“INVOCAÇÃO DO MAL 4 - O ÚLTIMO RITUAL” (“THE
CONJURING: LAST RITES”), 2025, Estados Unidos, 2h15m, em cartaz na
HBO Max, direção de Michael Chaves (“A Freira 2”, “Invocação do Mal 3”), e
roteiro escrito por Ian Goldberg, Richard Naing e David Leslie
Johnson-McGoldrick. É o tipo de filme para você ficar invocado. Brincadeiras à
parte, o filme é de terror, com muitos sustos, espíritos maldosos e eventos
sobrenaturais. Trata-se do quarto e último filme da franquia iniciada em 2013,
todos com histórias reais que aconteceram nos Estados Unidos. Nelas, os
principais personagens são Lorraine Warren (Vera Farmiga) e Ed Warren (Patrick Wilson), um casal de investigadores de fenômenos paranormais – os dois
existiram mesmo, como aparecem em imagens nos créditos finais e que pode também
ser comprovado no livro “Ed & Lorraine Warren: Vidas Eternas”,
de Robert Curran, que deu origem à franquia. No caso desta quarta versão,
Lorraine e Ed são convocados a ir à cidade de Union, na Pensilvânia, onde a
casa de uma família com 8 pessoas está apresentando fenômenos sobrenaturais. O
casal de investigadores chega à conclusão que o responsável é um espelho antigo,
que atrai para a casa quatro entidades maléficas. Destaco a cena do casamento,
perto do desfecho, onde aparecem nos bancos da igreja alguns atores que atuaram
nos primeiros filmes, entre os quais Janet Hodgson, Carolyn Pedron, Mackenzie Foy e Lili Taylor. Aperte os braços
da poltrona e se divirta. Ou então morra de medo.
domingo, 14 de dezembro de 2025
“F1 – O FILME” (“F1 – THE MOVIE”), 2025,
Estados Unidos, 2h3m, em cartaz na Apple TV, direção de Joseph Kosinski (“Top
Gun: Maverick”, “Homens de Coragem”), seguindo roteiro assinado por Ehren
Kruger. Filmes que têm como tema provas de automobilismo normalmente interessam
apenas para o público masculino. A não ser que no elenco tenha Brad Bitt, o que
certamente atrairá o público feminino. É o que acontece com “F1 – O Filme”.
Sonny Hayes (Pitt) era uma jovem revelação nas pistas de Fórmula 1 nos anos 90,
da equipe Lotus, quando foi obrigado a se afastar depois de um grave acidente. Ele
continuou disputando algumas competições, mas jamais voltou à Fórmula 1. Quando
ganhou as “24 Horas de Daytona”, nos Estados Unidos, tradicional competição para
carros esportivos de endurance, Sonny chamou a atenção de um antigo
amigo, Ruben Cervantes (Javier Bardem), proprietário da escuderia ApexGP, que
disputa o campeonato de Fórmula 1. Cervantes convidou Sonny para ser o piloto número
dois da equipe – o número 1 é o jovem Joshua Pearce (Damson Idris), que,
faltando 9 corridas para o final do campeonato, ainda não havia marcado pontos. A
chegada do experiente Sonny, 30 anos mais velho, mudaria o cenário, colocando a
ApexGP em evidência. Apesar dos treinos, dos exercícios físicos e das reuniões
de equipe para ajustar os carros e planejar as próximas corridas, o filme não
deixaria de lado um romance no meio da história, envolvendo, claro, o galã Pitt
com a inglesa Kerry Condon, que faz o papel de Kate McKenna, diretora técnica
da equipe. O roteiro contempla tudo o que acontece nos bastidores de uma equipe
de Fórmula 1, mas são as cenas de corrida, gravadas em Silverstone, Monza, Las
Vegas e Abu Dhabi, que dão impulso à ação e não deixam o espectador piscar. Vários
pilotos verdadeiros da Fórmula 1 atual marcam presença no filme, entre os quais
o heptacampeão Lewis Hamilton (um dos produtores), Fernando Alonso, Max
Verstappen e Oscar Piastri. “F1 – O Filme”, quando de seu lançamento nos
cinemas dos Estados Unidos, em junho último, conquistou o 6º lugar de maior
bilheteria. É um filme, sem dúvida, que garante um ótimo entretenimento.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
“SETEMBRO 5” (“SEPTEMBER 5”), 2024,
coprodução Estados Unidos/Alemanha, 1h34m, em cartaz na Netflix, direção do
suíço Tim Fehlbaum (“Refúgio”), que também assina o roteiro com Moritz Binder e
Alex David. Filme mostra os bastidores da cobertura da equipe de esportes da
emissora norte-americana ABC (American Broadcasting Company) durante as Olimpíadas de Munique, na
Alemanha, em 1972. O lado esportivo ficaria de lado quando terroristas
palestinos do grupo Setembro Negro invadiram o alojamento dos atletas
israelenses, fazendo 11 reféns. Num clima de alta tensão, os jornalistas da
emissora, instalados numa sala especial de comando, tiveram que se organizar
para cobrir segundo a segundo o caso do sequestro. Dispondo de informações do
rádio da polícia alemã e dos repórteres enviados à vila olímpica, a ABC realizou uma cobertura que ficaria na história do
jornalismo televisivo, sendo assistida por mais de 900 milhões de espectadores,
um recorde para a época. Mesmo que toda a ação aconteça num espaço onde foi instalada
a sala de comando – as tomadas externas foram resgatadas das imagens de arquivo
da ABC -, não há um minuto sequer para respirar. A tensão é total, decisões
tendo que ser tomadas em segundos, muito estresse como jamais se viu numa
cobertura jornalística. Quem ganha com tudo isso é o espectador, que tem a
oportunidade de conhecer a tensão que cerca uma cobertura jornalística em tempo
real. Um show! Estão no elenco Peter Sarsgaard, John Magaro, Ben Chaplin,
Leonie Benesch, Zinedine Soualem e Benjamin Walker.
