sábado, 8 de março de 2025

 

“OS ASSASSINATOS DE BUCKINGHAM” (“THE BUCKINGHAM MURDERS”), 2024, Índia, 1h47m, em cartaz na Netflix, direção de Hansal Mehta (“Omertá”, "Quando Bangladesh Chorou”), seguindo roteiro de Aseem Arrora, Raghav Raj Kakker e Kashyap Kakker. Embora seja indiano, ou seja, produzido por Bollywood, o filme é todo ambientado na Inglaterra, falado em inglês e hindi, assim como o elenco e equipe técnica é formada por indianos e ingleses. A personagem principal é a detetive Jass Bhamra (Kareena Kapoor, uma das atrizes mais conhecidas do cinema indiano), da polícia de Londres. Quando ocorre o assassinato de um adolescente na cidade de Buckinghamshire, Jass é designada para ajudar o detetive local, Hardik Patel (Ash Tandon), a encontrar os responsáveis pela morte do garoto. Uma investigação dolorida para Jass, que pouco tempo antes viu seu filho ser assassinado e arrasta esse trauma até agora. A vítima de Buckinghamshire é filho adotivo de uma família de indianos, cuja comunidade é grande na cidade. O roteiro coloca à frente do espectador vários suspeitos, mas o verdadeiro somente será revelado no final. Aliás, um desfecho surpreendente. Só como informação adicional, a criação da detetive Jass Bhamra foi inspirada na personagem de Kate Winslet na minissérie “Mare of Easttown”, de 2021. Resumindo, “Os Assassinatos de Buckingham” é um bom suspense, mas não oferece nenhum grande motivo para merecer uma indicação entusiasmada.          

quinta-feira, 6 de março de 2025

“O REFORMATÓRIO NICKEL” (“NICKEL BOYS”), 2024, Estados Unidos, 2h20m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Ramell Ross. A história é baseada no livro “The Nickel Boys”, escrito por Colson Whitehead, lançado em 2019 e premiado com o Pulitzer. Indicado ao Oscar 2025 em duas categorias, Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, o filme não é muito fácil de digerir, principalmente pela forma com que o cineasta resolveu adotar para filmar a história. Segundo o material de divulgação, o romance foi inspirado em fatos reais ocorridos nos anos 60 do século passado no Dozier School for Boys, localizado na Flórida. Não sei se o diretor Ramell Ross teve um surto de criatividade psicodélica ou resolveu incorporar o estilo maluco do intragável cineasta Terrence Malick, outro autor de filmes sem pé nem cabeça. De forma surreal, com enquadramentos esquisitos, personagens que dialogam com a câmera e reprodução de fotos e vídeos da época, o filme coloca em discussão temas como o racismo e a violência que imperavam nos Estados Unidos naquela década efervescente. Os personagens principais da história são os adolescentes Elwood (Ethan Herisse) e Turner (Brandon Wilson), que ficam amigos e confidentes no reformatório. Se o diretor Ramell Ross tivesse o bom senso de contar a história de forma normal, o filme certamente seria bem melhor de assistir. Mas ele preferiu arriscar em uma maneira de filmar totalmente foram dos padrões, pensando que é um gênio. No meu entender, fracassou redondamente, pois o filme é muito chato, arrastado, insuportável. Alguns críticos profissionais afetados elogiaram, mas nem suas indicações ao Oscar foram capazes de me sensibilizar. Uma coisa é certa: é preciso muita paciência para chegar até o final.         

segunda-feira, 3 de março de 2025

“BASTION 36”, 2025, França, 2h4m, em cartaz na Netflix (que manteve o título original), direção de Olivier Marchal, que também escreveu o roteiro inspirado no livro “Flic Requiem”, de Michel Tourscher. A assinatura do cineasta Olivier Marchal é aval garantido para um bom filme policial de ação (leia no fim do comentário alguns filmes dirigidos por ele). Este “Bastion 36” não é dos seus melhores, mas mantém alguns aspectos do seu estilo, como muita pancadaria, violência extrema, perseguições eletrizantes e, principalmente, corrupção policial. A história é centrada no capitão Antoine Cerda (Victor Belmondo, neto do falecido ator Jean-Paul Belmondo), comandante da Brigada de Investigações de Paris. Perito em artes marciais, ele complementa seu salário participando de lutas clandestinas. Depois de uma delas, ele entra numa briga de rua e nocauteia dois homens. O caso chega ao conhecimento dos seus superiores, que resolvem transferi-lo para outra delegacia. Logo depois, dois de seus ex-colegas são assassinados, um outro ex-colega desaparece e sua namorada também policial sofre um atentado e fica em estado crítico. Por conta própria, Antoine começa a investigar para tentar descobrir quem são os responsáveis por tudo isso. Será que foi o crime organizado ou gente da própria polícia? Tudo será esclarecido no desfecho, mantendo o suspense e a atenção do espectador. Como disse no começo, não é o melhor de Marchal, nem muito menos o pior. Do diretor recomendo filmes como “36”, “Bronx”, “Pacto de Sangue”, “Carbono”, “MR-73”, “Overdose” e a série “Marselha em Perigo”.            

domingo, 2 de março de 2025

“INVASÃO DE LUA DE MEL” (“LUNE DE MIEL AVEC MA MÈRE”), 2025, França, 1h33m, em cartaz na Netflix, direção de Nicolas Cuche, que também assina o roteiro com Laurent Turner e Laure Hennequart. Trata-se de uma comédia francesa, remake do filme espanhol “Lua de Mel com a Minha Mãe”, de 2022, que também está na Netflix. Como não assisti a comédia espanhola, fico isento de fazer uma comparação, mas posso afirmar que a versão francesa é bem divertida, mas irregular no ritmo. Tudo começa quando Lucas (Julien Frison) é abandonado pela noiva Élodie (Camille Aguilar) em pleno altar. A viagem de lua de mel para as paradisíacas ilhas Maurício já estavam pagas. Como não conseguiu o reembolso, Lucas aceitou ir com a própria mãe Lily (Michèle Laroque). Os valores acertados com o resort compreendiam uma série de mordomias, somente concedidas a casais em lua de mel. Dessa forma, Lucas e a mãe se registram como um casal. Claro que a diferença de idade é logo percebida pelos funcionários do resort como também pelos demais hóspedes, gerando algumas situações bem engraçadas. Do meio para o fim, porém, o filme perde o ritmo inicial, mas sem prejudicar o resultado final. Também estão no elenco Kad Merad, Margot Bancilhon, