Páginas

sábado, 15 de março de 2025

“O SILÊNCIO DA VINGANÇA” (“SILENT NIGHT”), 2023, Estados Unidos, 1h44m, em cartaz na Prime Vídeo, direção de John Woo, seguindo roteiro assinado por Robert Archer Lynn. Filme mudo em pleno século XXI? Pois é, o filme não tem diálogos, apenas gritarias, barulho de tiros, pancadarias, derrapagens, perseguições. Estamos em Los Angeles, onde a violência urbana e a guerra entre gangues levam pânico à população – não lembra uma tal de cidade maravilhosa? Num desses tiroteios, uma bala perdida atinge e mata um garoto de 7 anos que brincava com o pai e mãe no jardim da casa. Brian Godlook (Joel Kinnaman), o pai, leva um tiro no pescoço e perde a voz. Ele se recupera do ferimento e jura vingança. Passa o ano inteiro treinando artes marciais, tiro ao alvo e derrapagens no Mustang usado que acabara de comprar. O filme segue um longo caminho sem qualquer ação e ficamos sentados na poltrona assistindo Brian se exercitando, o que exige muito da nossa paciência. Além de Kinnaman, o elenco de “mudos” conta com Catalina Sandino Moreno, Harold Torres, Valeria Santaella, Kidi Cudi e Anthony Giulietti. Só no desfecho é que a ação toma conta, com boas cenas executadas com maestria pelo cineasta chinês John Woo. O resultado final, porém, é decepcionante. “O Silêncio da Vingança” foi considerado pela crítica especializada como o pior filme de Woo em Hollywood - seu último filme na terra de Trump foi "O Pagamento", em 2003. E olha que o cineasta chinês tinha o crédito de ter dirigido ótimos filmes de ação nos States, tais como “O Alvo” – seu primeiro nos Estados Unidos, em 1990, com Jean-Claude Van Damme -, além de “A Outra Face”, “O Alvo”, “Fervura Máxima” e “Missão Impossível 2”, entre outros. Não à toa que “O Silêncio da Vingança” foi um grande fracasso de bilheteria nos Estados Unidos e no Canadá. Realmente, muito fraco.          

quinta-feira, 13 de março de 2025

“DELICIOUS” (a Netflix manteve o título original), 2025, Alemanha, 1h42m, roteiro e direção de Nele Mueller-Stöfen (é o seu primeiro longa). Suspense na linha de “Parasita” e “O Menu”, explorando a questão da luta de classes. Neste filme alemão, falado em francês, alemão e inglês, uma família rica vai passar as férias de verão em sua luxuosa vila francesa na Provença. Numa noite, voltando de um restaurante, o carro da família atropela uma jovem. O desespero toma conta de John (Fahri Yardim), o pai, que dirigia o veículo e tinha bebido um pouco a mais. Sua esposa, Esther (Valerie Pachner), resolve cuidar da moça pessoalmente, evitando levá-la para um hospital e também uma eventual comunicação à polícia, já que o marido havia bebido. A vítima, Theodora (Cara Días), de origem espanhola, acaba se aproximando da família até ser contratada como empregada da casa. Theodora, porém, tem planos sórdidos para a família, começando por influenciar Esther a se aventurar fora do casamento. Aos poucos, a gente percebe que a família alemã é bastante desajustada e que a história não acabará bem. E, pior, de uma forma bastante trágica e inusitada, justificando o título do filme. “Delicious” é um suspense muito interessante, que prende a atenção do começo ao desfecho. Enfim, um filme do gênero suspense acima da média.              

quarta-feira, 12 de março de 2025

 

“O APRENDIZ” (“THE APPRENTICE”), 2024, coprodução Canadá/Dinamarca/Irlanda/Estados Unidos, em cartaz na Prime Vídeo, direção do cineasta iraniano Ali Abbai (“Holy Spider”, “Border”), seguindo roteiro assinado por Gabriel Sherman. Com primorosa recriação de época – anos 70 e 80 -, o filme mostra a ascensão vertiginosa do jovem Donald Trump (Sebastian Stan) no mercado imobiliário de Nova Iorque, desde a construção do Grand Hyatt Hotel de Manhatan, em 1978, seu primeiro grande empreendimento. O roteiro destaca não apenas o lado empresarial do futuro presidente dos Estados Unidos, como também a relação conflituosa com sua família, o casamento com a modelo tcheca Ivana (Maria Bakalova) e, principalmente, sua relação com o advogado Roy Cohn (Jeremy Strong), responsável por ensinar Trump as artimanhas, truques e como negociar – nem sempre de forma honesta - e sair sempre ganhando. O lema que Cohn aconselhou Trump a adotar: atacar, negar todas as acusações e nunca aceitar a derrota. Entre os demais atores mais conhecidos do ótimo elenco estão Martin Donovan, Catherine McNally e Charlie Carrick. O destaque maior fica, sem dúvida, por conta do ator romeno Sebastian Stan, que também está nas telas com os filmes “Um Homem Diferente” e “Capitão América: Admirável Mundo Novo”. A impressionante interpretação de Stan como Trump o levou a ser indicado ao Oscar 2025 como Melhor Ator – “O Aprendiz” também disputou o Oscar 2025 na categoria Melhor Filme. Não venceu, como era esperado, em nenhuma das duas, já que os membros votantes da Academia nos EUA, em sua maioria, são ativistas do partido democrata e nunca gostaram de Trump. Aliás, o próprio Donald Trump não gostou do filme, achando que atrapalharia sua campanha. Eu achei um filmaço.