quinta-feira, 29 de agosto de 2024

“O MELHOR ESTÁ POR VIR” (“LE MEILLEUR RESTE À VENIR”), 2020, coprodução França/Bélgica, 1h58m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte. Não confundir com o filme recém-lançado com o mesmo título do italiano Nanni Moretti. No filme francês, uma comédia dramática, a história é centrada na amizade de Arthur (Fabrice Luchini) e César (Patrick Bruel), que se conhecem desde crianças e até hoje são amigos inseparáveis. São personalidades diferentes. Arthur é um sujeito sério, médico pesquisador do Instituto Pasteur, divorciado e com uma filha, enquanto César nunca teve juízo, vive de empréstimos que dificilmente paga e cercado de amantes. Enfim, um bon vivant. Quando Arthur leva César para uma consulta médica e empresta seu cartão do plano de saúde para o amigo, a situação começa a complicar de vez. Os exames mostram que César tem um grave problema de saúde e poucos meses de vida. Só que, por causa dos nomes trocados, uma confusão se instaura. Quando César diz ao amigo que será pai dali a alguns meses, Arthur não tem coragem de dizer a verdade. Dessa forma, César passa o filme quase inteiro como a vítima da história, o que resulta em inúmeras situações hilariantes. Aqui cabe ressaltar a química entre os dois veteranos atores franceses, que têm carisma especial quando se trata de comédia, embora haja muitas cenas sensíveis e comoventes. Completam o elenco Zineb Triki e Pascale Arbillot. Impossível não lembrar de um filme muito parecido, "Antes de Partir", de 2007, com Morgan Freeman e o sumido Jack Nicholson. Não posso afirmar que "O Melhor Está por Vir" é um remake, mas está muito próximo de ser. Em todo caso, trata-se de um filme bastante simpático, agradável de assistir.     

                     

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

“KISSUFIM”, 2023, Israel, 1h29m, em cartaz na Netflix, direção de Keren B. Nechmad, que também assina o roteiro com Hadar Arazi e Yonatan Bar-Ilan. A história, ambientada em 1977, acompanha a rotina de um grupo de jovens soldados israelenses que se oferecem para trabalhar como voluntários no Kibutz Kissufim, próximo à fronteira com Gaza. O filme mostra o trabalho dos jovens na fazenda, seu cotidiano repleto de responsabilidades, e as conversas sobre a tensão que vivem num país habituado a sofrer atentados e ameaças de novos conflitos, além do momento político vivido naquele ano, quando Anwar Sadat, presidente do Egito, visita Israel na esperança de iniciar um processo de paz entre árabes e israelenses (doce ilusão!). Mesmo diante desse contexto dramático, os jovens também encontram tempo para se divertir, promovendo festas com muita música, namoros e sexo. Os nomes mais conhecidos do elenco são Swell Ariel Or, Adam Gabay, Tamir Ginsburg, Mili Eshet e Eres Oved. Impossível acompanhar a história sem pensar no fatídico 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram Israel e mataram mais de mil pessoas, sequestrando outras centenas. Pois um dos alvos dos terroristas foi justamente o Kibutz Kissufim. Embora “Kissufim” tenha sido filmado antes desse atentado (afirmação feita nos créditos iniciais), é impossível não sentir um certo desconforto ao imaginarmos que muitas das vítimas dos terroristas sejam iguais aos personagens mostrados na tela. Trocando em miúdos, “Kissufim” não é um grande filme, mas é poderoso a partir do momento em que foi capaz de prenunciar uma tragédia que chocou o mundo. Não deixe de assistir.  

                     

domingo, 25 de agosto de 2024

 

“PANAMÁ” (“PANAMA”), 2022, Estados Unidos, 1h35m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Mark Neveldine (mais conhecido como roteirista - “Adrenalina”, “Motoqueiro Fantasma”), seguindo roteiro assinado por Daniel Adams e William Barber. Estamos em 1989, pouco antes do exército norte-americano invadir o Panamá e prender o ditador Manoel Antonio Noriega. James Backer (Cole Hauser), um ex-fuzileiro naval de elite, é recrutado por seu ex-comandante Stark (Mel Gibson), agora trabalhando para a CIA, para uma perigosa missão no Panamá. Ele deverá negociar com gente da pesada a compra de um helicóptero russo que será doado para os rebeldes que lutam contra o ditador Daniel Ortega na Nicarágua. Pelo menos foi isso que eu entendi, pois a trama é bem complicada. Para amenizar toda essa confusão, o filme destina muitas cenas com mulheres bonitas em ambientes luxuosos, frequentados por gente que circula em torno do poder, como acontece em qualquer ditadura. Nesse clima de espionagem, como um James Bond qualquer, Becker acaba se apaixonando por Camila (Kiara Liz), uma bela morena colombiana cujo passado não a torna muito confiável. Entre algumas reviravoltas e cenas de ação de pouca credibilidade, o filme caminha para o seu desfecho sem entusiasmar o espectador mais exigente. Como em seus últimos filmes, o astro Mel Gibson é colocado nos materiais de divulgação como se ocupasse um personagem importante, quando na verdade faz um papel quase secundário na história. Resumo da ópera: um filme que não merece uma indicação entusiasmada.      

  

                     

 

Mais um desempenho genial do ator Tom Hanks em “O PIOR VIZINHO DO MUNDO” (“A MAN CALLED OTTO”), 2022, Estados Unidos, 2h6m, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta alemão Mark Foster. Trata-se do remake do excelente “Em Man Som Heter Ove” (“Um Homem Chamado Ove”), de 2016, representante da Suécia no Oscar como Melhor Filme Internacional. Na adaptação com Tom Hanks, o personagem é Otto Anderson, um viúvo mal-humorado, rabugento e encrenqueiro, que mora em um condomínio fechado cercado de vizinhos que tentam manter certa distância do coroa de 63 anos. O clima começa a mudar quando chega uma família de imigrantes mexicanos, um casal com duas filhas e a mãe prestes a ter outra criança. Uma amizade improvável nasce entre Otto e os novos vizinhos. O humor negro é destacado com as tentativas malsucedidas de suicídio de Otto, deprimido desde a morte de sua esposa, há seis meses, além da aposentadoria compulsória decretada pela empresa em que trabalhava. Quando jovem, Otto é interpretado por Truman Theodore Hanks, filho de Tom na vida real. Completam o elenco Maria Treviño, Manuel Garcia, Cameron Britton, Juanita Jennings, Peter Lawson Jones e Mack Bayda, um ator trans que interpreta um personagem tal qual no filme, uma surpresa para mim sem se tratando da conservadora Hollywood. Trocando em miúdos, “O Pior Vizinho do Mundo” é muito bom, um entretenimento de primeira, valorizado pelo carisma de Tom Hanks. Não perca!