quarta-feira, 25 de junho de 2025

“ATÉ A ÚLTIMA GOTA” (“STRAW”), 2025, Estados Unidos, 1h48m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Tyler Perry. Imagine você acordar e logo receber a notícia de que vai ser despejada por falta de pagamento. Assim começou o dia de Janiyah Witkins (Taraji P. Henson), uma mãe solteira prestes também a perder o emprego cujo salário mal dá para sobreviver e pagar os remédios da filha doente. Já à beira de um ataque de nervos, ela ainda enfrentará muitos problemas, como se envolver numa confusão de trânsito com um policial e ainda ser acusada de assalto. E pior, de homicídio. Desesperada, ela entra na sua agência bancária para descontar um cheque, o que lhe é negado. É a gota d’água (ou a última gota do título) para ela se armar com uma pistola e ameaçar todo mundo, mobilizando a polícia local, a SWAT e até o FBI. O filme lembra muito “Um Dia de Fúria”, com Michael Douglas, um grande sucesso de 1993. A tensão predomina do começo ao desfecho, destacando a excelente atuação da atriz Taraji P. Henson, comprovando a mesma competência que já demonstrou em outros filmes, como o ótimo  “Estrelas Além do Tempo”, (2016), “Proud Mary” (2018) e “A Cor Púrpura” (2023), entre outros. Embora eu tenha gostado de “Até a Última Gota”, me incomodou de novo o fato do cineasta Tyler Perry escalar praticamente todo o elenco com atores negros, embora na maioria dos seus filmes, inclusive neste, ele introduz sempre a questão do racismo nos Estados Unidos, quando quase todas as atrizes apareçam com os cabelos alisados, uma incoerência constante de Perry.                    

segunda-feira, 23 de junho de 2025

 


A SOGRA (PRISLA V NOCI), 2023, República Tcheca, 1h27m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção dos cineastas Tomas Pavlicek e Jan Vejnar. Trata-se de uma ótima comédia, pelo menos para quem tem ou teve uma sogra legal. Para os que têm ou tiveram uma sogra chata e invasiva, o filme pode ser encarado como de puro terror. De mala e cuia, a viúva sessentona Valerie (Simona Peková) chega de surpresa à casa do filho Jirka (Jirí Rendl), pedindo para passar uma noite. Se fosse apenas uma noite já teria sido um horror, mas a mulher foi ficando, ficando... De início, Aneta (Annette Nesvadbova), esposa de Jirka, teve pena da sogra e se esforçou para agradá-la. Ledo (Ivo) engano. Valerie começou a interferir no dia a dia do jovem casal, mudando os objetos de lugar, sujando a cozinha e ocupando o banheiro por horas, além de invadir o quarto do casal bem na hora do sexo. Não bastasse, passou a jogar na cara do filho que o apartamento ainda era dela, embora seu falecido marido tenha doado a Jirka, além de dar ordens e convidar gente estranha para dentro de casa. Confusão instalada, Jirka e Aneta começaram a se desentender, sem saber como se livrar da velha. O filme é bem divertido, embora o desfecho seja um tanto incompreensível e mal acabado, mas nem isso prejudicou o resultado final. Recomendo.                      

domingo, 22 de junho de 2025

 

EXPIAÇÃO (SWIETY), 2023, coprodução Polônia/Hungria, 1h45m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Sebastian Buttny. Trata-se de um suspense policial com pano de fundo político e religioso. A história é baseada em fatos reais, ou seja, as consequências do roubo da estátua de Santo Adalberto na catedral da cidade de Gniezno, na Polônia. O ano é 1986 e o caso teve grande repercussão no país, pois Santo Adalberto, também conhecido como Wojciech, foi uma figura central na história do país, um missionário e bispo célebre por difundir o cristianismo entre os povos eslavos no século 10. O tenente Andrzej Baran (Mateusz Kosciukiewicz), da Milícia dos Cidadãos, ficou encarregado de investigar a autoria do roubo. Durante o seu trabalho, porém, ele começou a receber pressão de setores da Igreja, autoridades policiais e do governo comunista por intermédio do Ministério da Segurança Pública (SB), o equivalente polonês da KGB. Até o desfecho o espectador acompanhará todo o trabalho do tenente Andrzej, suas idas e vindas ao local do roubo e ainda uma série de interrogatórios que o ajudarão na solução do caso. Uma das cenas mais poderosas do filme é aquela em que acontece a reconstituição do roubo, acompanhada por policiais, padres, imprensa e centenas de devotos do Santo Adalberto. O roteiro não facilita o entendimento da história para o espectador, tornando EXPIAÇÃO um filme não destinado ao grande público, mas é muito interessante e bem feito.             

