“A GAROTA DE MILLER” (“MILLER’S
GIRL”), 2024, Estados Unidos, 1h34m, em cartaz na Prime Vídeo,
roteiro e direção da jovem cineasta Jade Bartlett (é sua estreia em longas).
Trata-se de um drama bastante tenso, mas com um ritmo arrastado, repleto de
citações literárias e verborrágico demais. O professor Jonathan Miller (Martin
Freeman, o Bilbo da saga “O Hobbit”) reconhece em sua aluna adolescente Cairo
Sweet (Jenna Ortega, da série “Wandinha” e “Os Fantasmas Ainda se Divertem”) um
talento especial como escritora. Essa admiração transforma-se aos poucos num
jogo de sedução, no qual a jovem praticamente se entrega ao seu professor, que
é casado com a também escritora Beatrice (a atriz polonesa Dagmara Dominczyk,
esposa na vida real do ator Patrick Wilson). Algumas cenas dão a ideia de que
professor e aluna realmente tiveram um caso, o que não fica tão evidente com o
transcorrer da trama. O pano de fundo da história é claramente sexual, principalmente
nas citações literárias, a maioria delas dos livros do norte-americano Henry
Miller (1891-1980), considerado por muitos um escritor pornográfico. O filme
foi massacrado pela crítica especializada, mas a atriz Jenna Ortega saiu em sua
defesa: “É uma obra de arte e que, por isso mesmo, nem sempre será confortável”.
Não foram apenas os críticos que não gostaram do filme. Algumas instituições
conservadoras ligadas à produção cinematográfica criticaram o fato de um ator
de 52 anos (Martin Freeman) beijar em cena uma atriz 31 anos mais jovem (Jenna
Ortega, de 21 anos, mas no papel de adolescente no filme). Entre mortos e
feridos, não há muito a se destacar. Pelo contrário, trata-se de um filme não
muito fácil de digerir.
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