terça-feira, 3 de janeiro de 2017
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Coincidência
trágica, “ATENTADO EM PARIS” (“Bastille
Day”), coprodução Inglaterra/França/EUA, estreou nos cinemas franceses um dia antes
do atentado de Nice, em julho do ano passado, durante as comemorações do Dia da
Bastilha, que resultou na morte de 84 pessoas. O filme foi imediatamente retirado de cartaz e teve o nome mudado
para “The Take”. Trata-se de um ótimo filme de ação estrelado pelo brucutu
inglês Idris Alba (“Beasts of no Nation”, o primeiro filme produzido pela
Netflix). Ele é o agente especial da CIA Sean Briar, recrutado para investigar
um atentado terrorista à bomba em Paris, no qual morreram quatro pessoas. Briar
descobrirá que o jovem norte-americano Michael Mason (Richard Madden, da série
“Game of Thrones”), um habilidoso bateador de carteiras e ladrão de celulares, acabou
se envolvendo no crime ao roubar uma sacola de Zoe Naville (Charlotte Le Bon),
uma jovem francesa recrutada por nacionalistas radicais que intencionam colocar
a culpa nos árabes. Dirigido pelo inglês James Watkins (“A Mulher de Preto”),
o filme traz ótimas cenas de ação, principalmente aquela que mostra uma
perseguição de tirar o fôlego sobre os telhados da capital francesa. O bom
elenco ainda é valorizado pelas presenças de José Garcia e Kelly Reilly. Bom
programa para uma sessão da tarde com pipoca.
Representante oficial da Palestina na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, “O ÍDOLO” (“Ya Tayr El Tayer”) conta a
história verídica do jovem cantor Mohammed Assaf, que em 2013 saiu de Gaza para
vencer o Arab Idol – versão árabe do American Idol – no Cairo Opera House, na
capital egípcia. Escrito e dirigido pelo israelense Hany Abu-Assad (dos ótimos “Paradise
Now” e “Omar”), o filme pode ser visto em duas partes. A primeira mostra o
garoto Assaf (Kaís Attalah) e sua turma querendo montar um grupo musical, sonho
desfeito quando Nour, a irmã, fica gravemente doente. Ela sofre de
insuficiência renal e precisa de um transplante. Numa das visitas que Assaf faz
à irmã no hospital, ela pergunta por que contraiu a doença. Assaf responde que
se ela fosse uma criança sueca não ficaria doente dessa forma. “Deve ser por
causa das nossas frustrações”. Dá o que pensar. O filme dá um salto para 2012,
quando Assaf (agora interpretado por Tawfeek Barhom) trabalha como motorista de
táxi. Nessa parte, o diretor Abu-Assad explora a situação de calamidade vivida
pela população de Gaza, com imagens de bairros inteiros destruídos pelos
ataques de Israel. O desfecho, é claro, reproduz a vitória de Assaf no Arab
Idol, com direito a imagens do verdadeiro cantor no dia em que venceu a disputa,
tornando-se um grande herói para o povo palestino. Enfim, um filme biográfico e
musical com pano de fundo político, com alguns momentos sensíveis e até
comoventes, principalmente na primeira fase. Mas está longe de ser um grande
filme ou merecedor de um Oscar.
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