sábado, 21 de junho de 2025

“O ÚLTIMO RESPIRO” (“LAST BREATH”), 2025, coprodução Estados Unidos/Inglaterra/Irlanda do Norte, 1h33m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Alex Parkinson (“Lucy, O Chimpanzé Humano”, A Vida dos Leopardos”), que também assina o roteiro ao lado de Mitchel LaFortune e David Brooks. O filme conta uma história incrível de sobrevivência ocorrida em setembro de 2012. Uma equipe de mergulhadores profissionais sai do porto da cidade de Aberdeen, na Escócia, a bordo do navio “Bibby Topaz”, para realizar uma manutenção periódica de equipamentos localizados em águas profundas do Mar do Norte. Enquanto dois mergulhadores descem numa “gaiola” para fazer o serviço, a embarcação, devido ao mau tempo e mar agitado, sofre problemas no sistema de posicionamento dinâmico, ficando praticamente à deriva. Nessa hora, o cordão de sustentação de um dos mergulhadores se parte e ele fica praticamente isolado nas profundezas, preso num equipamento a cerca de 100 metros de profundidade e restando apenas 10 minutos de oxigênio. Pouco tempo para que o seu resgate seja possível. Somente 29 minutos depois que o seu oxigênio terminou é que um outro mergulhador consegue puxá-lo de volta à gaiola. Dado inicialmente como morto, o mergulhador consegue literalmente ressuscitar, um verdadeiro milagre que nem a ciência e os especialistas conseguem explicar. “O Último Respiro” conta toda essa história com muita competência, destacando as primorosas imagens submarinas e uma tensão que leva o espectador a eriçar os pelos da nuca. O elenco conta com Finn Cole, Woody Harrelson, Simu Liou, Cliff Curtis, Myanna Buring, Bobby Raisnbury, Djimon Hounsou e Mark Bonnar. A ideia do filme surgiu depois que o próprio diretor Alex Parkinson realizou o documentário “Last Breath”, em 2019, contando a história sob o ponto de vista jornalístico, provando que o mergulhador profissional é uma das profissões mais perigosas do mundo. Trocando em miúdos, “O Último Respiro” é um filmaço! Para encerrar, lembro que após o desfecho aparecem imagens de alguns dos personagens reais que viveram aquela grande aventura.                 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

“MIKAELA”, 2025, Espanha, 1h30m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Daniel Calparsoro (“O Aviso”, “O Engregador”, “Até o Céu”) e roteiro direção de Arturo Ruiz. A tal “Mikaela” do título é o nome que as autoridades espanholas deram à violenta nevasca sem precedentes que atingiu e paralisou as estradas na região entre Madrid e Segóvia no feriado religioso do Dia dos Reis, no dia 6 de janeiro. Ou seja, em pleno inverno. Impedidos de circular, os veículos ficaram parados à noite nas estradas. Numa delas, três assaltantes se aproveitam do caos e roubam um carro-forte, matando seus seguranças e fugindo com o dinheiro. O alarme é acionado e chega ao conhecimento do policial veterano Leo (Antonio Resines), que também está preso no enorme congestionamento. Com a ajuda de uma policial novata (Natalia Azahara), Leo parte para a ação contra os assaltantes, que na fuga ainda sequestram um pai de família. Toda a ação é acompanhada pela central de monitoramento da polícia, que orienta a dupla de policiais na perseguição aos assaltantes debaixo de muita neve. A tensão não para até o desfecho, o que torna “Mikaela” um ótimo entretenimento, dosado com algumas boas cenas de ação e humor. Completam o elenco Roger Casamajor, Adriana Torrebejano, Antón Pavel, Cristina Kovani, Patricia Vico, Rocio Muñoz, Bernabé Fernández e Javier Albalá.             

segunda-feira, 16 de junho de 2025

 

“TEMPO DE GUERRA” (“WARFARE”), 2025, Estados Unidos, 1h35m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Ray Mendoza e Alex Garland (“Guerra Civil”). É um filme para espectadores de estômago forte, ainda mais por ser baseado em fatos reais. O ano é 2006 durante a Guerra do Iraque e o cenário é a cidade de Ramadi,  ocupada por militantes ligados à Al Qaeda. Um pelotão de fuzileiros navais do exército dos Estados Unidos ocupa uma casa estrategicamente localizada para vigiar os movimentos dos guerrilheiros. Só que o tirou saiu pela culatra, pois foram os inimigos que localizaram a casa, colocando-a sob fogo intenso. Uma granada é jogada pela janela e fere gravemente dois soldados. Pelo rádio, os norte-americanos pedem socorro médico e, minutos depois, chega um tanque para resgatar os feridos. Durante o procedimento, uma bomba explode o veículo, matando e ferindo gravemente mais outros soldados. Enfim, uma carnificina, que depois acabou sendo chamada de “a batalha de Ramadi”. O episódio foi vivido pelo co-diretor Ray Mendonza, ex-fuzileiro naval que estava naquele pelotão. Dessa forma, o filme foi realizado de acordo com o relato de Mendonza, mostrando a tensão dos soldados diante da possível invasão da casa pelos terroristas, gerando cenas intensas de violência e suspense. Não tenho dúvida em afirmar que “Tempo de Guerra” é um dos retratos mais viscerais sobre os horrores de uma guerra. Lembrei de um filme bastante semelhante, “Falcão Negro em Perigo”, de 2001, dirigido por Ridley Scott. “Tempo de Guerra” não é melhor, mas é tão bom quanto. É igualmente perturbador, realista e claustrofóbico, com alto nível de tensão. Quanto ao elenco, é formado por atores jovens que dão conta do recado. IMPERDÍVEL!, assim mesmo, em letras maiúsculas.           