“FAMÍLIA À PROVA DE BALAS” (“GUNS
UP”), 2025, Estados Unidos, 1h31m, em cartaz na Prime Vídeo,
roteiro e direção do cineasta australiano Edward Drake, conhecido pelos vários filmes
de ação que dirigiu com a participação de Bruce Willis, entre os quais “Conspiração
Explosiva” e os da franquia “Detetive Knight”. No caso da “Família à Prova de Balas”,
trata-se de uma comédia de ação. Ray Hayes (Kevin James) deixa a polícia após
uma missão mal sucedida e concorda em trabalhar com a chefona mafiosa Michael
Temple (Melissa Leo) para ganhar mais dinheiro e proporcionar conforto para a
esposa Alice (Christina Ricci). Os dois filhos do casal não sabem que o pai virou
capanga de uma gangue. Mas a surpresa maior acontecerá quando descobrirem que a
mãe também tem um passado tenebroso. Quem também ficou surpreso foi o próprio marido. Para
não revelar mais detalhes da história, vou resumir: a chefona Michael é assassinada
e outro mafioso ocupa o seu lugar, o psicopata Lonny Castigan (Timothy V.
Murphy). A família de Ray corre perigo depois que ele se recusa a trabalhar com o novo chefão. Embora seu desempenho seja muito bom, Christina Ricci continua com
a mesma carinha da Wandinha da Família Adams, o que não combinou muito com a
esposa de um brutamontes (James) e mãe de dois adolescentes. De qualquer forma,
o filme é um ótimo entretenimento, pois prende a atenção e diverte muito.
Recomendo para quem está precisando dar boas risadas.
domingo, 7 de dezembro de 2025
“ZONA DE RISCO” (“LAND OF BAND”), 2024,
Estados Unidos, 1h54m, em cartaz na Netflix, direção de William Eubank (“Ameaça
Profunda”), que também assina o roteiro com David Frigerio. Filme de ação
bastante interessante não apenas pela história em si, mas pelo destaque dado ao
trabalho dos pilotos de drone, que de uma base nos Estados são capazes de monitorar
e auxiliar equipes de operações especiais em missões pelo mundo afora, além de
jogar bombas em alvos inimigos. É o caso do capitão Eddie Grimm (Russell Crowe)
e da sargento Mia Branson (Chika Ikogwe). Eles ficam encarregados de monitorar
um grupo de militares em missão no sul das Filipinas com o objetivo de resgatar
um cidadão norte-americano capturado por guerrilheiros muçulmanos. A missão dá
errado, resultando na prisão de um membro da equipe e a morte de outros dois. O
único que consegue escapar é o sargento Kinney (Liam Hemsworth), justamente o
mais novo do grupo. É ele que merecerá toda a atenção dos controladores Eddie e
Mia, responsáveis por indicar o local onde um helicóptero o resgatará do solo
inimigo. Mais uma vez, porém, a situação fica novamente perigosa e sem solução,
já que o helicóptero, sob fogo inimigo, é obrigado a voltar à base sem o soldado.
Kinney terá que agir por sua conta num território hostil e cercado por
inimigos. “Zona de Risco” tem boas cenas de ação, mas escorrega no patético desfecho,
mas não deixa de ser um bom entretenimento.
