Daniel se desespera com a situação, não só pela possibilidade de estragar sua carreira como também afetar o seu casamento. Como se não bastasse, a cena em questão é vazada para as redes sociais, gerando um grande escândalo e protestos violentos das feministas de plantão. Enfim, toda essa situação leva o espectador a acreditar num desfecho nada agradável. O filme é um tanto arrastado, mas sem jamais perder a tensão e o suspense. Recomendo.