domingo, 15 de junho de 2025

 

“UM ÁLIBI” (“AN ALIBI”), 2022, França, 1h30m, em cartaz na Prime  Vídeo, direção de Orso Miret, seguindo roteiro assinado por Emmanuel Mauro e Laurente Roggero. Quem assistir a este suspense vai lembrar na hora do velho ditado popular “Mentira tem Perna Curta”. A história é bem legal, prende atenção até o desfecho, graças a um primoroso roteiro e um ótimo elenco. Quando um grupo de amigos chega à casa da amiga aniversariante Lucie (Sara Martins), o cenário é trágico: ela está morta nos braços do marido Max (Pascal Demolon). Eles chamam a polícia e, percebendo que Max, todo cheio de sangue, poderá ser considerado suspeito, inventam um álibi. Interrogados pela inspetora Garnier (Aurélia Petit), os amigos mantêm o álibi, mas a policial, experiente, não cai na história. Sobra para o marido, que, embora negue ser o culpado, é detido por ser o principal suspeito. O mistério sobre o assassinato só será revelado perto do desfecho, numa reviravolta surpreendente. Completam o elenco Annelise Hesme, Michaël Cohen, Yannick Choirat, Grégori Derangère e Saverio Maligno. Sem dúvida, um filme bastante interessante e agradável de assistir. Um suspense de primeira.      

quinta-feira, 12 de junho de 2025

“A NOITE DAS BRUXAS” (“A HAUNTING IN VENICE”), 2023, coprodução Inglaterra/Estados Unidos/Itália, 1h43m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Kenneth Branagh, que também assina o roteiro com Michael Green. Este é o terceiro filme da trilogia adaptada para o cinema pelo ator e cineasta inglês Kenneth Branagh da obra da escritora Agatha Christie. O primeiro foi “Assassinato no Expresso Oriente (2017), e o segundo “Morte no Nilo” (2022), sempre com Branagh atuando no papel do inspetor Hercule Poirot. “A Noite das Bruxas” foi adaptado do livro “Hallowe’en Party”, de 1969. A história é ambientada em 1947, quando Poirot curte sua aposentadoria em Veneza, protegido pelo seu guarda-costas italiano Vitale Portfloglio (Ricardo Scamarcio). Mas seu descanso não durará muito. Ao receber a visita de sua amiga Ariadne Oliver (Tina Fey), uma escritora de romances de mistério, ele aceita participar de uma sessão espírita na casa da cantora lírica Rowena Drake (Kelly Reilly). A convidada especial é a misteriosa médium sra. Reynolds (Michelle Yeoh). Rowena promoveu a reunião para tentar se comunicar com a filha, que morreu afogada meses antes. Após o encerramento da sessão, porém, mais uma morte misteriosa acontece, levando Poirot a acreditar que o assassino está entre os convidados. E por aí vai a história, quando o responsável pelas mortes será revelado adivinha por quem? Poirot, claro. Completam o ótimo elenco Tina Fey, Camille Cottin, Jamie Dornan, Rowan Robinson, Kyle Allen e Emma Laird. O filme é ótimo, destacando-se a primorosa direção de arte, fotografia (Haris Zambarloukos), cenários, figurinos e, em especial, a vista aérea de Veneza na cena que antecede os créditos finais, um espetáculo visual de levantar da poltrona e aplaudir de pé. Trocando em miúdos, “A Noite das Bruxas” fecha com chave de ouro a trilogia de Kenneth Branagh. Imperdível!    