“JAY KELLY”, 2025,
Estados Unidos, 2h12m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Noah Baumbach
(“História de um Casamento”, “Frances Ha”), que também assina o roteiro com
Emily Mortmer (atriz que atua no filme). George Clooney é Jay Kelly, um ator
famoso. Jay Kelly é George Clooney, o ator famoso. Difícil distinguir um do
outro na história. Claro que há algumas diferenças, uma delas é o fato de Jay
Kelly ter duas filhas e George não é pai. O personagem Jay Kelly é um
ator norte-americano famoso, cercado por uma equipe chefiada pelo empresário
Ron Sulgenick (Adam Sandler), com segurança, motorista particular, assessor de
imprensa, maquiador, figurinista, nutricionista, enfim, um séquito que somente
um astro é capaz de reunir. Jay Kelly, há muito envolvido em produções para o
cinema, nunca foi um pai presente para as duas filhas. Agora, mais maduro, quer
um contato maior com elas, mas recuperar o tempo perdido pode ser muito mais
difícil. Aproveitando sua viagem à Itália para receber um prêmio alusivo à sua
carreira, Kelly viverá uma verdadeira aventura pelas belas paisagens da
Toscana, o que incluiu até um ato de herói e o reencontro com seu pai. Achei o filme muito irregular, com
algumas boas sacadas e outras nem tanto, acrescidas a diálogos infelizes e até
patéticos. O que não se pode negar é a qualidade do elenco, que ainda conta com
Billy Crudup, Laura Dern, Emily Mortimer, Erica Sweany, Riley Keough, Greta
Gerwig (esposa do diretor), Patrick Wilson, Isla Fisher, Alba Rohrwacher, Jim
Broadbenty, Eve Hewson e Grace Edwards. “Jay Kelly” não é tão ruim quanto dois
dos recentes filmes de Clooney, como “Lobos”, de 2024, quando contracenou com
Brad Pitty, e “Ingresso para o Paraíso”, de 2022, quando fez par romântico com
Julia Roberts. “Jay Kelly” não fez jus ao astro George Clooney.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
“NOVEMBRO” (“NOVIEMBRE”), 2025, coprodução Colômbia/Brasil/México/Noruega, 1h18m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Tomás Corredor, que
também assina o roteiro juntamente com Jorge Goldenberg. O contexto histórico é
a invasão do Palácio da Justiça, sede da Suprema Corte da Colômbia, em Bogotá, no
dia 6 de novembro de 1985, por guerrilheiros esquerdistas do M-19. Depois de 27
horas angustiantes, as tropas do governo resolveram a parada, mas o saldo foi
trágico: 100 mortos, dezenas de feridos e mais de 6 mil processos destruídos.
Entre os mortos, 12 juízes, incluindo o presidente da Suprema Corte, Alfonso
Reyes Echandía. Alternando com vídeos jornalísticos da invasão, a ação de “Novembro”
transcorre apenas no cenário de um banheiro, onde estão confinadas dezenas de
reféns, civis e alguns guerrilheiros, além de pessoas feridas. No meio deles, importantes
magistrados e um dos chefes dos guerrilheiros. Eles conversam entre si e extravasam
o seu desespero quanto ao final da situação, enquanto explosões acontecem do
lado de fora, o exército tentando invadir o palácio e libertar os reféns. O
filme estreou no Toronto International Film Festival e depois foi exibido por
aqui no São Paulo International Film Festival. Achei o filme bastante
interessante, mas não o recomendo para o público acostumado a ver filmes para
entretenimento, pois o clima é pesado demais.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
“DROP: AMEAÇA ANÔNIMA” (“DROP”), 2025, Estados Unidos, 1h36m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Christopher B. Landon (“Freaky: No Corpo de um Assassino”, “A Morte te dá Parabéns”), seguindo roteiro assinado por Jillian Jacobs e Chris Roach. Finalmente um suspense de qualidade, com muita tensão do começo ao desfecho, prendendo a atenção do espectador a cada cena. Dois anos depois de viver um episódio trágico e traumático envolvendo a morte de seu marido, Violet (Meghann Fahy) resolve dar um passo adiante na sua vida. Entra num site de relacionamento e, depois de muito papo on-line, resolve marcar um jantar com Henry (Brandon Sklenar), um sujeito bonitão e bom de papo. O encontro é marcado num restaurante de luxo no 38º andar de um edifício também luxuoso. Ocorre que, de repente, ela começa a receber mensagens ameaçadoras em seu celular. Algum psicopata anônimo, que propõe um jogo que pode levar à morte o filho dela, assim como sua irmã, que ficou em casa cuidando do garoto. Mas o sufoco de Violet não acaba por aqui. Ela percebe que o psicopata pode estar no próprio restaurante. Dessa forma, todos os clientes são suspeitos, desde um garçom, o pianista, um sujeito que foi rejeitado pela mulher, uma bartender e até um grupo de jovens, assim como o próprio Henry. O espectador acompanha o desespero de Violet tentando adivinhar também quem é o possível maluco das mensagens. Embora o desfecho tenha lá muitas situações absurdas - confesso que não entendi muito bem a motivação do vilão da história -, o suspense prende a atenção do começo ao fim. Completam o elenco Violett Beane, Reed Diamond, Gabrielle Ryan, Jeffery Self, Ed Weeks e Travis Nelson. Mas é a bela Mehann Fahy (de “The White Lotus”) quem leva o filme nas costas, com uma atuação primorosa. Trocando em miúdos, “Drop – Ameaça Anônima” é um suspense de primeira. Imperdível.
