quinta-feira, 6 de junho de 2024

 


“KALI – O ANJO VINGADOR” (“KALI - L'ANGE DE LA VENGEANCE"), 2024, França, 1h36m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Julien Seri (“Filhos do Vento”, “Scorpion”), que também assina o roteiro com Cyril Ferment e Pascal Sid. Filme de ação em grande parte filmado no Rio de Janeiro, com elenco metade francês e metade brasileiro, em sua maioria figurantes. A figura central é Lisa (a atriz francesa de origem argelina Sabrina Ouazani), uma ex-agente das forças especiais do exército francês que deixou a profissão depois da morte do filho. Ela decide voltar à ativa depois que seu marido, agente da alfândega francesa, é assassinado durante uma missão no Rio de Janeiro. Com sangue nos dentes, Lisa viaja ao Brasil para descobrir o que aconteceu, saber quem matou o marido e se vingar. Aí ninguém segura a moça, que entra nas favelas do Rio batendo em todo mundo, inclusive nos mais perigosos traficantes. Bate aqui, tortura ali, ela enfim descobre o mandante do crime, o empresário Andres Barbosa (Emílio de Mello), dono de uma empresa que fabrica remédios falsificados. O filme tem inúmeros defeitos, um dos quais é que todo mundo se comunica em inglês ou francês, seja o pessoal da favela ou da polícia. Outra falha gritante é a facilidade com que Lisa entra nos mais lugares mais perigosos e sai sempre ilesa, apenas com um corte aqui e ali. Sempre sozinha, um baita exagero do roteiro. Enfim, é cinema de ação, o que demanda um certo exagero nas cenas. Completam o elenco Philippe Bas, Olivia Côte e Thiago Fragoso. Sabrina Ouazani é uma atriz francesa de respeito, tem bons filmes no currículo, mas dessa vez pagou mico. O filme é muito fraco.                

 

terça-feira, 4 de junho de 2024

 




 

“THE LESSON” (o título original foi mantido pela Prime Vídeo), 2023, coprodução Inglaterra/Alemanha, 1h42m, direção de Alice Troughton e Monica Moore-Suriyage, seguindo roteiro assinado por Alex Mackeith. Trata-se de um suspense psicológico que começa de forma a não parecer um filme do gênero. Só aos poucos é que a gente percebe que algo de ruim vai acontecer, antecipando alguma situação que poderá terminar em tragédia. O jovem candidato a autor Liam Sommers (o ator irlandês Daryl McCormack) é contratado para orientar o adolescente Bertie (Stephen McMillan) nos estudos de literatura com o objetivo de torná-lo apto para os exames de ingresso à Universidade de Oxford. JM Sinclair (Richard E. Grant, de “Saltburn”), pai do garoto, é um romancista consagrado e ídolo literário de Liam. Logo que chega à mansão onde mora o escritor, seu filho e a esposa Hélène (Julie Delpy), Liam é instalado na casa de hóspedes da mansão. Ele almoça e janta com a família e é tratado como um novo integrante, mas a convivência começa a tornar evidente que algum trauma do passado afeta as relações de pai, mãe e filho. As cenas vão transcorrendo com lentidão, destacando-se apenas diálogos que privilegiam a erudição de fatos literários, o que para muitos espectadores pode ser uma grande chatice. A cada cena que passa fica a sensação de que alguma coisa vai acontecer. Resumo da ópera, não é um filme para qualquer público, pois exige um tanto de paciência para chegar até o final.         

 

domingo, 2 de junho de 2024

 

“AS CORES DO MAL: VERMELHO” (“KLORY ZLA. CZERWIEN”), 2024, Polônia, 1h51m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Adrian Panek. Suspense policial que chega direto na Netflix (29/05/2024), sem ser exibido nos cinemas. O filme é uma adaptação do livro homônimo da escritora polonesa Malgorzata Oliwia Sobzak. O ponto de partida da história é a descoberta do corpo de uma jovem na praia de Trójmiasto, região de Gdansk. A vítima apresenta vestígios de um crime sádico, incluindo estupro e a retirada dos lábios. A moça é identificada como Monika (Zofia Jastrzebska), filha da juíza Helena Bogucka (Maja Ostaszewska). O jovem promotor Leopold Bilski (Jakub Gierszel) é encarregado do caso. Um crime com as mesmas características foi praticado há vários anos e é a partir daí que o promotor começa a seguir uma pista ligada a uma danceteria chamada “O Estaleiro”, último lugar onde Monika foi vista com vida. Dessa forma, o proprietário do local torna-se o principal suspeito, mas haverá uma surpreendente reviravolta perto do desfecho. Trocando em miúdos, não é um filme que mereça uma indicação entusiasmada. Contribuíram para tal um roteiro bem fraco e o elenco sem nenhum destaque. Até dá para entender por quê não foi exibido nos cinemas. Uma pisada de bola do cinema polonês.            

“JOIKA – UMA AMERICANA NO BOLSHOI” (“THE AMERICAN”), 2024, coprodução Estados Unidos/Nova Zelândia/Polônia, 1h51m, em cartaz na HBO Max, roteiro e direção do cineasta neozelandês James Napier Robertson. A história é baseada em fatos reais, ou seja, a trajetória da bailarina norte-americana Joy Womack. Em 2009, aos 15 anos, Joika, como ficou conhecida, foi aceita no programa de treinamento da Academia Bolshoi de Moscou. Seu maior sonho era se tornar a primeira bailarina da companhia de ballet mais famosa do mundo. O filme mostra as dificuldades encontradas por Joika (papel da jovem e promissora atriz norte-americana Talia Ryder) logo em sua chegada à academia russa, principalmente a rejeição das outras bailarinas e o rigor nos treinamentos da instrutora Tatiyana Volkova (Diane Kruger). Joyka era persistente, enfrentou todos os desafios com muita coragem, chegando até mesmo a denunciar, alguns anos depois, a influência política, sexual e xenofóbica adotada na escolha das bailarinas. Rejeitada pelo Bolshoi, Joika foi escolhida como dançarina principal do Universal Ballet e do Kremlin Ballet Theatre de Moscou, além de participações de destaque na Ópera e Ballet Nacional de Sofia, Ópera e Ballet de Cracóvia e Paris Ópera Ballet. O filme é muito bom e merece ser visto, mesmo por aqueles que não apreciem o tema. Para os que apreciam, trata-se de um filmaço.