sábado, 21 de setembro de 2024

 

“BANDIDO” (“BANDIT”), 2022, Canadá/Estados Unidos, 2h06m, em cartaz na Netflix, direção de Allan Ungar (“Encurralados”, “London Calling”), seguindo roteiro assinado por Kraig Wenman, Robert Knuckle e Ed Arnold. Baseado em fatos reais descritos no livro "The Flying Bandit", o filme conta as peripécias de Gilbert Galvan Jr., um ladrão que ficou famoso depois de cometer mais de 60 assaltos – a maioria contra bancos e joalherias – em várias cidades do Canadá na segunda metade dos anos 80 do século passado. Sua ficha criminal começa em Michigan (EUA). Depois de escapar de uma prisão, ele se refugia no Canadá utilizando nova identidade, Robert Whiteman. Em todos os seus roubos, Gilbert/Robert, interpretado por Josh Duhamel, jamais machucou alguém, aspecto de que se orgulhava. Outra de suas características era utilizar disfarces diferentes a cada assalto. Chegou até mesmo a frequentar cursos de maquiagem para aperfeiçoar os seus métodos. O filme destaca a associação de Robert com um mafioso canadense (Mel Gibson), além de seu romance com Andrea (Elisha Cuthbert), com quem se casaria e teria filhos. O filme também acompanha o trabalho da polícia canadense na tentativa de prender o assaltante. Completam o elenco Nestor Carbonell, Swen Temmel e Haley Webb. O filme é muito bom, tem ação, suspense e humor, além de um ritmo capaz de segurar a atenção do espectador até o desfecho. Com seu carisma de galã e cara de bom moço, o ator Josh Duhamel esbanja competência e é, sem dúvida, um dos responsáveis pelo excelente resultado final. Trata-se, portanto, de um ótimo entretenimento. Um filmaço. Não deixe de assistir.               

                     

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

“ASSASSINO POR ACASO” (“HIT MAN”), 2023, Estados Unidos, 1h50m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Richard Linklater (“Antes do Amanhecer”, “Boyhood”), que também assina o roteiro com a colaboração de Glen Powell, ator que atua no filme. Um misto de comédia, suspense e romance, “Assassino por Acaso” conta uma história vagamente baseada em fatos reais, relatados pelo jornalista Skip Hollandsworth numa reportagem publicada em 2001 pela Revista Texas Monthly sobre um assassino profissional disfarçado que ajudou a polícia de Houston a prender 60 pessoas. No filme, o tal assassino profissional é Gary Johnson (Glen Powell, de “Top Gun: Maverick", “Todos Menos Você”), um professor universitário de psicologia e filosofia que também trabalha para a polícia fazendo-se passar por um assassino profissional. As pessoas o contratam para executar um inimigo, seja ele o marido, a esposa, o sócio ou o cunhado. A negociação é gravada e o contratante imediatamente preso em flagrante. Tudo transcorre na maior normalidade até que Gary conhece Madison (Adria Arjona, de Morbius”, “Pisque Duas Vezes), uma bela mulher que quer contratá-lo para assassinar o marido abusivo. Só que o marido aparece morto logo depois, mas não foi Gary quem o matou. Quem foi, então? Completam o elenco Austin Amelio, Molly Kate Bernard e Evan Holtzman. Trocando em miúdos, o filme até que prende a atenção, mas peca demais pelos diálogos pouco criativos e piadas sem graça, além da canastrice do ator Glen Powell, que como comediante e galã é um ótimo roteirista.              

terça-feira, 17 de setembro de 2024

“A GAROTA DE MILLER” (“MILLER’S GIRL”), 2024, Estados Unidos, 1h34m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção da jovem cineasta Jade Bartlett (é sua estreia em longas). Trata-se de um drama bastante tenso, mas com um ritmo arrastado, repleto de citações literárias e verborrágico demais. O professor Jonathan Miller (Martin Freeman, o Bilbo da saga “O Hobbit”) reconhece em sua aluna adolescente Cairo Sweet (Jenna Ortega, da série “Wandinha” e “Os Fantasmas Ainda se Divertem”) um talento especial como escritora. Essa admiração transforma-se aos poucos num jogo de sedução, no qual a jovem praticamente se entrega ao seu professor, que é casado com a também escritora Beatrice (a atriz polonesa Dagmara Dominczyk, esposa na vida real do ator Patrick Wilson). Algumas cenas dão a ideia de que professor e aluna realmente tiveram um caso, o que não fica tão evidente com o transcorrer da trama. O pano de fundo da história é claramente sexual, principalmente nas citações literárias, a maioria delas dos livros do norte-americano Henry Miller (1891-1980), considerado por muitos um escritor pornográfico. O filme foi massacrado pela crítica especializada, mas a atriz Jenna Ortega saiu em sua defesa: “É uma obra de arte e que, por isso mesmo, nem sempre será confortável”. Não foram apenas os críticos que não gostaram do filme. Algumas instituições conservadoras ligadas à produção cinematográfica criticaram o fato de um ator de 52 anos (Martin Freeman) beijar em cena uma atriz 31 anos mais jovem (Jenna Ortega, de 21 anos, mas no papel de adolescente no filme). Entre mortos e feridos, não há muito a se destacar. Pelo contrário, trata-se de um filme não muito fácil de digerir.           

                     

domingo, 15 de setembro de 2024

 

“O ROUBO DE 88” (“HEIST 88”), 2023, Estados Unidos, 1h24m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Menhaj Huda, cineasta nascido em Bangladesh radicado na Inglaterra (“Comedown”, “Juventude Rebelde”, “Meghan: Um Amor Real”), seguindo roteiro assinado por Dwayne Johnson-Cochran (não confundir com o ator). Trata-se de uma história real baseada no ladrão de bancos Armand Moore, que em 1988 armou e executou um plano para roubar US$ 80 milhões do Banco Nacional de Chicago. Cabe aqui lembrar que na época os bancos não eram informatizados e as transferência de valores acontecia somente por telefone, utilizando-se um código secreto, sendo que havia a necessidade de duas aprovações por parte dos funcionários dos bancos. No filme, o personagem de Moore ganhou o nome de Jeremy Horne, interpretado magistralmente por Courtney B. Vance. No filme, Horne convence quatro jovens funcionários do Banco Nacional de Chicago a participar do roubo, além de dois antigos parceiros de outros crimes. O roteiro privilegia toda a fase de planejamento do crime, mostrando, inclusive, a vida particular de cada um dos jovens cúmplices, seus problemas de relacionamento com as respectivas famílias e, por fim, a exagerada ganância pela montanha de dinheiro que terão direito. O ótimo elenco é composto basicamente por atores negros: além de Courtney B. Vance, atuam Precious Way, Xavier Clyde, Bentley Green, Keith David, Keesha Sharp e Nican Robinson. Trocando em miúdos, um filme bastante interessante que merece ser visto.