quinta-feira, 30 de maio de 2024

“RESGATE EM AMSTERDÔ (“BLACK LOTUS”), 2024, coprodução Estados Unidos/Holanda, 1h30m, lançamento da Prime Vídeo, direção do búlgaro Rodor Chapkanov, seguindo roteiro assinado por Tad Daggerhart. Quando vi que nos créditos aparecia o ator norte-americano Frank Grillo, já desconfiei que lá vem mais um abacaxi.  Afinal, nunca assisti a um filme de ação bom que tivesse Grillo como ator. Aliás, a maioria deles é muito ruim. Minha desconfiança inicial com relação a “Resgate em Amsterdã” se confirmou plenamente. A história é fraca, o elenco é horrível e as cenas de ação lamentáveis, chegando ao risível. Já começa pelo herói do filme, o grandalhão Rico Verhoeven, um kickboxer profissional holandês que, como ator, é um verdadeiro desastre, parecendo um sujeito com deficiência mental. Seu papel é o de Matteo Donner, um ex-soldado das forças especiais do exército holandês, traumatizado depois da morte de John (Roland Møller), seu colega de farda e amigo pessoal, durante uma missão no Exterior. Anos depois, ele volta a Amsterdã para visitar Helene (Marie Dompnier), a viúva do seu amigo, e a filhinha Angie (Pippi Casey). Helene está casada agora com Paul (Peter Franzén), um importante executivo do mercado financeiro que rouba dinheiro de um de seus mais importantes clientes, o mafioso Saban (ele, Frank Grillo). Com o objetivo de reaver seu dinheiro, Saban sequestra Angie. Aí que entra no circuito Matteo Donner (Verhoeven), que promete resgatar a menina. A polícia de Amsterdã também quer resolver o caso do sequestro, tendo no comando das investigações a detetive Shira (a atriz israelense Rona-Lee Shim’on, da série “Fauda”). A cena do desfecho é tão ruim que chega a ofender nossa inteligência. Concluo afirmando que, quando criei este blog, assumi o compromisso de indicar aqueles filmes que merecem ser vistos, assim como apontar aqueles aqueles que não merecem ser vistos, o que é o caso de "Resgate em Amsterdã".     

 

 

“LANSKY – UMA HISTÓRIA DE MÁFIA” (“LANSKY”), 2021, Estados Unidos, 1h59m, em cartaz na Netflix, direção de Eytan Rockaway (“Estranha Escuridão”), que também assina o roteiro com Robert Rockaway. Não é de hoje que sou fã de filmes envolvendo a Máfia, principalmente nos EUA. Os melhores continuam sendo “O Poderoso Chefão” e “Os Bons Companheiros”. Agora chega à Netflix mais um muito bom, cuja história é toda centrada em Meyer Lansky (1902-1983), um mafioso tão importante no mundo do crime quanto Al Capone e Lucky Luciano. Lansky, um judeu nascido na Rússia, fundou a máfia judia, que logo associava-se às máfias irlandesas e italianas. Lansky foi um dos responsáveis pela instalação de cassinos nos EUA, principalmente em Las Vegas. Também explorou cassinos em Cuba na época do ditador Fulgêncio Batista. E ainda foi um dos fundadores do Sindicato Nacional do Crime – existiu mesmo, acredite. O ponto de partida do filme acontece em 1981, quando o jornalista David Stone (Sam Worthington) é contratado por Lansky para escrever sua biografia. À medida em que o mafioso conta sua história para Stone, as cenas vão se alternando em flashbacks, relembrando a juventude de Lansky, seu ingresso na Máfia, seu tumultuado casamento e um mistério que levou o FBI a persegui-lo até a morte: o destino dos US$ 300 milhões que o mafioso teria escondido das autoridades. Para tentar descobrir, o FBI chega a cooptar o jornalista para fornecer detalhes das entrevistas feitas com Lansky. O papel do mafioso na velhice é do ator Harvey Keitel, cuja atuação é um dos maiores trunfos do filme. Na juventude, Lansky é vivido por John Magaro. Completam o elenco AnnaSophia Robb, Minka Kelly, David James Elliott e David Cade. Trocando em miúdos, “Lansky” é excelente. Imperdível!  

domingo, 26 de maio de 2024

 

“ESTA NOITE, VOCÊ DORME COMIGO” (“DZISIAJ SPISZ ZE MNA”; nos países de língua inglesa, “Tonight You Are Sleeping With Me”), 2023, Polônia, 1h32m, em cartaz na Netflix, direção de Robert Wichrowski, seguindo roteiro assinado por Anna Janyska. Trata-se da adaptação do romance homônimo de Anna Szczypczynska. É um drama centrado na jornalista Nina Szklarska (Roma Gasiorowska), uma quarentona bem casada e com duas filhas. Com o casamento indo aos trancos e barrancos, ela reencontra um antigo namorado do tempo da faculdade, bem mais novo do que ela. Quando o marido viaja a trabalho para a Islândia, os antigos namorados ficam com o caminho livre para relembrar a paixão de dez anos atrás. Mas eis que o dilema da traição ataca Nina: pedir o divórcio ou continuar casada em prol da família? Claro que quiser a resposta terá que assistir esse drama açucarado com cara de novelão. A divulgação do filme erra feio ao vender o produto como um filme erótico. Longe disso. Qualquer novela brasileira é muito mais ousada. Termino o comentário recorrendo a Hamlet: “Ver ou não ver, eis a questão”. Portanto, a opção é sua.   

“STILLWATER - EM BUSCA DA VERDADE” (“STILLWATER”), 2021, Estados Unidos, 2h20m, em cartaz na Netflix, direção de Tom McCarthy (“Spotlight: Segredos Revelados”), que também assina o roteiro com Thomas Bidegain, Marcus Hinchey e Noé Debré. A história é centrada em Bill Baker (Matt Damon), um quarentão norte-americano de Oklahoma cuja filha Allison (Abigail Breslin) está presa há cinco anos em Marselha, na França, acusada de assassinar sua colega de quarto e amante. Ela sempre se declarou inocente. Como faz todos os anos, Bill visita sua filha na penitenciária, mas desta vez uma carta escrita por ela pode ajudar a inocentá-la. Disposto a ajudar a filha, Bill resolve ficar em Marselha e investigar uma pista contida na tal carta, indicando um novo personagem, um tal de Akim, como o verdadeiro assassino. Em meio a esse momento turbulento, Bill ainda terá tempo de viver um romance com Virginie (Camille Cottin), uma atriz de teatro e mãe solteira. Completam o elenco Lilou Siauvaud, Idir Azougli, Moussa Maaskri e Deanna Dunagan. A história de “Stillwater” foi inspirada no caso envolvendo Amanda Knox, uma estudante norte-americana presa na Itália em 2007 acusada de ter assassinado sua colega de quarto, a inglesa Meredith Kercher. Embora um tanto arrastado, “Stillwater” não decepciona, mas também não faz jus a uma indicação entusiasmada, mesmo com a presença do astro Matt Damon. Também não ganhou muitos elogios quando estreou no Festival de Cannes.