sábado, 18 de outubro de 2025

“GTmax”, 2024, coprodução França/Bélgica, 1h39m, em cartaz na Netflix, direção de Olivier Schneider, seguindo roteiro assinado por Jean-André Yerles e Rachid Santaki. Existem dois bons motivos para assistir a este filme de ação: a bela atriz Ava Baya e as ótimas cenas de perseguição e corridas de motocross. Ao verem que o pai Daniel (Gérard Lanvin) enfrenta problemas financeiros, a ponto de estar prestes a perder a pista de motocross e as motos da equipe Carella, da qual é chefe, os irmãos Soélie (Baya) e Michael (Riadh Belaïche), jovens astros das competições, resolvem ingressar na gangue Raptors, famosa por realizar assaltos em motocicletas. Os irmãos deverão participar do próximo roubo, cujo alvo é uma coleção de pedras preciosas valiosas. Desconfiada das intenções do grupo criminoso, a polícia monta um esquema para prender os assaltantes, sabendo que eles utilizarão motocicletas. Apesar disso, o assalto é bem sucedido, só que os marginais não contavam com a posterior perseguição dos policiais, o que resultarão em mais algumas cenas de alta tensão. Não dá pra comentar o desfecho, mas fica a sensação, de acordo com a última cena, de que haverá uma sequência. Como disse no começo do comentário, existem dois motivos para assistir, mas outros tantos para passar longe.    

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

“O ROYAL HOTEL” (“THE ROYAL HOTEL”), 2023, coprodução Austrália/Inglaterra, 1h31m, em cartaz na Netflix, direção da cineasta australiana Kitty Green (“A Assistente”), seguindo roteiro assinado por Oscar Redding. A história foi inspirada num documentário de 2016 que retratou um caso real ocorrido no pequeno vilarejo de Coolgardie, numa região inóspita da Austrália Ocidental. “O Royal Hotel” é centrado em duas jovens mochileiras à procura de aventura. Amigas que não se desgrudam, as canadenses Hanna (Julia Garner) e Liv (Jessica Henwick) resolvem se aventurar pelo interior da Austrália, chegando ao vilarejo de Coolgardie, cuja população é, em sua maioria, composta por trabalhadores de uma mineração. Sem dinheiro, as duas topam se hospedar no Royal Hotel, uma espelunca cujo proprietário é Billy (Hugo Weaving, de “Matrix”), um sujeito irresponsável cuja fama é de um beberrão contumaz. Para pagar a hospedagem e faturar algum dinheiro, elas topam trabalhar como garçonetes no bar do hotel, frequentado por bêbados da pior espécie, sedentos de sexo. As bebedeiras são homéricas. Dessa forma, as duas jovens trabalham correndo o risco de serem assediadas o tempo inteiro. Quando o filme terminou, de forma trágica, fiquei pensando o que levou as duas jovens a se aventurar num lugar tão lamentável, longe de qualquer sinal de civilização. Enfim... Completam o elenco Toby Wallace, Daniel Henshall, James Frecheville, Herbert Nordrum e Ursula Yovich. Na dúvida se recomendo ou não, resolvi conceder aos meus dois leitores o direito ao livre arbítrio. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

 

“A MULHER NA CABINE 10” (“THE WOMAN IN CABIN 10”), 2025, Estados Unidos, 1h32m, em cartaz na Netflix, direção do cineasta suíço radicado na Austrália Simon Stone (“A Escavação”, “A Filha”), que também assina o roteiro com Joe Shrapnel e Anna Waterhouse. Suspense de primeira, movimentado e repleto de tensão e reviravoltas. Começa com a jornalista investigativa Laura Blacklock (Keira Knightley) sendo convidada a participar de um cruzeiro no luxuoso iate da bilionária Anne Bullmer (Lisa Loven Kongsli). Entre os convidados, alguns membros da fundação criada por Anne e jornalistas. Durante a viagem, Anne, com câncer terminal, assinaria um testamento no qual consta sua intenção de deixar toda sua fortuna para a fundação dedicada às pesquisas da cura para o câncer e tratamentos para pacientes com a doença. Na primeira noite, Laura está em seu camarote quando ouve uma violenta discussão e depois testemunha um corpo sendo jogado ao mar. Ela alerta o ocorrido à equipe de segurança da embarcação, que faz a contagem dos passageiros e tripulantes, constatando que nenhum está desaparecido. Com a intenção de descobrir o que aconteceu, Laura começa a investigar e acaba descobrindo algumas verdades que gente poderosa tenta esconder. A partir daí, ela correrá grande perigo até o desfecho da história, num grand finale que valoriza qualquer bom suspense. Completam o elenco Guy Pearce, Gitte Witt, Kaya Scodelario, David Ajala, Gugu MBatha-Raw e Hannah Waddingham. Sem dúvida, um dos melhores suspenses lançados este ano. Imperdível!      

“ZOE, MINHA AMIGA MORTA” (“MY DEAD FRIEND ZOE”), 2024, Estados Unidos, 1h42m, em cartaz na Prime Vídeo, estreia na direção de longas do cineasta Kyle Hausmann-Stokes, que também assina o roteiro com AJ Bermudez e Cherish Chen. O titulo pode parecer que o filme é uma produção de terror ou comédia. Nenhuma das duas. Trata-se de um drama cujo pano de fundo é a Síndrome do Estresse Pós-Traumático que atinge a maioria dos veteranos de guerra, levando-os, muitas vezes, ao suicídio. A história é centrada na soldado Merit (Sonequa Martin-Green, de “The Walking Dead” e “Star Trek: Discovery’), uma veterana da guerra no Afeganistão. Seu trauma principal foi a morte de sua companheira e melhor amiga Zoe (Natalie Morales). Para tratar do seu problema psicológico, Merit é encaminhada a um programa de terapia destinado a veteranos de guerra, supervisionado pelo psicólogo militar Dr. Cole (Morgan Freeman). Ao mesmo tempo, Merit é obrigada a cuidar do pai Dale (Ed Harris), em processo adiantado de Alzheimer. Além disso, Merit vê a todo momento o fantasma de Zoe, um lance arriscado do roteiro, mas eficiente no contexto do drama. Em vários flashbacks, o enredo evoca cenas das duas amigas em missão no Afeganistão, levando o espectador a supor que Zoe teria sido morta durante combate. O fato do diretor Kyle ser também um ex-veterano de guerra como paraquedista no Iraque – anos 90 – fornece credibilidade ao tratar de um tema tão sensível como os traumas de guerra. Completam o elenco Gloria Reuben, Utkarsh Ambudkar e Alicia Borja. Trocando em miúdos, um filme muito interessante e sensível.