sexta-feira, 5 de agosto de 2016
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
“1001 GRAMAS” (“1001 Grams”), 2014, Noruega, direção de Bent Hamer. Com a minha habitual modéstia cinematográfica, confesso que até a
metade do filme tentei entender o que estava acontecendo. Na segunda metade, até
o final, captei algum sentido na história, mas mesmo assim acabei meio perdido
nas elucubrações de Hamer, que já havia escrito e dirigido outros filmes
esquisitos, como “Caro Sr. Horten”. O enredo, por si só, já é árido. A
cientista Marie (Anne Dahl Torp) trabalha no Instituto de Medidas da Noruega
juntamente com seu pai Ernst (Stein Winge), este um renomado cientista. Marie
vive um momento difícil pós-separação e está bastante deprimida. Às vésperas de
uma conferência científica sobre pesos e medidas em Paris, da qual participaria
levando o protótipo do “quilo padrão” da Noruega, Ernst fica doente. Marie,
então, é encarregada da missão e embarca para Paris levando o tal protótipo
para apresentar na convenção. Não sei se isso acontece de verdade, mas,
venhamos e convenhamos, não é um tema de fácil assimilação para nós, mortais e
leigos espectadores. A depressiva Marie aparece com cara de profunda tristeza em
todas as cenas e só é capaz de um sorriso no desfecho, quando está transando
com o amante parisiense e tenta calcular a medida do que está lhe causando
tanta satisfação. Ah, pelo menos o título do filme é explicado, mas não vou
contar para não estragar a surpresa. terça-feira, 2 de agosto de 2016
“EM NOME DA LEI”,
nacional, 2015, roteiro e direção de Sérgio Rezende. A história: o juiz federal
Vítor (Mateus Solano) chega à cidade (fictícia) de Fronteiras, na fronteira com o Paraguai, disposto a acabar
com o contrabando e o tráfico de drogas. Seu alvo principal é o chefão Gomez
(Chico Diaz), que manda e desmanda na cidade e na região. Para executar o seu
trabalho, Vítor conta com a ajuda da promotora Alice (Paolla Oliveira) e do
policial federal Elton (Eduardo Galvão). Só que o juiz federal não é muito dado
a estratégias e não aceita conselhos, nem mesmo do policial federal e da
promotora, que estão há mais tempo tentando acabar com Gomez. Muita água vai
rolar e muita gente vai morrer antes do juiz concluir o seu trabalho. A
história é inspirada no juiz federal Odilon de Oiveira, que atuou na cidade de
Ponta Porã (Mato Grosso do Sul) e enfrentou sem medo o crime organizado que
comandava o contrabando e o tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai. O
filme de Sérgio Rezende (“Zuzu Angel”, “Salve Geral”) tem muitos pontos fracos,
o mais evidente deles é o romance forçado entre o juiz e a promotora. No
elenco, o único que se salva é Chico Diaz na pele do chefão Gomez. De qualquer
forma, o filme vale ser visto pelo menos para revitalizar nossas esperanças com
relação à justiça em nosso País. Ainda poderemos contar com a luz no fim do
túnel enquanto houver juízes como Odilon Oliveira e Sérgio Moro. segunda-feira, 1 de agosto de 2016
“MENTE CRIMINOSA” (“CRIMINAL”), 2015, direção do israelense Ariel Vromen (“O Homem de Gelo”). Filme
inglês de ação e suspense com um elenco de primeira, mas com um resultado final de
segunda. Bill Bope (Ryan Reynolds), agente da CIA em Londres (o filme é todo
ambientado na capital inglesa), é assassinado durante uma missão. Como seu
cérebro guardava segredos importantes relativos a um terrorista internacional, Quaker Wells (Gary Oldman), diretor da CIA, convoca o neurocirurgião Franks
(Tommy Lee Jones) para transferir as memórias do cérebro de Bope para Jericho
(Kevin Costner), um presidiário violento e psicopata que aguardava sua vez no
corredor da morte. De início, a operação não dá certo. E, pior, Jericho
consegue fugir. Apesar de algumas boas cenas de ação, nada faz muito sentido, a
começar pela escolha de um psicopata para receber as memórias do agente morto.
Mais: Jericho começa a ter sentimentos com relação à viúva e à filha do agente falecido
e à filha. A cena final, quando todos se encontram num aeroporto, inclusive o
vilão, é ainda mais constrangedora. Resumo da ópera: nada funciona, nem o
roteiro e muito menos o elenco – a atuação de Gary Oldman, por exemplo, fazendo
o tipo histérico, beira o patético. Talvez a “Mente Criminosa” do título faça
mais jus aos roteiristas do filme, Douglas S. Cook e David Weisberg. Abacaxi dos mais azedos...
“FIQUE COMIGO” (“ASPHALTE”), 2015, França, escrito e dirigido por Samuel Benchetrit. O roteiro é
baseado no livro escrito pelo próprio Benchetrit, “Les Chroniques de L’Asphalte”.
Ambientado num prédio da periferia de Paris, o filme tem como pano de fundo a
solidão, só que passa longe de um drama. O humor permeia toda a ação. No
primeiro andar mora um tipo esquisito que um dia exagera nos exercícios numa
bicicleta ergométrica e perde o movimento das pernas. Acaba numa cadeira de
rodas. Só que ele havia se recusado a pagar o conserto do elevador e estava
proibido de utilizá-lo. Em meio a esse problema, ele conhece uma enfermeira e
se apaixona. Em outro andar do prédio mora uma ex-atriz de cinema agora
esquecida que faz amizade com um jovem vizinho. Insegura pela proximidade de um
teste, a atriz precisa de uma força psicológica e um ombro amigo, que encontra
justamente no vizinho adolescente. Agora vem o momento surreal do filme: a cápsula
de um foguete cai no prédio e despeja um astronauta norte-americano, que acaba
acolhido no apartamento de uma simpática senhora de origem árabe. Um não fala a
língua do outro, mas isso não será problema. Enquanto espera pelo resgate da
NASA, o astronauta é mimado pela senhora e os dois acabam ficando amigos. O
filme é ótimo, surpreendente pelas situações inusitadas e valorizado por um
elenco de primeira: Isabelle Huppert, Michael Pitt, Valéria Bruni-Tedeschi,
Gustave Kervern, Tassadit Mandi e Jules Benchetrit (filho do diretor). Programão!
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