“3 PEDIDOS” (“3 TING”), 2019, Dinamarca,
1h29m, roteiro e direção de Jens Dahl. É o seu primeiro longa-metragem. Era
mais conhecido como roteirista de filmes e séries de TV. “3 Ting” é um thriller bastante
original, engenhoso e muito agradável de assistir, embora seja ambientado quase
que inteiramente num quarto de hotel. Aqui, o assaltante Mikael (o astro
dinamarquês Nikolaj Coster Waldau, o Jaime Lannister da série “Game of Thrones”)
está negociando com a polícia o seu ingresso no programa de testemunhas. Ele
foi preso depois de ter participado de um grande assalto a banco em Copenhagen praticado
por uma gangue de bandidos sérvios. Mikael tem que entregar o chefe do grupo e
os demais assaltantes, além de descrever detalhadamente como foi planejado e
praticado o assalto. Nina (Laerke Winther Andersen) é a negociadora da polícia,
responsável pelo interrogatório. Para concretizar a delação, Mikael exige três
pedidos, um deles a presença de Camilla (Birgitte Hjort Sorensen), sua ex-namorada.
Ao lado de Mikael e da negociadora Nina, além de dois policiais responsáveis
pela segurança do local, Camilla participará dos eventos no quarto do hotel até
o desfecho, que terá uma surpreendente reviravolta muito bem engendrada pelo roteiro de Jens
Dahl. Eu já conhecia o trabalho do ator Nikolaj Coster Waldau pelo ótimo “Segunda
Chance”. Enfim, “3 Pedidos” é um filme
inteligente e muito interessante que merece ser visto por quem gosta de cinema
de qualidade.
sábado, 21 de setembro de 2019
sexta-feira, 20 de setembro de 2019

segunda-feira, 16 de setembro de 2019
“KARDEC: A HISTÓRIA POR TRÁS
DO NOME”, 2018, Brasil, 1h50m, roteiro e direção de Wagner de Assis.
Trata-se da cinebiografia de Alan Kardec, realizada em comemoração aos 150 anos
da morte daquele que é considerado o fundador e o principal decodificador da doutrina
espírita. O roteiro é uma adaptação do livro “Kardec: A Biografia” (2013), escrito
pelo jornalista Marcel Souto Maior. Ambientado em Paris, o filme começa em 1851
apresentando Hypolite Leon Denizard Rivail (Leonardo Medeiros) como um
professor liberal. Quando assumiu o Imperador Napoleão III, a Igreja Católica ganhou
poder para interferir no ensino, o que revoltou Hypolite, que logo pediu
demissão. Naquela época, havia em Paris uma febre sobre o tal fenômeno das
mesas giratórias, através das quais - acreditavam - era possível se comunicar com os espíritos.
Hypolite resolveu estudar o assunto e, a princípio, não acreditava em nada
daquilo. Passou então a frequentar sessões organizadas por médiuns. Numa delas,
recebeu a notícia de que tinha sido um druída chamado Alan Kardec em outra
encarnação. Hypolite adotou o nome, aderiu à doutrina e escreveu, em 1857, o
livro “O Livro dos Espíritos”, que teve enorme repercussão por toda a Europa,
transformando-se na “bíblia” da doutrina espírita. Resultado: foi banido do
clube de cientistas de Paris e perseguido pela Igreja Católica. Mas hoje seu nome é reconhecido no mundo inteiro como o fundador da Doutrina Espírita. O filme foi
quase todo rodado em Paris e o diretor Wagner de Assis utilizou um recurso
gráfico que “apagou” dos cenários não só pessoas, como também veículos e
estabelecimentos comerciais, enfim, tudo que mostrasse a capital francesa de
hoje. Participaram do elenco, além de Leonardo Medeiros, Sandra Corveloni,
Genézio de Barros, Dalton Vigh, Guida Viana, Letícia Braga, Julia Konrad e
Charles Erick. Mais um bom trabalho de Wagner de Assis, que ficou conhecido como
roteirista e diretor de novelas da Globo (“Além do Tempo”, de 2015-2016, e “Espelho
da Vida”, de 2018-2019) e de filmes espíritas, como “Nosso Lar”, sucesso de
bilheteria em 2010, e “A Menina Índigo”, de 2016. Quem tiver curiosidade, como
eu tive, de conhecer a vida de Alan Kardec e seu trabalho, “Kardec” é um ótimo
programa.
domingo, 15 de setembro de 2019
“NUNCA DEIXE DE LEMBRAR” (“Werk
Ohne Autor”), 2018, Alemanha, roteiro e direção de Florian
Henckel von Donnersmarck, 3h9m. Este filme representou a Alemanha na disputa do
Oscar 2019 de Melhor Filme Estrangeiro (também concorreu à Melhor Fotografia) e
ficou entre os finalistas, perdendo para “Roma”. Porém, se eu fosse membro da
Academia, teria votado neste ótimo drama biográfico alemão. Muitos críticos comentaram
que só não ganhou o Oscar porque seu diretor já havia conquistado a estatueta
de Melhor Filme Estrangeiro em 2006, com o espetacular “A Vida dos Outros”. De
meados da década de 30 até o final da década de 60, “Nunca Deixe de Lembrar” acompanha
a trajetória política e cultural da Alemanha, paralelamente à vida do pintor
Gerhard Richter, um dos grandes nomes da arte contemporânea alemã. O filme
começa apresentando Richter ainda garoto (interpretado por Cai Cohrs) em
companhia da tia Elisabeth May (a bela Saskia Rosendahl) visitando a Exposição “Arte
Degenerada”, promovida pelo governo nazista com o objetivo de enxovalhar as
pinturas dos modernistas Chagall e Kandinski. Daí para a frente, o filme enfoca
a vida de Richter (quando adulto, papel Tom Schilling), tendo como pano de
fundo a história política da Alemanha, desde a ascensão do regime nazista, as
atrocidades da Segunda Grande Guerra, o nascimento da República Democrata Alemã
(RDA), a tirania soviética, a construção do muro de Berlim até a vida do pintor
na Alemanha Ocidental – ele fugiu com a esposa Ellie (Paula Beer, de “Frantz”,
ótimo filme de François Ozon) pouco antes da construção do muro. O filme acompanha
também a trajetória do professor Carl Seeband (o veterano ator Sebastian Koch),
que durante o regime nazista foi o médico que fazia abortos em mulheres que não
eram arianas ou que tivessem alguma anomalia física ou psíquica – o caso de Elisabeth,
tia de Richter. Os destinos do pintor e do médico se cruzarão alguns anos depois,
quando Richter conhece Ellie. Enfim, como o próprio título faz entender, “Nunca
Deixe de Lembrar” é um filme inesquecível, espetacular, que vale cada minuto de
suas mais de três horas de duração. Reputo como uma obra-prima do cinema alemão.
Não perca de jeito nenhum!
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