sexta-feira, 1 de novembro de 2024

“CANÁRIO NEGRO” (“CANARY BLACK”), 2024, Inglaterra, 1h43m, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta francês Pierre Morel (“Busca Implacável”, “O Franco Atirador", “A Justiceira”), seguindo roteiro assinado por Matthew Kennedy. A atriz Kate Beckinsale mostra, aos 51 anos, que continua bonita e em plena forma física. Neste filme de ação, ela é Avery Graves, uma agente especial da CIA bem sucedida em missões pelo mundo afora. Sua missão agora será das mais perigosas, pois terá de lutar em duas frentes. Um terrorista russo sequestra o seu marido Davi (Rupert Friend) e, para não matá-lo, exige que Avery roube um dispositivo contendo informações sobre o tal de “Canary Black”, um projeto criado e desenvolvido pelo governo norte-americano capaz de interferir e dominar os sistemas de comunicação de todos os países do mundo. Ou seja, para salvar o seu marido, Avery terá de trair o seu próprio governo. A situação é complicada demais e Avery conta somente com a ajuda do amigo Jarvis (Ray Stevenson, ator inglês que morreu logo depois das filmagens) e de sua colega Sorina (Romina Tonkovic), especialista em informática. Como filme de ação, “Canário Negro” deve agradar aos fãs do gênero, pois não economiza nas cenas de pancadaria, perseguições e tiros. Completam o elenco Goran Kostic, Arben Bajraktaraj, Jaz Hutchins e Saffrow Burrows. Pelo que dá a entender no desfecho, o filme deverá ter uma sequência, que,  espero, tenha uma história mais criativa.     

                              

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

 

“PEQUENAS CARTAS OBSCENAS” (“WICKED LITTLE LETTERS”), 2023, coprodução Inglaterra/França/Estados Unidos, em cartaz na HBO Max, direção de Thea Sharrock (”Como Eu Era Antes de Você”), seguindo roteiro assinado por Jonny Sweet. Mais uma pequena joia do cinema atual, uma comédia inteligente, com um elenco afinado com algumas atuações primorosas. E, melhor: a história é baseada em fatos reais, o que dá um sabor especial ao que veremos na telinha. Estamos em 1920 na pequena cidade inglesa de Littlehampton. Moradoras de um bairro começam a receber cartas anônimas obscenas, escandalosas e maldosas. Uma das vítimas é Edith Swan (Olivia Colman), que, além de solteirona, é conhecida fanática religiosa. Ela mora com os pais, Edward (Timothy Spall) e Victoria Swan (Gemma Jones), que a tratam como criança e empregada da casa. Edith vai à polícia e acusa sua vizinha Rose Gooding (Jessie Buckley), como a perversa missivista. Para o conservadorismo machista da época, Rose realmente era a principal suspeita. Imigrante irlandesa, Rose era conhecida como uma moça desbocada, beberrona, briguenta e, ainda por cima, mãe solteira da pequena Nancy (Alisha Weir). Rose é presa e tentará provar que é inocente. Para isso, contará com a ajuda da policial Gladys (Anjana Vasan) e de três integrantes do Clube das Cartas. Graças a um roteiro elaborado com inteligência, as situações cômicas vão se acumulando ao longo da história, tornando o filme agradável de assistir, com um desfecho que é a cereja do bolo. O elenco valoriza ainda mais o resultado final, começando pela maravilhosa Olivia Colman (Oscar de Melhor Atriz em 2022 por “A Filha Perdida”), a irlandesa Jessie Buckley (indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante também por “A Filha Perdida”) e os veteranos Timothy Spall e Gemma Jones. Trocando em miúdos, “Pequenas Cartas Obscenas” é simplesmente imperdível.     

