quinta-feira, 20 de novembro de 2025

“BELÉN – UMA HISTÓRIA DE INJUSTIÇA” (“BELÉN”), 2015, Argentina, 1h40m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de Dolores Fonzi, que também assina o roteiro juntamente com Laura Paredes e Agustina San Martín. Este é o segundo filme dirigido pela atriz Dolores Fonzi, muito conhecida por sua participação em vários filmes argentinos, entre os quais “Blondi”, o qual dirige e atua, além dos ótimos “Paulina” e “A Cordilheira”. Em “Belén”, cuja história é baseada em fatos reais ocorridos em 2014 e descritos no livro “Somos Belén”, da jornalista Ana Correa, Fonzi é a advogada Soledad Deza, que assume a defesa de Julieta (Camila Plaate), a “Belén” do título, acusada de cometer infanticídio. Tudo aconteceu num hospital da cidade de Tucumán, norte da Argentina, região marcada por um forte conservadorismo religioso. Com dores abdominais, Julieta estava prestes a ser atendida quando pede para ir ao banheiro. Quando volta, é imediatamente colocada numa maca, mas no meio do atendimento chega a polícia e a algema, pois denunciaram que havia um feto no banheiro. Mesmo negando que o feto era dela, Julieta foi presa, julgada e condenada por infanticídio. A advogada Soledad Deza, que assume a defesa de Julieta depois que a primeira advogada desiste do caso, entra com recurso e consegue um novo julgamento, desta vez com um grande apoio popular, porém a libertação de “Belén” – codinome dado a Julieta visando preservar sua segurança na penitenciária – aconteceria somente mais tarde. O filme foi selecionado para representar a Argentina na disputa do “Melhor Filme Estrangeiro” no Oscar 2026, uma verdadeira consagração para Dolores Fonzi. Realmente, o filme é ótimo.        

 

“MANGA” (“MANGO”), 2025, Dinamarca, 1h36m, em cartaz na Netflix, direção do cineasta iraniano Mehdi Avaz (“Toscana”, “Uma Linda Vida”), seguindo roteiro assinado por Milad Schwartz Avaz. Com apenas 10 minutos de filme você já sabe o que vai acontecer. Tudo muito previsível, um clichê da maioria das comédias românticas. A história é centrada em Laerke (Josephine Park), uma mulher de meia idade que trabalha para uma grande corretora, papel de Paprika Steen. Laerke fica responsável de viajar para Málaga, na Espanha, com o objetivo de comprar um terreno para construir um grande hotel. Só que esse terreno é ocupado por uma grande plantação de mangas, cujo proprietário é o viúvo Alex (Dar Salim). A negociação deve ser fácil, pois Alex está afundado em dívidas. Só que ele rejeita todas as ofertas, já que a plantação preserva a memória de uma tragédia que resultou na morte de sua esposa. Trocando em miúdos, “Manga” é uma comédia romântica bastante simpática, tem um bom elenco de atores bem conhecidos do cinema dinamarquês e belos cenários do campo. Para relaxar numa tarde com pipoca.    

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

 

“O NAUFRÁGIO DO HEWELIUSZ” (“HEWELIUSZ”), 2025, Polônia, minissérie de cinco episódios em cartaz na Netflix, direção de Jan Holoubek e roteiro assinado por Kasper Bajon, baseado em fatos reais ocorridos em janeiro de 1993. O cargueiro “MS Jan Heweliusz”, que saiu de Swinoujscie, na Polônia, para Ystad, na Suécia, naufragou no Mar Báltico, matando 55 dos seus 64 ocupantes, a maioria por hipotermia. Nas investigações sobre as causas do acidente, chegou-se à conclusão de que os culpados seriam o capitão e sua tripulação, mesmo que tenha sido registrada uma tempestade violenta com ventos de 180 km/h, dificultando o controle da embarcação. Os três primeiros capítulos são dedicados a mostrar os momentos que antecederam o naufrágio, as tentativas infrutíferas de salvamento e o desespero dos tripulantes na hora fatal. As cenas são angustiantes e realistas, levando o espectador a sofrer junto com as pessoas querendo se salvar. Nos dois capítulos finais, a minissérie destaca o julgamento que determinará quem foram os culpados pela tragédia: a empresa proprietária do navio, que não realizou a manutenção necessária ou um erro humano, ou seja, do capitão e da tripulação. Neste último caso, a empresa fica livre de indenizar as famílias das vítimas. Participam do elenco alguns dos nomes mais conhecidos do cinema polonês, tais como Magdalena Rózczka, Jacek Koman, Borys Szyc, Mia Goti (não confundir com a inglesa Mia Goth), Michalina Labacz, Michal Zurawski e Anna Dereszowska. Aos que costumam enjoar no mar, aconselho a tomar um Dramin antes de ligar o play. Trocando em miúdos, a minissérie é ótima.

domingo, 16 de novembro de 2025

“A CAÇA” (“THE HUNTED”), 2024, em cartaz na Prime Vídeo, 1h35m, coprodução Inglaterra/França/Bélgica, direção do cineasta francês Louis Lagayette (“The Hole”, “Tigres e Hienas”), que também assina o roteiro com Jérôme Genevray. Com problemas no motor, um barco lotado de refugiados do Sudão e outros países da África fica à deriva no Mar Mediterrâneo. Quando os passageiros estão quase perdendo as esperanças, surge um iate luxuoso que os resgata, levando-os para uma ilha. Aqui, são acolhidos, tomam banho, recebem roupas limpas e jantam na companhia da dona da mansão (Marlene Kaminsky) e outros convidados. Na hora lembrei daquele ditado que diz “Quando a esmola é grande, até o santo desconfia”. Não deu outra. No dia seguinte, dopados, os refugiados são avisados que serão caçados e terão 10 minutos para correr e se esconder pela ilha. Só que os caçadores não contavam que Wael (Lily Banda) é uma ex-soldado treinada no Sudão, que até o desfecho tentará se manter viva e ajudar os companheiros caçados. Não há muito mais a comentar. Só lamentar o decepcionante elenco de ilustres desconhecidos, as cenas de ação mal feitas e uma história que permanece inexplicável, pois fica devendo a explicação de quem é quem entre os caçadores e, principalmente, a proprietária da mansão. O resultado final é decepcionante. Como garantido pela nossa democracia relativa, fique à vontade para assistir ou não.