sábado, 13 de setembro de 2025

“A PIOR PESSOA DO MUNDO” (“VERDENS VERSTE MENNESKE”), 2021, Noruega, 2h08m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Joachim Trier (“Oslo, 31 de Agosto”, “Thelma), que também assina o roteiro com a colaboração de Eskil Vogt. O que me levou a buscar este filme de 2021 no catálogo da Prime foi a notícia de que um filme do mesmo diretor, “Sentimental Value”, foi o vencedor do "Grand Prix" do Festival de Cannes 2025. “A Pior Pessoa do Mundo” foi uma ótima descoberta, pois o filme é muito bom,  com um excelente elenco, tendo à frente a maravilhosa Renate Reinsve. Além de outros prêmios pelos festivais de cinema mundo afora, o filme foi o representante da Noruega na disputa de duas categorias no Oscar 2022: “Melhor Roteiro Original” e “Melhor Filme Internacional”. No Festival de Cannes, conquistou a Palma de Ouro de Melhor Atriz (Renate Reinsve). O filme é dividido em um prólogo, 12 capítulos e um epílogo. A história é centrada em Julie (Reinsve), uma mulher que à beira dos 30 anos ainda não se resolveu no campo sentimental nem no profissional. Entrou para a faculdade de medicina, pois queria ser médica, não gostou e logo partiu para a psicologia, mas durante o curso resolveu que sua melhor opção é a fotografia, assim como a literatura. Dessa forma inconstante ela é também nos seus relacionamentos amorosos, no início com muito sexo casual. Namoro sério ela teve com Aksel (Anders Danielsen Lie), quinze anos mais velho, e depois com Eivind (Herbert Nordrum). Renate Reinsve é uma atriz maravilhosa, o roteiro é primoroso e cabe aqui registrar alguns aspectos que também valorizam “A Pior Pessoa do Mundo”. O primeiro deles é a criatividade do diretor, cujo estilo lembra muito o de Woody Allen, a começar pelo formato das letras dos créditos, diálogos inteligentes e trilha sonora com jazz tradicional (Billie Holiday e Ahmad Jamal) e músicas de Harry Nilsson, para culminar com a cereja do bolo: “Waters of March (“Águas de Março”), na voz de Art Garfunkel. Mais Woody Allen: Trier recria aquela cena inconfundível de “Manhattan”, quando um casal está sentado num banco de frente para a ponte do Brooklyn. Uma informação importante: Joachim Trier não tem nenhum parentesco com o grande diretor dinamarquês Lars Von Trier. Trocando em miúdos, “A Pior Pessoa do Mundo” é mais uma obra-prima do cinema europeu. Não perca!    

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

“O CLUBE DO CRIME DAS QUINTAS-FEIRAS” (“THE THURSDAY MURDER CLUB”), 2025, Inglaterra, 1h58m, em cartaz na Netflix, direção de Chris Columbus (“Harry Potter e a Pedra Filosofal”, “Harry Potter e a Câmara Secreta”, “Esqueceram de Mim”). O roteiro, assinado por Katy Brand e Suzanne Heathcote, foi inspirado no livro homônimo escrito por Richard Osman em 2020. Na casa de repouso Coopers Chase, no interior da Inglaterra, quatro velhinhos fundaram o clube do título. Todas as quintas-feiras eles se reúnem para brincar de detetives, tentando desvendar assassinatos divulgados pela mídia e arquivados pela polícia. Até que um dia ocorre um crime na própria casa de repouso, levando-os a bancar detetives verdadeiros, com a ajuda de uma policial da cidade. São eles, os "detetives", Ibrahim (Ben Kingsley), ex-psiquiatra, Elizabeth (Helen Mirren), antiga espiã do M16 – Serviço Secreto Inglês -, Ron (Pierce Brosnan, ex-dirigente sindical, e Joyce (Celia Imrie), uma enfermeira aposentada. Completam o elenco Jonathan Price, Tom Ellis, Naomie Ackie, Daniel Mays e Richard Grant. O filme é bastante simpático, agradável de assistir, pois tem humor e algumas boas piadas, mas o resultado final não faz jus ao excelente elenco. De qualquer modo, não ofende a nossa inteligência e pode servir para uma sessão da tarde com pipoca.

domingo, 7 de setembro de 2025

 

“O NASCIMENTO DO MAL” (“BED REST”), 2022, Estados Unidos, 1h30m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Lori Evans Taylor (“A Porta do Porão”, “Premonição 6”). Trata-se de um terror psicológico, ou seja, sem monstros, dráculas, decapitações ou efeitos especiais. Começa com um dos clichês mais utilizados em filmes do gênero. Casal vai morar numa casa longe de tudo e logo vai descobrir que a dita cuja é mal assombrada. Julie Rivers (Melissa Barrero) está grávida novamente – o primeiro ela perdeu no parto. A tal casa passa por uma reforma geral, com pedreiros andando pra lá e pra cá, mas o casal resolve mudar assim mesmo. O marido, Daniel Rivers (Guy Burnet), é professor e passa praticamente o dia inteiro dando aulas. Depois de um exame pré-natal, o médico chega à conclusão que a gestação é de alto risco e, por isso, recomenda repouso total. Sozinha em casa, Julie começa a ter alucinações, e o marido, preocupado, contrata uma enfermeira para cuidar da esposa. Teimosa, Julie rejeita os calmantes e remédios para dormir, eliminando-os no vaso sanitário. O transtorno mental continua e Julie acredita que a enfermeira quer roubar o bebê. É claro que não vou contar o que acontece dali para a frente, mas posso garantir que você tomará muitos sustos, valorizando ainda mais a qualidade do suspense. Destaco a performance da atriz mexicana Melissa Barrero (“Pânico 5”, “Pânico 6"), que além de carregar o bebê na frente, carrega o filme nas costas. Recomendo.