sábado, 29 de novembro de 2025
“LEFTER: O PROFESSOR” (“LEFTER:
BIR ORDINARYÜS HIKAYESI”), 2025, Turquia, 2h6m, em
cartaz na Netflix, direção de Can Ylkay (“Ayla”, “Filhos de Istambul”),
seguindo roteiro assinado por Ayse Ilker Turgut. Cinebiografia de Lefter
Küçükandonyadis (1924/2012), o lendário jogador de futebol turco titular da
seleção de seu país em 50 jogos, incluindo a primeira participação na Copa do
Mundo de 1954. Ao contrário do eu imaginava, o futebol serviu apenas como pano
de fundo na história. Desde sua infância e adolescência na ilha de Büyükada,
onde ajudava o pai pescador, até sua despedida do futebol, aos 39 anos, o filme
dá maior destaque à vida particular de Lefter, o relacionamento com a família,
o casamento com Stavrini (Deniz Isin), sua
aventura amorosa com Meri (Alishan Malbora) quando jogava na Fiorentina (Itália)
e o retorno ao time do Fenerbahçe, além das questões políticas da época, incluindo
a rivalidade com a Grécia por causa de Chipre. Estranhamente, não houve qualquer menção à participação da seleção turca na Copa de 1954, a primeira de sua história.
O roteiro preferiu destacar o amistoso disputado em 1956 entre a seleção turca
e a máquina de jogar da Hungria, do craque Puskás, vencido pelos turcos por 3 a
1, um dos gols marcados por Lefter. Tal qual Sócrates, o saudoso ex-craque
corintiano, Lefter também recebeu o apelido de “professor” por causa de suas atuações
nas quatro linhas. Trocando em miúdos, achei que o filme falhou ao adotar o
estilo novelesco, aspecto muito comum à maioria dos filmes do cinema turco. Mas
vale a pena conhecer quem foi o astro Lefter, para mim, até assistir ao filme, um ilustre
desconhecido.
quinta-feira, 27 de novembro de 2025
“AS LOUCURAS” (“LAS LOCURAS”), 2025,
México, 2h01m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Rodrigo García Saiz.
Alvíssaras! Rufem os tambores! Comemorem, cinéfilos do meu Brasil. Acaba de
chegar na Netflix um dos filmes mais interessantes, inteligentes e criativos
dos últimos anos. É o terceiro longa do jovem cineasta Rodrigo García Saiz - os outros dois foram "Lluvia" e "Morro" -, mais
conhecido como diretor de curtas. “As Loucuras” é uma pérola do cinema mexicano,
com um elenco de muito respeito, principalmente atrizes do mais alto gabarito,
um primoroso roteiro e pitadas de humor tratadas com muita inteligência. São seis histórias envolvendo
mulheres, cada qual à sua maneira, atingidas por uma intensidade emocional de um colapso nervoso. Em quase todas, com exceção da segunda, os eventos estão
relacionados com Renata (Cassandra Ciangherotti), uma jovem problemática que cumpre
prisão domiciliar depois de promover uma grande confusão num supermercado.
Diagnosticada com transtorno bipolar no mais alto grau, ela vive dando um trabalho
danado ao pai e à madrasta. Na segunda história, uma veterinária tem um ataque
de nervos depois de praticar eutanásia numa cadela que tem seu nome: Penélope. Nas
demais, Renata aparece também como protagonista, mas não a principal, inclusive naquela em que
sua psiquiatra participa de um almoço em família que acaba na maior confusão. Enfim,
cada história reserva uma situação diferente das demais, com muito humor e
histerismo feminino. Além de Cassandra Ciangherotti, que dá um show como a
desequilibrada Renata, estão no ótimo elenco Naian González Norind, Adriana
Barraza, Fernando Cattori, Raúl Briones, Fernanda Castillo, Natalia Solian,
Ilse Salas e Natalia Plascencia, além do veterano ator chileno Alfredo Castro, o único não mexicano do elenco. Resumindo,
“As Loucuras” é um filme agradável que trata com muita eficiência as
fragilidades humanas que atingem mulheres à beira de um ataque de nervos. IMPERDÍVEL, com letras maiúsculas.
domingo, 23 de novembro de 2025
“MISS REVOLUÇÃO” (“MISBEHAVIOUR”)
–
já encontrei o mesmo filme com o título de “Mulheres ao Poder” – 2021,
coprodução Inglaterra/Irlanda/Austrália, 1h46m, em cartaz na Prime Vídeo,
direção de Philippa Lowthorpe, com roteiro assinado por Rebecca Frayn e Gaby
Chiappe. Pouco divulgado por aqui e escondidinho no catálogo da Prime, resolvi
assistir e comentar porque uma grande amiga minha participou do concurso Miss
Mundo 1970. Sonia Yara Guerra ficou em segundo lugar no Miss Brasil e
conquistou o direito de disputar o Miss Mundo em Londres. “Miss Revolução”
conta os bastidores do concurso e o que aconteceu no dia da sua realização, que
ficou marcado não apenas pelo tumulto promovido por ativistas feministas, mas
também por eleger a primeira mulher negra como Miss Mundo, a miss Granada (Gugu
MBatha-Raw). Outra curiosidade foi a participação da África do Sul, que, por causa do apartheid, concorreu com duas candidadas, uma negra e uma branca. Outro destaque foi a participação, como mestre de cerimônias, do consagrado comediante norte-americano Bob Hope (Greg Kinnear).
Também fazem parte do ótimo elenco Keira Knightley, Jessie Buckley, Rhys Ifans,
Lesley Manville, Keeley Hawes, Suki Watershouse, Emma Corrin, Loreece Harrison
e Phyllis Logan. O filme agradou a crítica. O rigoroso site Rotten Tomatoes, por exemplo, apurou 88% de aprovação com base em 33 críticas. Eu também gostei, pois relembrou,
com uma caprichada recriação de época, aquele que foi um dos anos de muita
ebulição cultural e política no mundo. Recomendo.
“DEPOIS DA CAÇADA” (“AFTER THE
HUNT”), 2025, coprodução Estados Unidos/Itália, 2h19m, em cartaz
na Prime Vídeo, direção de Luca Guadagnino (“Me Chame pelo Seu Nome”), com
roteiro assinado por Nora Garrett. Numa das primeiras cenas, professores e
alunos do Instituto de Filosofia da Universidade de Yale conversam sobre
comportamento humano, psicologia e, claro, filosofia. Os diálogos são afetados,
recheados de citações filosóficas e muita erudição. Enfim, enfadonhos. Confesso que
tive vontade de desistir, mas continuei firme, mais como curiosidade. E,
afinal, também tem Julia Roberts comandando o elenco. Resumo da história: a
professora Alma Imhoff (Roberts) é procurada pela aluna Magguie (Ayo Edebiri)
que denuncia ter sido estuprada pelo professor Henrik Gibson (Andrew Garfield).
Alma fica sem saber o que fazer, pois Henrik é seu grande amigo e ex-namorado.
A dúvida sobre quem está dizendo a verdade fica ainda maior depois que Alma confronta
Henrik. Em meio a toda essa confusão, Alma ainda é obrigada a conviver com
fortes dores causadas por úlceras não tratadas, o que aumenta ainda mais o seu
estresse, além do marido passivo, ausente e metódico. Assim como o público e a maioria dos críticos
profissionais, também achei o filme muito chato, apesar do elenco competente,
que conta ainda com Chloë Sevigny (irreconhecível) e Michael Stuhlbarg. Não duvido que Julia Roberts seja indicada ao prêmio de Melhor Atriz do próximo Oscar.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
“BELÉN – UMA HISTÓRIA DE
INJUSTIÇA” (“BELÉN”), 2015, Argentina, 1h40m, em cartaz na Prime
Vídeo, direção de Dolores Fonzi, que também assina o roteiro juntamente com
Laura Paredes e Agustina San Martín. Este é o segundo filme dirigido pela atriz
Dolores Fonzi, muito conhecida por sua
participação em vários filmes argentinos, entre os quais “Blondi”, o qual
dirige e atua, além dos ótimos “Paulina” e “A Cordilheira”. Em “Belén”, cuja
história é baseada em fatos reais ocorridos em 2014 e descritos no livro “Somos
Belén”, da jornalista Ana Correa, Fonzi é a advogada Soledad Deza, que assume a
defesa de Julieta (Camila Plaate), a “Belén” do título, acusada de cometer
infanticídio. Tudo aconteceu num hospital da cidade de Tucumán, norte da
Argentina, região marcada por um forte conservadorismo religioso. Com dores
abdominais, Julieta estava prestes a ser atendida quando pede para ir ao
banheiro. Quando volta, é imediatamente colocada numa maca, mas no meio do
atendimento chega a polícia e a algema, pois denunciaram que havia um feto no
banheiro. Mesmo negando que o feto era dela, Julieta foi presa, julgada e
condenada por infanticídio. A advogada Soledad Deza, que assume a defesa de Julieta depois que a
primeira advogada desiste do caso, entra com recurso e consegue um novo
julgamento, desta vez com um grande apoio popular, porém a libertação de “Belén”
– codinome dado a Julieta visando preservar sua segurança na penitenciária –
aconteceria somente mais tarde. O filme foi selecionado para representar a Argentina na
disputa do “Melhor Filme Estrangeiro” no Oscar 2026, uma verdadeira consagração
para Dolores Fonzi. Realmente, o filme é ótimo.
