“RESGATE EM AMSTERDÔ (“BLACK
LOTUS”), 2024, coprodução Estados Unidos/Holanda, 1h30m, lançamento
da Prime Vídeo, direção do búlgaro Rodor Chapkanov, seguindo roteiro assinado
por Tad Daggerhart. Quando vi que nos créditos aparecia o ator norte-americano
Frank Grillo, já desconfiei que lá vem mais um abacaxi. Afinal, nunca assisti a um filme de ação bom que
tivesse Grillo como ator. Aliás, a maioria deles é muito ruim. Minha
desconfiança inicial com relação a “Resgate em Amsterdã” se confirmou
plenamente. A história é fraca, o elenco é horrível e as cenas de ação lamentáveis,
chegando ao risível. Já começa pelo herói do filme, o grandalhão Rico Verhoeven,
um kickboxer profissional holandês que, como ator, é um verdadeiro desastre,
parecendo um sujeito com deficiência mental. Seu papel é o de Matteo Donner, um
ex-soldado das forças especiais do exército holandês, traumatizado depois da
morte de John (Roland Møller), seu colega de farda e amigo pessoal, durante uma
missão no Exterior. Anos depois, ele volta a Amsterdã para visitar Helene
(Marie Dompnier), a viúva do seu amigo, e a filhinha Angie (Pippi Casey). Helene
está casada agora com Paul (Peter Franzén), um importante executivo do mercado
financeiro que rouba dinheiro de um de seus mais importantes clientes, o
mafioso Saban (ele, Frank Grillo). Com o objetivo de reaver seu dinheiro, Saban
sequestra Angie. Aí que entra no circuito Matteo Donner (Verhoeven), que
promete resgatar a menina. A polícia de Amsterdã também quer resolver o caso do
sequestro, tendo no comando das investigações a detetive Shira (a atriz israelense
Rona-Lee Shim’on, da série “Fauda”). A cena do desfecho é tão ruim que chega a ofender nossa inteligência. Concluo afirmando que, quando criei este blog, assumi o compromisso de indicar aqueles filmes que merecem ser vistos, assim como apontar aqueles aqueles que não merecem ser vistos, o que é o caso de "Resgate em Amsterdã".
quinta-feira, 30 de maio de 2024
“LANSKY – UMA HISTÓRIA DE
MÁFIA” (“LANSKY”), 2021, Estados Unidos, 1h59m, em cartaz na
Netflix, direção de Eytan Rockaway (“Estranha Escuridão”), que também assina o
roteiro com Robert Rockaway. Não é de hoje que sou fã de filmes envolvendo a
Máfia, principalmente nos EUA. Os melhores continuam sendo “O Poderoso Chefão”
e “Os Bons Companheiros”. Agora chega à Netflix mais um muito bom, cuja
história é toda centrada em Meyer Lansky (1902-1983), um mafioso tão importante
no mundo do crime quanto Al Capone e Lucky Luciano. Lansky, um judeu nascido na
Rússia, fundou a máfia judia, que logo associava-se às máfias irlandesas e
italianas. Lansky foi um dos responsáveis pela instalação de cassinos nos EUA,
principalmente em Las Vegas. Também explorou cassinos em Cuba na época do
ditador Fulgêncio Batista. E ainda foi um dos fundadores do Sindicato Nacional
do Crime – existiu mesmo, acredite. O ponto de partida do filme acontece em
1981, quando o jornalista David Stone (Sam Worthington) é contratado por Lansky
para escrever sua biografia. À medida em que o mafioso conta sua história para
Stone, as cenas vão se alternando em flashbacks, relembrando a
juventude de Lansky, seu ingresso na Máfia, seu tumultuado casamento e um
mistério que levou o FBI a persegui-lo até a morte: o destino dos US$ 300 milhões
que o mafioso teria escondido das autoridades. Para tentar descobrir, o FBI chega
a cooptar o jornalista para fornecer detalhes das entrevistas feitas com
Lansky. O papel do mafioso na velhice é do ator Harvey Keitel, cuja atuação é
um dos maiores trunfos do filme. Na juventude, Lansky é vivido por John Magaro.
Completam o elenco AnnaSophia Robb, Minka Kelly, David James Elliott e David
Cade. Trocando em miúdos, “Lansky” é excelente. Imperdível!
domingo, 26 de maio de 2024
“ESTA NOITE, VOCÊ DORME COMIGO”
(“DZISIAJ SPISZ ZE MNA”; nos países de língua inglesa, “Tonight
You Are Sleeping With Me”), 2023, Polônia, 1h32m, em cartaz na Netflix, direção
de Robert Wichrowski, seguindo roteiro assinado por Anna Janyska. Trata-se da
adaptação do romance homônimo de Anna Szczypczynska. É um drama centrado na
jornalista Nina Szklarska (Roma Gasiorowska), uma quarentona bem casada e com duas
filhas. Com o casamento indo aos trancos e barrancos, ela reencontra um antigo
namorado do tempo da faculdade, bem mais novo do que ela. Quando o marido viaja
a trabalho para a Islândia, os antigos namorados ficam com o caminho livre para
relembrar a paixão de dez anos atrás. Mas eis que o dilema da traição ataca
Nina: pedir o divórcio ou continuar casada em prol da família? Claro que quiser
a resposta terá que assistir esse drama açucarado com cara de novelão. A
divulgação do filme erra feio ao vender o produto como um filme erótico. Longe
disso. Qualquer novela brasileira é muito mais ousada. Termino o comentário
recorrendo a Hamlet: “Ver ou não ver, eis a questão”. Portanto, a opção é sua.
“STILLWATER - EM BUSCA DA
VERDADE” (“STILLWATER”), 2021, Estados Unidos, 2h20m, em cartaz na
Netflix, direção de Tom McCarthy (“Spotlight: Segredos Revelados”), que também
assina o roteiro com Thomas Bidegain, Marcus Hinchey e Noé Debré. A história é
centrada em Bill Baker (Matt Damon), um quarentão norte-americano de Oklahoma
cuja filha Allison (Abigail Breslin) está presa há cinco anos em Marselha, na
França, acusada de assassinar sua colega de quarto e amante. Ela sempre se
declarou inocente. Como faz todos os anos, Bill visita sua filha na
penitenciária, mas desta vez uma carta escrita por ela pode ajudar a
inocentá-la. Disposto a ajudar a filha, Bill resolve ficar em Marselha e
investigar uma pista contida na tal carta, indicando um novo personagem, um tal
de Akim, como o verdadeiro assassino. Em meio a esse momento turbulento, Bill ainda
terá tempo de viver um romance com Virginie (Camille Cottin), uma atriz de
teatro e mãe solteira. Completam o elenco Lilou Siauvaud, Idir Azougli, Moussa
Maaskri e Deanna Dunagan. A história de “Stillwater” foi inspirada no caso
envolvendo Amanda Knox, uma estudante norte-americana presa na Itália em 2007 acusada
de ter assassinado sua colega de quarto, a inglesa Meredith Kercher. Embora
um tanto arrastado, “Stillwater” não decepciona, mas também não faz jus a uma indicação
entusiasmada, mesmo com a presença do astro Matt Damon. Também não ganhou muitos elogios quando estreou no Festival de Cannes.