“ATÉ A ÚLTIMA GOTA” (“STRAW”), 2025,
Estados Unidos, 1h48m, em cartaz na Netflix, roteiro e direção de Tyler Perry.
Imagine você acordar e logo receber a notícia de que vai ser despejada por falta de pagamento. Assim
começou o dia de Janiyah Witkins (Taraji P. Henson), uma mãe solteira prestes
também a perder o emprego cujo salário mal dá para sobreviver e pagar os remédios da filha
doente. Já à beira de um ataque de nervos, ela ainda enfrentará muitos
problemas, como se envolver numa confusão de trânsito com um policial e ainda
ser acusada de assalto. E pior, de homicídio. Desesperada, ela entra na sua agência
bancária para descontar um cheque, o que lhe é negado. É a gota d’água (ou a
última gota do título) para ela se armar com uma pistola e ameaçar todo mundo,
mobilizando a polícia local, a SWAT e até o FBI. O filme lembra muito “Um Dia
de Fúria”, com Michael Douglas, um grande sucesso de 1993. A tensão predomina do
começo ao desfecho, destacando a excelente atuação da atriz Taraji P. Henson,
comprovando a mesma competência que já demonstrou em outros filmes, como o ótimo “Estrelas
Além do Tempo”, (2016), “Proud Mary” (2018) e “A Cor Púrpura” (2023), entre
outros. Embora eu tenha gostado de “Até a Última Gota”, me incomodou de novo o fato
do cineasta Tyler Perry escalar praticamente todo o elenco com atores negros,
embora na maioria dos seus filmes, inclusive neste, ele introduz sempre a
questão do racismo nos Estados Unidos, quando quase todas as atrizes apareçam
com os cabelos alisados, uma incoerência constante de Perry.
quarta-feira, 25 de junho de 2025
segunda-feira, 23 de junho de 2025
domingo, 22 de junho de 2025
EXPIAÇÃO (SWIETY), 2023, coprodução Polônia/Hungria, 1h45m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e
direção de Sebastian Buttny. Trata-se de um suspense policial com pano de fundo
político e religioso. A história é baseada em fatos reais, ou seja, as
consequências do roubo da estátua de Santo Adalberto na catedral da cidade de
Gniezno, na Polônia. O ano é 1986 e o caso teve grande repercussão no país,
pois Santo Adalberto, também conhecido como Wojciech, foi uma figura central na
história do país, um missionário e bispo célebre por difundir o cristianismo
entre os povos eslavos no século 10. O tenente Andrzej Baran (Mateusz
Kosciukiewicz), da Milícia dos Cidadãos, ficou encarregado de investigar a
autoria do roubo. Durante o seu trabalho, porém, ele começou a receber pressão de
setores da Igreja, autoridades policiais e do governo comunista por intermédio
do Ministério da Segurança Pública (SB), o equivalente polonês da KGB. Até o
desfecho o espectador acompanhará todo o trabalho do tenente Andrzej, suas idas e
vindas ao local do roubo e ainda uma série de interrogatórios que o ajudarão na
solução do caso. Uma das cenas mais poderosas do filme é aquela em que acontece
a reconstituição do roubo, acompanhada por policiais, padres, imprensa e centenas de
devotos do Santo Adalberto. O roteiro não facilita o entendimento da história para o espectador, tornando EXPIAÇÃO um filme não destinado ao grande público, mas é
muito interessante e bem feito.