terça-feira, 10 de junho de 2025

“FÚRIA PRIMITIVA” (“MONKEY MAN”), 2024, coprodução Estados Unidos/Canadá/Índia/Cingapura, 2h1m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Dev Patel, que também assina o roteiro com a colaboração de Paul Angunawela e John Collee. Este filme de ação marca a estreia do ator inglês de origem indiana Dev Patel no roteiro e direção (a história foi criada por ele). Como ator, ele é conhecido por filmes como “Quem Quer Ser um Milionário”, “Lion: Uma Jornada para Casa” e “A Lenda do Cavaleiro Verde”, entre outros. Em “Fúria Primitiva”, ambientado na Índia, ele vive o papel de Kid, um jovem que cresceu com o trauma de ter visto a mãe e toda a população do vilarejo em que morava assassinada por policiais a mando de um poderoso político. Para se sustentar, Kid participa de lutas clandestinas, nas quais usa uma máscara de gorila – seus adversários usam máscaras de outros animais. Enfim, um zoológico sangrento no ringue. Quando tenta iniciar uma vingança contra aqueles que assassinaram sua mãe, Kid é ferido com gravidade e acaba sendo acolhido por uma comunidade Hijra, constituída por pessoas transgênero, intersexo e eunucos, todas devotas da deusa Bahuchara Mata – pesquisei no Google, e essa comunidade realmente existe. Curado de seus ferimentos, Kid aspira um pó mágico – tipo espinafre do Popeye - que lhe dá força e coragem para consumar seu objetivo de vingança. Com sangue nos olhos e uma enorme raiva reprimida, lá vai nosso herói atrás dos assassinos, principalmente o chefe de polícia Rana Singh (Sikandar Kher) e o próprio Baba Shakt (Makarand Deshpande), o poderoso líder político. A violência corre solta até o final, com muita ação, pancadaria e sangue jorrando. As cenas são muito bem realizadas. Como já aconteceu com outros filmes cujo herói parte para a vingança na base da violência, os críticos profissionais logo o comparam com o personagem John Wick, que ficou famoso com o ator Keanu Reeves. Assim aconteceu também com este “Fúria Primitiva”, já chamado de “o novo John Wick” e ainda com o recém-lançado “Bailarina”, cuja heroína é uma mulher, papel da atriz cubana Ana de Armas. Trocando em miúdos, “Fúria Primitiva” faz jus ao título, com muita ação e violência.      

sábado, 7 de junho de 2025

 

“O CONTADOR 2” (“THE ACCOUNTANT 2”), 2025, Estados Unidos, 2h13m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Gavin O’Connor, seguindo roteiro assinado por Bill Dubuque. Sequência de “O Contador”, de 2016, do mesmo diretor e com grande parte do elenco original, na época um grande sucesso de bilheteria nos EUA. Só para relembrar, o personagem principal é Christian Wolff (Ben Affleck), um contador que presta serviços para organizações criminosas, paralelamente ao seu escritório legítimo de contabilidade. Neste segundo filme, Christian é contratado pela agente Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson), do Tesouro Americano, para ajudá-la a desvendar o mistério que envolve o assassinato do seu ex-chefe Ray King (J.K. Simmons). Como demonstrará na prática, Christian utiliza métodos politicamente incorretos para obter respostas, incluindo muita violência e chantagens. Para isso, conta com a ajuda do irmão Brax (Jon Bernthal), além de uma equipe de adolescentes gênios em informática. Em comparação com o primeiro filme, este tem mais ação e humor, mas não é melhor do que o primeiro. O roteiro dificulta o entendimento da história, deixando o espectador meio perdido. Não é a única falha. Os diálogos, de tão sem graça e sem conteúdo nenhum, beiram a mediocridade. Mesmo com algumas ótimas cenas de ação, o resultado final é decepcionante.         

quinta-feira, 5 de junho de 2025

“SEM RASTRO” (“IMMERSTILL”), 2023, coprodução Áustria/Alemanha, 1h33m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Eva Spreitzhofer, que também assina o roteiro em conjunto com Wolf Jakoby. Suspense policial ambientado num vilarejo austríaco fictício durante um rigoroso inverno. Depois de uma festa de carnaval num clube, duas adolescentes desaparecem misteriosamente. Como a polícia local demora para iniciar as buscas, Lisa Schiller (Christina Cervenka), irmã mais velha de uma delas e que acaba de chegar de Viena, pressiona os policiais a tomarem alguma atitude. Durante as buscas iniciais realizadas com a ajuda de moradores, uma das garotas é encontrada morta à beira de um rio. Resta saber onde está a outra, justamente a irmã de Lisa. Como a polícia está mais perdida que cego em tiroteio, ela resolve investigar por conta própria, com a ajuda do jovem policial Patrick Pollanc (Michael Glantshnig), seu ex-namorado. Um dos primeiros suspeitos é Hubert Lipus (Michael Weger), um sujeito de meia-idade conhecido por assediar as mocinhas do vilarejo. Outros suspeitos aparecem pelo meio do caminho, motivando o espectador a adivinhar quem será o provável culpado, revelado apenas no desfecho, numa reviravolta surpreendente. Trocando em miúdos, o filme demora a engrenar, o ritmo é lento e o roteiro pouco criativo, tão frio quanto os cenários.    

terça-feira, 3 de junho de 2025

“O JOGO DA VIÚVA” (“LA VIUDA NEGRA”), 2025, Espanha, 2h2m, em cartaz na Netflix, direção de Carlos Sedes (“O Caso Asunta”, “Fariña), seguindo roteiro assinado por Ramón Campos e Gemar R. Neira. Ótimo suspense espanhol baseado em fatos reais. Em agosto de 2017, o corpo do engenheiro Antonio Navarro Cerdán foi encontrado na garagem de um edifício no Bairro de Patraix, em Valência. Ele havia sido assassinado com sete facadas. O caso, de grande repercussão na mídia espanhola, ficou conhecido como “A viúva negra de Patraix”, já que a viúva, Maria Jesús Moreno, foi apontada como uma das principais suspeitas do crime – não vou dar spoilers sobre o desfecho do caso. Na adaptação da história para o cinema, a viúva é Maje (a ótima Ivana Baquero, de “O Labirinto do Fauno"), uma enfermeira que tem dois empregos, um num hospital e outro em uma casa de repouso. Mesmo noiva do engenheiro Antonio Navarro (Álex Gadea), ela tem um caso com outro homem. Antonio a perdoou. Só que o casamento não segurou o ímpeto baladeiro da moça, que continuou saindo com as amigas para dançar e, pior, colecionar amantes. Quando o marido é encontrado morto, Maje fica arrasada, mas acaba caindo na desconfiança da inspetora Eva (Carmen Machi), encarregada de investigar o caso, que também aponta como suspeitos os amantes da viúva. Numa trama bem urdida, graças ao primoroso roteiro e uma história envolvente, além do ótimo elenco, “O Jogo da Viúva” é um excelente entretenimento, um filmaço!  


segunda-feira, 2 de junho de 2025

 

“MÁFIA S.A.” (“MAFIA INC.”), 2020, Canadá, 2h15m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Daniel Grou, seguindo roteiro assinado por Sylvain Guy. O tema Máfia já gerou inúmeros filmes, dois deles verdadeiras obras-primas do cinema: “O Poderoso Chefão” e “Os Bons Companheiros”. Posso garantir que “Máfia S.A.” também é um dos melhores. É violento e ao mesmo tempo nostálgico, com uma trilha sonora de primeira. A história, fictícia, é baseada no livro “Mafia Inc.: The Long, Bloody Reign of Canada’s Sicilian Clan” (“Máfia S.A.: O Longo e Sangrento Reinado do Clã Siciliano do Canadá”), dos jornalistas Andre Cédilot e André Noël. A família Paternò, comandada com mão de ferro por Don Frank Paternò (o ator italiano Sergio Castellitto, ótimo), que durante os anos 90 do século passado dominava o crime organizado em Montreal, no Canadá. Seu braço direito é o sanguinário e violento Vincente ‘Vince’ Gamache (Marc-André Grondin), originário de outra família mafiosa, os Gamache. Em meio às inúmeras desavenças e traições nesse núcleo mafioso, o filme destaca também um lance ousado de Don Frank, que reúne outras famílias mafiosas para investir num grande projeto: uma ponte que ligaria a Sicília ao continente italiano. Enfim, “Máfia S.A.” é mais um grande filme sobre a máfia italiana.    

domingo, 1 de junho de 2025

“CORAÇÃO DELATOR” (“CORAZÓN DELATOR”), 2025, Argentina, 1h29m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Marcos Carnevale. Trata-se de um drama romântico leve, sensível e muito agradável de assistir. Conta uma história simples sem pretensão de chegar a um filme cult. Juan Manuel (Benjamín Vicuña) é proprietário de uma grande empresa da construção civil em Buenos Aires. Solteiro, vive num casarão às vezes visitado por uma namorada de ocasião. Tudo vai às mil maravilhas até que um dia ele sofre um infarto. Ele precisa de um transplante de coração. O doador acaba sendo um trabalhador humilde residente na periferia da capital argentina, casado e pai de um menino. A cirurgia é um sucesso e Juan Manuel se recupera rapidamente. Como acontece na maioria desses casos, o receptor do órgão quer saber quem é o doador. Mal sabe ele que o bairro onde o doador morava é alvo de desapropriação por parte de sua empresa. Fingindo ser primo do padre da paróquia, Juan vai ao bairro e conhece a viúva do seu doador, Valeria (Julieta Díaz). Mais do que previsível, os dois se apaixonam. Ao interagir com o pessoal do bairro, Juan começa a rever os seus conceitos. O maior trunfo do filme é a química entre o casal protagonista. Benjamín Vicuña é um ator simpático que já mostrou seu talento principalmente no recente “O Silêncio de Marcos Tremmer”, outro ótimo filme argentino. A atriz Julieta Díaz é conhecida pelas comédias “Coração de Leão – O Amor não tem Tamanho” e “2 mais 2”. O cineasta Marcos Carnevale comprova mais uma vez o seu talento, tendo em seu currículo pequenas obras-primas do cinema argentino, como “Elsa & Fred”, “Inseparáveis” e “Coração de Leão”, quando também dirigiu Julieta Diaz. Trocando em miúdos, “Coração Delator” é um filme que toca o coração, emociona e diverte.    

quinta-feira, 29 de maio de 2025

 

“SUPERBOYS DE MALEGAON” (“SUPERBOYS OF MALEGAON”), 2024, Índia, 2h07m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Reema Kagti, que também assina o roteiro com a colaboração de Varun Grover e Shoaib Nazeer. Em 2008, o documentário “Supermen of Malegaon” contou uma incrível história ocorrida na cidade indiana de Malegaon, onde, na segunda metade dos anos 90, um cineasta amador reuniu alguns amigos para realizar um filme. Pois é neste documentário que  se inspirou “Superboys de Malegaon”. Misturando cenas de comédias de Buster Keaton e dos filmes de pancadaria de Jackie Chan, a turma conseguiu realizar um filme que agradou a população da cidade – lembrando que o cinema era uma das únicas diversões de Malegaon. A equipe técnica do filme, liderada pelo cineasta amador Nasir Shaikh, faria outro filme, mas sem alcançar o sucesso do primeiro. Dessa forma, o grupo de amigos se separou e cada um foi para o seu lado. Em 2010, quando um dos integrantes da equipe ficou gravemente doente, os amigos voltaram a se encontrar e resolveram realizar outro filme, uma sátira do Super-Homem de Hollywood, cujo papel principal foi destinado justamente ao amigo doente terminal. Sensível, divertido e comovente, simples ao extremo, “Superboys de Malegaon” é uma grata surpresa do cinema indiano independente, com um elenco em sua maioria constituído por amadores recrutados entre a população da cidade. O filme estreou no Festival de Toronto (Canadá), em setembro de 2024, recebendo elogios tanto da crítica como do público. Matt Zoller Seitz, do site rogerebert.com, escreveu: “É um dos filmes mais acessíveis e divertidos sobre o impulso criativo que você verá”. Quem assistiu ao filme chileno “A Contadora de Filmes”, de 2023, comentado neste blog, e gostou, vai gostar ainda mais deste filme indiano, o qual recomendo como um dos filmes mais interessantes do cinema indiano. Mais uma singela homenagem ao cinema. 

terça-feira, 27 de maio de 2025

 

“HISTÓRIAS QUE É MELHOR NÃO CONTAR” (“HISTORIAS PARA NO CONTAR”), 2022, Espanha, 1h40m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Cesc Gay (“Truman”, “O Que os Homens Falam”). O que me levou a assistir foi o ótimo elenco (veja no fim do comentário). São cinco pequenas histórias do cotidiano de pessoas como a gente e que se envolvem em situações das mais variadas, todas levadas com humor. Impossível não lembrar de Nelson Rodrigues e sua série de crônicas intitulada “A Vida Como Ela É”, que ele escreveu de 1951 a 1961 no jornal carioca Última Hora. No filme espanhol, a primeira história acompanha uma jovem esposa atraída por um outro homem. Na segunda, um homem desiludido com seu último relacionamento é forçado por amigos a conhecer outras mulheres. No terceiro, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. No quarto, um professor universitário vive o fim de um relacionamento com uma aluna bem mais jovem. E no último, o mais fraco, um homem casado resolve contar para a esposa um caso que teve com uma amiga dela. A cereja do bolo é realmente o elenco: José Coronado, Javier Cámara, Chico Darín (filho do ator argentino Ricardo Darín), Antonio de La Torre, Alejandra Onieva, Alexandra Jiménez, Maribel Verdú, Verónica Echegui, Ana Castillo e Maria León, só para citar os mais conhecidos. Trocando em miúdos, trata-se de um filme bem leve e divertido.  

segunda-feira, 26 de maio de 2025

“A FONTE DA JUVENTUDE” (“FOUNTAIN OF YOUTH”), 2025, Inglaterra, 2h5m, em cartaz na Apple TV, direção de Guy Ritchie, seguindo roteiro assinado por James Vanderbilt. Filme de aventura que segue, como tantos outros, no vácuo da franquia Indiana Jones. Neste “A Fonte da Juventude”, o Indiana da vez é o arqueólogo Luke Purdue (John Krasinski), um caçador de tesouros que não titubeia em roubar obras de arte para conseguir seus objetivos. Luke agora quer encontrar a mitológica e lendária Fonte da Juventude. Para isso, porém, terá de decifrar um misterioso código que supostamente revelaria o local desse verdadeiro tesouro. Com esse objetivo, Luke, com o patrocínio de um milionário (Domhnall Gleeson), contrata um time de especialistas, entre as quais sua própria irmã Charlote Pardue (Natalie Portman), parceira de outras aventuras, e seu sobrinho adolescente Thomas (Benjamin Chivers), um garoto muito esperto. O grupo descobre que as pistas estão numa Bíblia antiga que afundou com um navio no século XVI e também codificadas em seis obras de arte de pintores famosos. Até o desfecho, Luke e sua turma enfrentarão muitos perigos, entre os quais a perseguição inclemente de uma máfia poderosa ligada, acredite, ao Vaticano. Além disso, Luke também é procurado por ter roubado algumas obras de arte de museus famosos. Completam o elenco Eiza González, Stanley Tucci, Carmen Ejogo e Arian Moayede. Mais um bom filme de ação do cineasta inglês Guy Ritchie, que já havia deixado sua marca em filmes como “Snatch – Porcos e Diamantes” e “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”.    

