ÉDEN (EDEN), 2024,
coprodução Estados Unidos/Canadá, 2h09m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de
Ron Howard, que também assina o roteiro com Noah Pink. A história é inspirada
em fatos reais que começaram em 1929, quando o médico alemão Friedrich Ritter (Jude
Law) chega à ilha de Floreana, no longínquo arquipélago de Galápagos. Com sua
companheira Dore Strauch (Vanessa Kirby), o médico, famoso na Alemanha, buscava
uma vida alternativa na natureza selvagem, assim como escrever um livro de
filosofia que mudasse o entendimento do mundo. Em seu rastro, três anos depois, chega também à ilha o casal também alemão Hans e
Margret Wittmer (Daniel Brühl e Sydney Sweeney) e seu filho. Não demora muito e
também joga sua âncora em Floreana a excêntrica e promíscua baronesa Eloise Von
Wagner Bousquet (Ana de Armas) e seus dois amantes. O objetivo da baronesa é
construir um hotel na praia da ilha para hóspedes ricos e famosos. Ao contrário
do seu significado na Bíblia, conforme o título Éden deixa subentender, com a
chegada desses “turistas” a ilha deixa de ser um paraíso para se transformar
num local de conflito social, desentendimentos e tragédias. Lançado no Festival de Cinema de Toronto, no
Canadá, “Éden“ dividiu opiniões, com a maioria dos críticos afirmando que Ron
Howard desta vez errou feio – lembro que o diretor foi responsável por vários filmes de
sucesso, tais como “Apolo 13”, “Cocoon”, “Rush”, “O Código da Vinci” e “Uma
Mente Brilhante”, este último vencedor do Oscar 2010 de Melhor Filme e Melhor
Direção. “Éden” também não foi bem de bilheteria nos Estados Unidos. Como
curiosidade, destaco que as filmagens ocorreram em Queensland, na Austrália, e
não em Galápagos. Como sou um cinéfilo amador relativamente democrático, deixo
a critério do espectador apertar o play.
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
terça-feira, 28 de outubro de 2025
“CASA DE DINAMITE” (“HOUSE OF
DYNAMITE”), 2025, Estados Unidos, 1h52, em cartaz na
Netflix, direção de Kathryn Bigelow, seguindo roteiro assinado por Noah Oppenheim.
Não dá para sair ileso deste suspense (geo) político. A história é de uma tensão
sufocante, já que toda a ação prevê a possibilidade de um iminente conflito
nuclear cujas consequências todo mundo já conhece. Começa o filme com a
constatação de que um míssil nuclear intercontinental acaba de ser lançado
contra os Estados Unidos e cuja rota aponta como alvo provável a cidade de
Chicago. Quem enviou? As principais suspeitas recaem sobre a Rússia, China ou
Coreia do Norte. A situação mobiliza toda infraestrutura do governo
norte-americano, desde o seu presidente até os comandantes das forças armadas,
além da Agência de Defesa de Mísseis (MDA), que imediatamente ordena o lançamento
de mísseis interceptadores. Erraram na primeira e na segunda tentativas. Os
minutos vão se passando e o desespero toma conta de todos. Enfim, uma guerra nuclear
pode estar a caminho, pois uma ordem do presidente pode resultar numa retaliação. Haja coração! Méritos para a diretora Katryn Bigelow, que
já nos presenteou com ótimos suspenses, entre os quais “Guerra ao Terror” –
Oscar 2010 de Melhor Filme e Melhor Direção -, “A Hora mais Escura”, “Detroit
em Rebelião” e “Quando Chega a Escuridão”. Neste seu recente “Casa de Dinamite”,
a diretora deixa o espectador adivinhar o que poderá ter acontecido no desfecho,
já que o filme termina abruptamente sem um final explicado. Numa de suas
entrevistas sobre o filme, Kathryn Bigelow afirmou: "Quero que as pessoas sintam
o peso da incerteza. Vivemos em um mundo onde a catástrofe pode começar com um
clique – e, ainda assim, escolhemos acreditar que temos tempo”. O elenco é de
primeira: Idris Alba, Rebecca Ferguson, Gabriel Basso, Jason Clarke, Willa Fizgerald, Jonah Hauer, Tracy Letts, Kaitlyn Denver, Moses Ingram, Anthony Ramos,
Jared Harris, Kyle Allen, Brian Tee e Greta Lee. Filmaço!
domingo, 26 de outubro de 2025
“27 NOITES” (“27 NOCHES”), 2025,
Argentina, 1h47m, em cartaz na Netflix, direção do cineasta e ator uruguaio
Daniel Hendler (que atua no filme), que também assina o roteiro com Mariano
Llinás e Martin Mauregui. Drama e humor estão juntos numa história baseada em
fatos reais descritos no livro “Veintisiete Noches”, romance de Natalia Zito, envolvendo
a idosa Natália Cohen (1919-2022), uma artista plástica e escritora argentina
internada numa clínica psiquiátrica pelas próprias filhas. No filme, a vítima
do internamento compulsório é Martha Hoffman (Marilu Marini), uma senhora de 83
anos que passa internada 27 noites por causa de um laudo médico assinado por um
conhecido neurologista e por uma psiquiatra que depois confessou que nem
conhecia Martha. Segundo o laudo, a idosa sofreria de demência frontotemporal –
a mesma doença do ator Bruce Willis. Além da idosa e das suas duas filhas,
interpretadas por Paula Grinszpan e Carla Peterson, o personagem de maior destaque
ficou por conta do próprio diretor, que faz o papel de Leandro Casares, perito
designado por um tribunal para avaliar a condição de Martha, com quem acaba
tendo uma grande amizade e é responsável pelas principais cenas de humor. O filme
é um tanto irregular, com algumas situações que fogem do contexto da história,
como aquela em que o perito e a idosa ingressam numa comunidade artística que,
esta sim, parece mais um manicômio.
“O MONSTRO DE FLORENÇA” (“IL
MOSTRO”), 2025, Itália, minissérie em 4 episódios em cartaz na
Netflix, direção de Stefano Sollima (“Suburra”, “Sicário”), que também assina o
roteiro com Leonardo Fasoli. Baseada em fatos reais descritos no livro “O
Monstro de Florença (2009), escrito por Douglas Preston e Mario Spezi, a
história é centrada nos crimes de um serial killer que aterrorizou a Itália
por quase duas décadas. Embora a polícia italiana tenha detido vários
suspeitos, nenhum deles foi preso como o autor dos assassinatos. No total,
desde 1968, foram mortas 18 pessoas, geralmente casais que faziam sexo em
veículos nos arredores de Florença. O modus operandi do assassino era
sempre o mesmo. Ele utilizava a mesma arma, uma pistola Beretta calibre 22, com
balas Winchester “série H”, e mutilava as mulheres, removendo seus órgãos
sexuais. Por pressão dos familiares das vítimas, o caso foi reaberto várias
vezes, mas a polícia até hoje não conseguiu identificar o criminoso. Estão no
elenco Francesca Olia, Liliana Bottone, Marco Bullitta, Giacomo Fadda,
Valentino Mannias, Chloé Groussard, Adele Piras e Niccolo Cancellieri. Achei o
roteiro meio confuso, principalmente pela utilização exagerada de flashbacks – alguns
repetidos no último episódio, além de um elenco que não convence. Em todo caso,
a história é de arrepiar os pelos da nuca.