                              

terça-feira, 29 de outubro de 2024

 

“NO LUGAR DA OUTRA” (“EL LUGAR DE LA OUTRA”), 2024, Chile, 1h29m, em cartaz na Netflix, estreia na direção de longas de Maite Alberdi, mais conhecida como diretora de documentários, seguindo roteiro assinado por Inés Bortagaray e Paloma Salas. A história é baseada em fatos reais, ou seja, o caso de assassinato que envolveu a escritora chilena María Carolina Geel (1913-1996), conforme descrito no livro “Las Homicidas”, de Laura Trabucco Zerán. María Carolina foi presa, julgada e condenada por ter matado a tiros, no dia 14 de abril de 1955, no restaurante do Hotel Crillón, na capital Santiago, seu amante Roberto Pumarino Valenzuela. A personagem central da história, porém, provavelmente criada pelos roteiristas, é Mercedes (Elisa Zulueta), funcionária do tribunal responsável pela investigação e julgamento da escritora. A pedido do juiz que presidia o inquérito, Mercedes ficou encarregada de esmiuçar a vida particular da acusada, além de visitar seu apartamento para pegar algumas roupas e objetos pessoais. Com as chaves do imóvel na mão, Mercedes passou a visitar constantemente onde a escritora morava, admirando a luxuosa decoração, suas roupas de grife, tudo de muito luxo e bom gosto. Aos poucos, Mercedes acaba obcecada pelo modo de vida da assassina, principalmente quando a comparava com a simplicidade de sua própria casa, seu marido pouco romântico e seus filhos rebeldes, que dormiam num beliche dentro de um quartinho. Mercedes se encantou com a vida que a escritora levava e começou a se vestir como ela, a usar seus cosméticos. Enfim, assumiu a personalidade da outra e usufruindo de todo aquele luxo. Espero não estar exagerando em apontar “No Lugar da Outra” como uma pequena joia do cinema chileno. O roteiro é primoroso, o elenco é excelente, com destaque para as atrizes Elisa Zulueta, como Mercedes, e Francisca Lewin, como a escritora assassina. Além disso, a ambientação de época é um capricho só, destacando-se os figurinos e os cenários - o desfile de carros antigos pelas ruas é outro grande atrativo do filme. Não é por outros motivos que o filme está sendo indicado para representar o Chile na disputa do Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional. Talvez não ganhe, mas garanto: é ótimo. Não perca!  

domingo, 27 de outubro de 2024

 

“AMOR TRAIÇOEIRO” (“INGANNO”), 2024, Itália, minissérie da Netflix em seis capítulos, direção de Pappi Corsicato (“A Tentação”, “Il Seme Della Discordia”), roteiro assinado por Teresa Ciabatti, Eleonora Cimpanelli, Flaminia Gressi e Michela Straniero. A história se assemelha muito com a da minissérie inglesa “O Golpe do Amor”, que foi ao ar pela BBC em 2019 e que, por isso, a nova minissérie está sendo considerada um remake daquela. Uma rica empresária de 60 anos conhece um rapaz com a metade de sua idade, se apaixona perdidamente e tem de enfrentar a discordância da família e o preconceito geral. “Amor Traiçoeiro” traz a veterana atriz Monica Guerritore no papel de Gabriella, a “idosa” que começa um caso com Elia (Giacomo Gianniotti), da mesma idade de seu filho mais velho. Ela é uma rica empresária dona de um luxuoso hotel. Na verdade, Monica tem 66 anos e sua atuação é bastante corajosa, pois fica nua na maioria das cenas em que está com o jovem amante. Cenas bem fortes, aliás, em se tratando de uma série televisiva. Durante toda a história, Gabriella tentará defender o seu namorado diante de muitas suspeitas de que ele só estaria com ele por causa do seu dinheiro. Mas a paixão é mais forte do que a razão. Completam o elenco Emanuel Caserio, Denise Capezza, Dharma Mangia Woods, Francesco Del Gaudiovive, Geppy Gleijeses, Sandra Ceccarelli, Fabrizia Sacchi, Raffaella Rea e Luigi Chiocca. A história, sem dúvida, acaba despertando o interesse do espectador para o que acontecerá no final. Além disso, outro destaque diz respeito aos cenários deslumbrantes de Sorrento, na Costa Amalfitana, região da Campânia. Em “Amor Traiçoeiro”, tudo é muito bonito e luxuoso. Entretenimento de primeira para um público adulto.