sexta-feira, 23 de maio de 2025

“SING SING”, 2024, Estados Unidos, 1h47, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Greg Kwedar, que também assina o roteiro com a colaboração de Clint Bentley. Indicado a vários prêmios em festivais pelo mundo afora, inclusiva a três categorias do Oscar 2025 (Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Canção e Melhor Ator - Colman Domingo), o filme é baseado em fatos reais ocorridos na penitenciária de segurança máxima Sing Sing, no estado de Nova York. A história é toda centrada num grupo de teatro formado por presos que se inscreveram no RTA (Rehabilitation Through the Arts), ou Reabilitação Através das Artes, programa instituído em várias prisões dos Estados Unidos com grande sucesso. Para se ter uma ideia, enquanto a média nacional de reincidência nas prisões chega a 60%, entre os participantes do RTA esse número fica abaixo de 5%. Voltemos ao filme. O grupo de teatro de Sing Sing começa a ensaiar uma peça que recebeu o título de “Breakin’ The Mummy’s”, escrita por um de seus integrantes, Divine G (Colman Domingo), tendo como diretor voluntário Brent Buell (Paul Raci), dois dos poucos atores profissionais, sendo que os demais integrantes do elenco são ex-presos de Sing Sing que participaram do RTA quando estiveram presos. Ao mesmo tempo dramático e sensível, o filme acompanha os ensaios do grupo, buscando explorar o lado psicológico de cada um de seus participantes, seus traumas, remorsos, dúvidas e expectativas. Acima de tudo, demonstra a importância do companheirismo como fator fundamental para a readaptação social. Enfim, um filme impactante, sincero na sua proposta. Vale a pena conferir.    

quinta-feira, 22 de maio de 2025


“FIGHT OR FLIGHT” – foi com esse título, original, que o filme chegou à Prime Vídeo, podendo ser traduzido por “Lutar ou Fugir” -, 2025, coprodução Estados Unidos/Inglaterra, 1h41m, direção de James Madigan (“Homem de Ferro 2”, “Transformers: O Despertar das Feras”), seguindo roteiro assinado por Brooks McLaren e DJ Cotrona. Comédia de ação das melhores, com um show de atuação do ator Josh Hartnett como Lucas Reyes, um ex-agente do FBI caído em desgraça depois de uma operação mal sucedida dois anos aantes. Depois disso, ele resolve morar em Bangkok, capital da Tailândia. Seu único contato com o ocidente é uma outra ex-agente, Katherine Brunt (Kate Sackhoff), que agora trabalha como executiva de uma empresa de alta tecnologia. Ela telefona para Lucas a fim de contratá-lo para identificar e prender um hacker e assassino profissional de codinome “The Ghost” (“O Fantasma”), que embarcaria num voo comercial de Bangkok para São Francisco, nos Estados Unidos, levando um equipamento com poder suficiente para transformar o mundo da tecnologia. Só que no avião, entre centenas de passageiros, estão assassinos contratados das máfias russa, italiana e chinesa, além de terroristas muçulmanos, todos com o objetivo de matar “O Fantasma” e roubar o seu equipamento. Recompensas milionárias esperam o autor da façanha. Dessa forma, o enorme avião, de dois andares, vira um verdadeiro campo de batalha, assassinos contra assassinos do começo ao fim. Apesar de muito sangue jorrando, toda a ação é levada no maior bom humor, com cenas hilariantes que divertem o espectador. O diálogo final entre os principais protagonistas dá a entender que haverá uma sequência. Tipo do filme que diverte sem ofender a nossa inteligência. Imperdível!”

terça-feira, 20 de maio de 2025

 

“MARIA CALLAS” (“MARIA”), 2024, em cartaz na Prime Vídeo, coprodução Estados Unidos/Alemanha/Chile/Itália, 2h3m, direção do cineasta chileno Pablo Larraín, seguindo roteiro assinado por Steven Knight. Larraín já havia dirigido outras cinebiografias de mulheres importantes, “Jackie”, de 2016, sobre Jacqueline Kennedy Onassis, e “Spencer”, de 2021, sobre Diana, princesa de Gales. “Maria Callas” revê os últimos dias da soprano Maria Callas (1923-1977), nascida na Grécia como Maria Anna Cecilia Sofia Kalogerópulos. Desde o início dos anos 70, Callas (Angelina Jolie), que já havia parado de cantar, vive reclusa numa mansão em Paris tendo apenas a companhia de seu mordomo Ferruccio (Pierfrancesco Favino) e sua governante Bruna (Alba Rohrwacher), além de dois cachorros. Viciada em remédios, ela pouco se alimenta e costuma ter alucinações, algumas delas responsáveis pelos melhores momentos do filme. Callas vive deprimida, não gosta de ouvir os seus discos e jamais perdeu a arrogância, tratando todos como cidadãos de segunda classe. Coisas de diva. O filme destaca também alguns fatos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial quando Callas ainda adolescente juntamente com a irmã cantam para oficiais nazistas. Callas jovem é interpretada por Angelina Papadopoulou. “Maria Callas” também relembra como o empresário grego Aristóteles Onassis (Haluk Gilginer) consegue seduzí-la, a conversa que ela teve "face to face" com o então presidente norte-americano John Kennedy e suas tentativas fracassadas de voltar a cantar. A atriz Angelina Jolie dá conta do recado, embora bonita demais para interpretar a feiosa Callas. Completam o elenco Valeria Golina (Yakinthi Callas, irmã de Maria), Haluk Bilginer (Aristóteles Onassis), Caspar Phillipson (John F. Kennedy), Stephen Ashfield (o pianista Jeffrey Tate) e Suzie Kennedy (Marilyn Monroe). A famosa soprano já havia sido tema de uma cinebiografia sob a direção de Franco Zeffirelli em 2002 (“Callas Forever”), com Fanny Ardant no papel principal. Em 2014, no filme “Grace de Mônaco”, foi a vez da atriz espanhola Paz Veja interpretar Callas. Acho que só, fora os inúmeros documentários sobre as apresentações da cantora nos principais teatros do mundo. Após o desfecho, antes e durante os créditos finais são exibidos vídeos com a verdadeira Callas. Aproveito para registrar minha grande  admiração pelo trabalho do cineasta chileno Pablo Larraín, principalmente porque assisti vários de seus filmes, alguns deles excelentes, tais como “No”, “Neruda”, “Spencer, “O Clube” e “O Conde”, este último uma pequena obra-prima, todos eles comentados neste blog. No caso de "Maria Callas", aproveito para elogiar a ótima recriação de época, graças a uma primorosa direção de arte, sem contar, é claro, com a maravilhosa trilha sonora. Filmaço imperdível!

segunda-feira, 19 de maio de 2025

“O DIPLOMATA” (“THE DIPLOMAT”), 2025, Índia, 2h10m, em cartaz na Netflix, direção de Shivan Nair, seguindo roteiro assinado por Ritesh Shah. A história é baseada num fato real ocorrido em 2017. Começa em Kuala Lampur, capital da Malásia, onde a indiana Uzma Ahmed (Sadia Khateeb) conhece o motorista de táxi paquistanês Tahir Ali (Jagjeet Sandhu). Os dois ficam amigos e um tempo depois o taxista convida Uzma a conhecer sua família no Paquistão, mais exatamente na isolada aldeia de Buner, nas colinas da província de Khyber Pakhtunkhwa. A primeira impressão do lugar é a pior possível, mas a coisa irá piorar muito mais quando Tahir obriga Uzma a casar com ele, que já é casado e pai de dois filhos. Além de estuprada, Tahir é violentamente espancada quando reclamava de alguma coisa. Depois de sofrer tanto, ela criou um estratagema genial para convencer o marido a levá-la até o escritório do Alto Comissariado da Índia. Num descuido do marido, ela se esconde no prédio e pede proteção. É aqui que entra em cena o diplomata JP Singh (John Abraham), alto comissário adjunto da Índia. Ele será o responsável pela segurança da moça, ainda mais porque as autoridades paquistanesas acreditam que ela é uma espiã agindo em solo paquistanês. A situação fica ainda pior quando Uzma é obrigada a comparecer numa audiência no tribunal onde deverá encarar o marido agressor. Mas JP Singh, o diplomata do título, não deixará de defender a moça até o fim. Assim como em vários filmes de ação de Bollywood, o ator John Abraham faz novamente o papel de herói, o machão sem medo, atuando com uma pose afetada no mínimo irritante. Mas tudo bem, deixa pra lá, o cara é o maior galã de Bollywood. Quanto ao filme, achei ótimo, principalmente por contar uma incrível história de coragem e sobrevivência.     

sábado, 17 de maio de 2025

“RESGATE IMPLACÁVEL” (“A WORKING MAN”), 2025, Estados Unidos, 1h56m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de David Ayer (“Esquadrão Suicida”, “Beekeeper”, “Infiltrado”), que também assina o roteiro com Sylvester Stallone. Isso mesmo, o velho Stallone. Trata-se da adaptação para o cinema de um dos livros escritos por Chuck Dixon. Como todo bom filme de ação, “Resgate Implacável” não economiza na pancadaria, nas perseguições e tiroteios, além de muito sangue jorrando, é claro. Levon Cade (o brucutu inglês Jason Statham), um ex-agente de operações secretas do exército dos EUA, agora trabalha numa empresa ligada à construção civil e é o homem de confiança dos donos (Michael Peña e Noemi González). Quando a filha adolescente do casal, Jenni (Arianna Rivas), desaparece misteriosamente, Cade entra em ação para investigar o que aconteceu, e chegará à conclusão de que a moça foi sequestrada por uma poderosa organização comandada pela temida máfia russa. Temida para nós e para a polícia da cidade – que não é nomeada, uma falha (Los Ângeles?) -, menos para Levon Cade, que não tem medo de cara feia. Ele vai irritar os russos, pois assassina um poderoso chefão e dois filhos de outro chefão, além de desafiar uma quadrilha local de traficantes. Até o desfecho, muita ação vai rolar, tornando “Resgate Implacável” um entretenimento de primeira no gênero. Também estão no elenco Eve Mauro, David Harbour, Jason Flemyng, Maximilian Osinski e Isla Gie. Filmaço!