“MANGA” (“MANGO”), 2025,
Dinamarca, 1h36m, em cartaz na Netflix, direção do cineasta iraniano Mehdi Avaz
(“Toscana”, “Uma Linda Vida”), seguindo roteiro assinado por Milad Schwartz
Avaz. Com apenas 10 minutos de filme você já sabe o que vai acontecer. Tudo
muito previsível, um clichê da maioria das comédias românticas. A história é
centrada em Laerke (Josephine Park), uma mulher de meia idade que trabalha para
uma grande corretora, papel de Paprika Steen. Laerke fica responsável de viajar
para Málaga, na Espanha, com o objetivo de comprar um terreno para construir um
grande hotel. Só que esse terreno é ocupado por uma grande plantação de mangas,
cujo proprietário é o viúvo Alex (Dar Salim). A negociação deve ser fácil, pois
Alex está afundado em dívidas. Só que ele rejeita todas as ofertas, já que a
plantação preserva a memória de uma tragédia que resultou na morte de sua
esposa. Trocando em miúdos, “Manga” é uma comédia romântica bastante simpática,
tem um bom elenco de atores bem conhecidos do cinema dinamarquês e belos
cenários do campo. Para relaxar numa tarde com pipoca.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
“O NAUFRÁGIO DO HEWELIUSZ” (“HEWELIUSZ”), 2025,
Polônia, minissérie de cinco episódios em cartaz na Netflix, direção de Jan
Holoubek e roteiro assinado por Kasper Bajon, baseado em fatos reais ocorridos
em janeiro de 1993. O cargueiro “MS Jan Heweliusz”, que saiu de Swinoujscie, na
Polônia, para Ystad, na Suécia, naufragou no Mar Báltico, matando 55 dos seus
64 ocupantes, a maioria por hipotermia. Nas investigações sobre as causas do
acidente, chegou-se à conclusão de que os culpados seriam o capitão e sua
tripulação, mesmo que tenha sido registrada uma tempestade violenta com ventos
de 180 km/h, dificultando o controle da embarcação. Os três primeiros capítulos
são dedicados a mostrar os momentos que antecederam o naufrágio, as tentativas
infrutíferas de salvamento e o desespero dos tripulantes na hora fatal. As
cenas são angustiantes e realistas, levando o espectador a sofrer junto com as
pessoas querendo se salvar. Nos dois capítulos finais, a minissérie destaca o
julgamento que determinará quem foram os culpados pela tragédia: a empresa
proprietária do navio, que não realizou a manutenção necessária ou um erro
humano, ou seja, do capitão e da tripulação. Neste último caso, a empresa fica
livre de indenizar as famílias das vítimas. Participam do elenco alguns dos
nomes mais conhecidos do cinema polonês, tais como Magdalena Rózczka, Jacek
Koman, Borys Szyc, Mia Goti (não confundir com a inglesa Mia Goth), Michalina
Labacz, Michal Zurawski e Anna Dereszowska. Aos que costumam enjoar no mar,
aconselho a tomar um Dramin antes de ligar o play. Trocando em miúdos, a minissérie
é ótima.
domingo, 16 de novembro de 2025
“A CAÇA” (“THE HUNTED”), 2024,
em cartaz na Prime Vídeo, 1h35m, coprodução Inglaterra/França/Bélgica, direção
do cineasta francês Louis Lagayette (“The Hole”, “Tigres e Hienas”), que também
assina o roteiro com Jérôme Genevray. Com problemas no motor, um barco lotado
de refugiados do Sudão e outros países da África fica à deriva no Mar Mediterrâneo.
Quando os passageiros estão quase perdendo as esperanças, surge um iate luxuoso
que os resgata, levando-os para uma ilha. Aqui, são acolhidos, tomam banho,
recebem roupas limpas e jantam na companhia da dona da mansão (Marlene
Kaminsky) e outros convidados. Na hora lembrei daquele ditado que diz “Quando a
esmola é grande, até o santo desconfia”. Não deu outra. No dia seguinte, dopados,
os refugiados são avisados que serão caçados e terão 10 minutos para correr e
se esconder pela ilha. Só que os caçadores não contavam que Wael (Lily Banda) é
uma ex-soldado treinada no Sudão, que até o desfecho tentará se manter viva e
ajudar os companheiros caçados. Não há muito mais a comentar. Só lamentar o
decepcionante elenco de ilustres desconhecidos, as cenas de ação mal feitas e
uma história que permanece inexplicável, pois fica devendo a explicação de quem
é quem entre os caçadores e, principalmente, a proprietária da mansão. O
resultado final é decepcionante. Como garantido pela nossa democracia relativa,
fique à vontade para assistir ou não.
sexta-feira, 14 de novembro de 2025
“A ÚLTIMA SESSÃO DE FREUD” (“FREUD’S
LAST SESSION”), 2023, coprodução Estados
Unidos/Irlanda/Inglaterra, 1h50m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção
de Matthew Brown (“O Homem que Viu o Infinito”). Londres, setembro de 1939. Em
seus últimos dias de vida, o psicanalista Sigmund Freud recebe a visita do
escritor e professor universitário irlandês C.S. Lewis, que mais tarde ficaria
famoso pela autoria de “Crônicas de Nárnia”, entre outros romances. Esse
encontro fictício foi imaginado pelo psiquiatra Armand Nicholi no livro “The Question of God: C.S. Lewis and Sigmund Freud Debate God, Love, Sex and The Meaning of
Life”, que mais tarde seria adaptado para o teatro na peça “Freud’s Last
Session”, do dramaturgo Mark St. Germain. Agora, o tema acabou virando o filme
que comento neste espaço. Aliás, um filme excelente, não muito fácil de
digerir, pois é integralmente feito de diálogos em que Freud e C.S. Lewis
discutem temas como amor, sexualidade, filosofia, espiritualidade, religião, a existência
de Deus, o futuro da humanidade. Enfim, conversas do mais alto nível entre dois
dos mais importantes cérebros do século XX, com direito a uma participação especial,
também fictícia, do escritor J.R.R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis”). Em meio aos
diálogos, o filme destaca cenas de batalha da 1ª Guerra Mundial, motivo
principal dos traumas de C.S. Lewis, que lutou no conflito. Estão no elenco Anthony Hopkins (Freud),
Matthew Goode (Lewis), Liv Lisa Fries (Anna Freud), Jody Balfour (Dorothy
Burlingham, amante de Anna), Sephen Campbell Moor (J.R.R. Tolkien), Jeremy
Northam (Ernest Jones) e Orla Brady (Nanie Moore). Trocando em miúdos, um filme
que passa longe de um entretenimento leve, mas de muita qualidade.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
“IL BOEMO”, 2022, em cartaz na Prime Vídeo, coprodução República Tcheca/Itália/Eslováquia, 2h20m, direção de Petr Václav, cineasta tcheco radicado na França, que também assina o
roteiro com a colaboração de Gilles Taurand. Trata-se da cinebiografia do
compositor e maestro tcheco Josef Myslivecek (1737/1781), que teve grande importância
na história da música erudita e da ópera na segunda metade do século 18. O
filme acompanha a chegada de Josef em Veneza, na Itália, para estudar música
com o maestro Finocchietti (Alberto Gracco). Para sobreviver, Josef dava aulas
de violino e piano. Nessa época, então um ilustre desconhecido, o músico tcheco
começou um romance com uma mulher da corte, que o incentivou a compor uma
ópera. Assim começou a fase áurea de Myslivecek, também conhecido pelo apelido
de “Il Boemo”, contratado por vários teatros italianos para dirigir suas
orquestras e compor óperas. O filme dedica espaço para as inúmeras aventuras
amorosas do músico, interpretado pelo ator Vojtech Dyk, também músico e cantor
de profissão. E ainda um encontro muito especial com Wolfgang Amadeus Mozart, um menino prodígio que surpreendeu o musico tcheco reproduzindo com perfeição uma música do maestro que acabara de ouvir. A vida promíscua de Myslivecek teria um resultado trágico depois
que o maestro contraiu sífilis terciária, causando-lhe a morte. Completam o
elenco Elena Radonicich, Barbara Ronchi, Lana Vlady e Federica Vecchio. O filme
é um deleite visual e sonoro. A recriação de época é primorosa, destacando os
cenários e os figurinos, além de uma maravilhosa trilha sonora, um brinde
especial para quem gosta de música erudita. “Il Boemo” representou a República
Tcheca na disputa da categoria Melhor Filme Internacional no Oscar 2023. Imperdível.
domingo, 9 de novembro de 2025
“FRANKENSTEIN”, 2025,
Estados Unidos, 2h29m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção do cineasta
mexicano Guillermo Del Toro, cujo currículo compreende uma excelente
filmografia, na qual incluo “A Forma da Água”, Oscar de Melhor Filme e Melhor
Diretor em 2018, “O Labirinto do Fauno”, “A Espinha do Diabo” e a animação “Pinóquio”,
vencedor da categoria no Oscar 2023. Acredito que “Frankenstein” deva ser também indicado para algumas categorias no Oscar 2026. O filme é um deleite visual, ao
estilo romantismo gótico que o cineasta mexicano domina como poucos. Esta nova
adaptação do romance escrito por Mary Shelley em 1818 traz o ator guatemalteco
Oscar Isaac como o médico e cientista Victor Frankenstein, criador do monstro
que tem assustado plateias desde 1931, quando a criatura foi papel de Boris
Karloff. Outras adaptações foram feitas, mas a melhor continuo achando a de
Karloff, quando a criatura tinha a cabeça quadrada e um enorme parafuso no
pescoço, como também foi estilizado em revistas de quadrinhos. Completam o
elenco nesta última versão de Frankenstein a atriz Mia Goth, Jacob Elordi (a
criatura), Christoph Waltz, Felix Kammerer, Charles Dance, David Bradley e Lar
Mikkelsen. Sob a batuta de Guillermo Del Toro, "Frankenstein" ganhou um tratamento estético dos mais primorosos. Não perca!
“HEDDA”, 2025, Estados Unidos, 1h48m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Nia DaCosta (“A Lenda de Candyman”, “As Marvels”). Logo nas primeiras cenas percebi que os diálogos eram bem teatrais. Acertei em cheio, pois depois verifiquei que se tratava de uma releitura da peça “Hedda Gabler”, escrita em 1891 pelo dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. A adaptação é provocativa e moderna, sendo toda a ação ambientada numa única noite em que Hedda Gabler (Tessa Thompson) e seu marido George Tesman (Tom Bateman) promovem uma grande festa para apresentar a mansão totalmente reformada para a qual o casal acaba de se mudar – o imóvel pertencia ao General Gabler, pai de Hedda. Os convidados representam a alta sociedade, incluindo professores universitários e algumas autoridades. Fácil perceber que Hedda, insatisfeita no casamento e infeliz como dona de casa, é uma mulher manipuladora. Com intrigas e mentiras, ela desenvolve uma série de atritos que acabam gerando desavenças. Nesse contexto são envolvidos os personagens de seu marido, de sua ex-amante Eileen Lovborg (a atriz alemã Nina Hoss) e de uma mulher que não havia sido convidada, papel de Imogen Poots. Muita bebida, cocaína à vontade e sexo casual pelos jardins da mansão. Enfim, uma festa que provavelmente não terminará bem. Completam o elenco Nicholas Pinnock, Finbar Lynch e Mirren Mack. Não conheço a peça de Ibsen, portanto não sei se a adaptação foi bem feita. De qualquer forma, achei o filme bastante interessante.
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
“BALADA DE UM JOGADOR” (“BALLAD
OF A SMALL PLAYER”), 2025, coprodução Inglaterra/Alemanha, 1h41m, em cartaz na
Netflix, direção de Edward Berger, seguindo roteiro assinado por Rowan Joffe e adaptado do romance escrito por Lawrence Osborne em 2014. Existem dois
excelentes motivos para recomendar este drama: a impressionante atuação do ator
Colin Farrell e a primorosa fotografia de James Friend, responsável por um
visual deslumbrante. A história é toda centrada no ex-advogado e jogador
compulsivo Riley (Farrell), que foge da Inglaterra depois de dar um golpe numa
milionária e se estabelece em Macau, na China. Explica-se: Macau é considerada
a “Las Vegas da Ásia”, repleta de cassinos e outras atrações para quem tem
muito dinheiro e gosta de jogar e se divertir. Utilizando o pseudônimo de Lord Doyle, um suposto aristocrata inglês,
Riley chega a Macau com pompa e circunstância, hospeda-se nos melhores hotéis,
bebe e come do melhor e, quando não ganha do jogo, o que acontece sempre, acaba
fugindo do hotel pela porta dos fundos. Não é um sujeito normal, pois além de
viciado é propenso a crises de pânico e arritmia cardíaca. Além do azar nas
mesas de bacará, Riley é perseguido por uma detetive particular (Tilda Swinton)
contratada pelas vítimas que o viciado deixou pelo caminho. Como anunciado na
cena de abertura do filme, o final de Riley será trágico. Se há mais um aval
para o filme, este deve ser dado também ao diretor suíço Edward Berger, cujo
currículo conta com filmes de grande sucesso e de qualidade, entre os quais “Nada de Novo no Front”,
Oscar de Melhor Filme Internacional em 2023, e o excelente “Conclave”, também
premiado em festivais mundo afora.
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
“IMPIEDOSO” (“RUTHLESS”), 2023,
Estados Unidos, 1h32m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Art Camacho, que
também assina o roteiro com Javier Reyna e James Dean Simington. Harry (Dermot
Mulroney) é cinquentão especialista em artes marciais e instrutor de luta greco-romana aos
alunos do Ensino Médio numa escola municipal (o material de divulgação diz que
é luta livre, mas o correto é mesmo luta greco-romana). Uma das alunas da luta
é Catia (Melissa Diaz), de 16 anos, a mesma idade em que a filha de Harry foi
assassinada alguns anos antes. Como Catia aparecia nas aulas muitas vezes com
hematomas no rosto, Harry resolveu perguntar o que estava acontecendo. O culpado
é o padrasto dela, um sujeito violento que vivia bêbado e também agredia a mãe
de Catia. Harry foi confrontá-lo, resultando em alguns ossos quebrados. Logo
depois disso, a jovem desaparece misteriosamente e Harry acaba descobrindo que
a menina tinha sido vítima de uma gangue de exploração sexual. Com a ajuda de
um detetive de polícia, Harry vai atrás dos sequestradores. Até o desfecho,
muita pancadaria e ossos quebrados. Tudo bem que o ator Dermot Mulroney não é
nenhum brucutu assustador, mas seu desempenho não decepciona. Só para lembrar, o ator é mais conhecido como galã de filmes românticos, principalmente depois que fez par com Júlia Roberts em "O Casamento do Meu Melhor Amigo", em 1997. Se você é
daqueles que gostam de assistir mocinho se vingando e bandidos muito machucados, este
é o filme certo.





















