“O SILÊNCIO DA VINGANÇA” (“SILENT
NIGHT”), 2023, Estados Unidos, 1h44m, em cartaz na Prime Vídeo,
direção de John Woo, seguindo roteiro assinado por Robert Archer Lynn. Filme
mudo em pleno século XXI? Pois é, o filme não tem diálogos, apenas gritarias, barulho de
tiros, pancadarias, derrapagens,
perseguições. Estamos em Los Angeles, onde a violência urbana e a guerra entre
gangues levam pânico à população – não lembra uma tal de cidade maravilhosa? Num
desses tiroteios, uma bala perdida atinge e mata um garoto de 7 anos que
brincava com o pai e mãe no jardim da casa. Brian Godlook (Joel Kinnaman), o
pai, leva um tiro no pescoço e perde a voz. Ele se recupera do ferimento e jura
vingança. Passa o ano inteiro treinando artes marciais, tiro ao alvo e derrapagens
no Mustang usado que acabara de comprar. O filme segue um longo caminho sem
qualquer ação e ficamos sentados na poltrona assistindo Brian se exercitando, o
que exige muito da nossa paciência. Além de Kinnaman, o elenco de “mudos” conta com
Catalina Sandino Moreno, Harold Torres, Valeria Santaella, Kidi Cudi e Anthony
Giulietti. Só no desfecho é que a ação toma conta, com boas cenas executadas
com maestria pelo cineasta chinês John Woo. O resultado final, porém, é
decepcionante. “O Silêncio da Vingança” foi considerado pela crítica
especializada como o pior filme de Woo em Hollywood - seu último filme na terra de Trump foi "O Pagamento", em 2003. E olha que o cineasta chinês
tinha o crédito de ter dirigido ótimos filmes de ação nos States, tais
como “O Alvo” – seu primeiro nos Estados Unidos, em 1990, com Jean-Claude Van
Damme -, além de “A Outra Face”, “O Alvo”, “Fervura Máxima” e “Missão
Impossível 2”, entre outros. Não à toa que “O Silêncio da Vingança” foi um
grande fracasso de bilheteria nos Estados Unidos e no Canadá. Realmente, muito
fraco.
sábado, 15 de março de 2025
quinta-feira, 13 de março de 2025
“DELICIOUS” (a
Netflix manteve o título original), 2025, Alemanha, 1h42m, roteiro e direção de
Nele Mueller-Stöfen (é o seu primeiro longa). Suspense na linha de “Parasita” e
“O Menu”, explorando a questão da luta de classes. Neste filme alemão, falado
em francês, alemão e inglês, uma família rica vai passar as férias de verão em
sua luxuosa vila francesa na Provença. Numa noite, voltando de um restaurante,
o carro da família atropela uma jovem. O desespero toma conta de John (Fahri
Yardim), o pai, que dirigia o veículo e tinha bebido um pouco a mais. Sua
esposa, Esther (Valerie Pachner), resolve cuidar da moça pessoalmente, evitando
levá-la para um hospital e também uma eventual comunicação à polícia, já que o
marido havia bebido. A vítima, Theodora (Cara Días), de origem espanhola, acaba
se aproximando da família até ser contratada como empregada da casa. Theodora,
porém, tem planos sórdidos para a família, começando por influenciar Esther a
se aventurar fora do casamento. Aos poucos, a gente percebe que a família alemã
é bastante desajustada e que a história não acabará bem. E, pior, de uma forma
bastante trágica e inusitada, justificando o título do filme. “Delicious” é um
suspense muito interessante, que prende a atenção do começo ao desfecho. Enfim,
um filme do gênero suspense acima da média.
quarta-feira, 12 de março de 2025
“O APRENDIZ” (“THE APPRENTICE”), 2024,
coprodução Canadá/Dinamarca/Irlanda/Estados Unidos, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta iraniano Ali Abbai (“Holy Spider”, “Border”), seguindo
roteiro assinado por Gabriel Sherman. Com primorosa recriação de época – anos 70
e 80 -, o filme mostra a ascensão vertiginosa do jovem Donald Trump (Sebastian
Stan) no mercado imobiliário de Nova Iorque, desde a construção do Grand Hyatt
Hotel de Manhatan, em 1978, seu primeiro grande empreendimento. O roteiro destaca não
apenas o lado empresarial do futuro presidente dos Estados Unidos, como também
a relação conflituosa com sua família, o casamento com a modelo tcheca Ivana (Maria
Bakalova) e, principalmente, sua relação com o advogado Roy Cohn (Jeremy
Strong), responsável por ensinar Trump as artimanhas, truques e como negociar –
nem sempre de forma honesta - e sair sempre ganhando. O lema que Cohn
aconselhou Trump a adotar: atacar, negar todas as acusações e nunca aceitar a
derrota. Entre os demais atores mais conhecidos do ótimo elenco estão Martin
Donovan, Catherine McNally e Charlie Carrick. O destaque maior fica, sem dúvida, por conta
do ator romeno Sebastian Stan, que também está nas telas com os filmes “Um
Homem Diferente” e “Capitão América: Admirável Mundo Novo”. A impressionante
interpretação de Stan como Trump o levou a ser indicado ao Oscar 2025 como
Melhor Ator – “O Aprendiz” também disputou o Oscar 2025 na categoria Melhor
Filme. Não venceu, como era esperado, em nenhuma das duas, já que os membros votantes
da Academia nos EUA, em sua maioria, são ativistas do partido democrata e nunca
gostaram de Trump. Aliás, o próprio Donald Trump não gostou do filme, achando que atrapalharia sua campanha. Eu achei um filmaço.