quarta-feira, 26 de agosto de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Como
espectador comum, discordo da grande maioria dos críticos profissionais que elogiaram
o drama “MANGLEHORN” e
o trabalho do ator Al Pacino. O filme é um abacaxi dos mais azedos, sonífero
puro. E Pacino interpreta um dos personagens mais chatos do cinema nos últimos
anos, Angelo Manglehorn, um chaveiro que, em sua vida particular, é um homem recluso,
antissocial, amargurado, rancoroso e em estado crônico de mau-humor. Resumindo:
antipático ao extremo. Ele vive se lamentando com as lembranças de uma antiga
paixão, Clara, que ninguém explica quem foi ou que fim levou. Nem uma mulher
ainda bonita como Dawn (Holly Hunter), consegue despertar o interesse de Angelo.
Ela dá todas as dicas de que está a fim de uma cama a dois, mas ele prefere
falar da gata Fannie e de Clara, seu antigo amor. Angelo não se dá nem com seu
próprio filho Gary (Chris Messina). Como em seus últimos papeis, Al Pacino (vide
“O Último Ato” – “Humbling”, no original) exagera na interpretação, beirando o histriônico. E quem sofre com tudo isso é o espectador. O filme, dirigido por David Gordon Green, concorreu ao Leão de Ouro no Festival
de Veneza 2014 e, merecidamente, não ganhou. Como disse, e repito, o filme é
muito chato. O grande Al Pacino, desta vez, ficou pequeno.
Em
1978 e 1979, os assassinatos de jovens mulheres praticados na região de Oise
chocaram a França. Mais ainda depois da revelação de que o
assassino era o próprio policial encarregado de investigar as mortes. Essa
história real foi transformada em 2013 no ótimo suspense “NA
PRÓXIMA, ACERTO NO CORAÇÃO” (“La
Prochaine fois je Viserai le Coeur”) por
Cédric Anger, responsável pelo roteiro e direção. Na vida real, o nome do
assassino era Alain Lamare. No filme, foi modificado para Franck Neuhart
(Guillaume Canet). O título do filme foi inspirado numa frase dita pelo
psicopata para uma de suas vítimas. O roteiro de Cédric destaca o lado obscuro
da mente do policial, na verdade um desequilibrado mental, psicótico e
totalmente perturbado. Ele praticava seus crimes nos dias de folga. No
trabalho, mostrava-se um policial eficiente e também discreto, acima de
qualquer suspeita. O clima de suspense predomina desde o primeiro minuto, reforçado
por uma fotografia sombria e uma trilha sonora que aumenta a tensão nas cenas
de maior impacto, como fazia Hitchcock. O ator Guilhaume Canet tem uma atuação
impressionante, personificando com perfeição o policial psicopata. O filme é
muito bom. Mais um gol de placa do cinema francês. Imperdível!
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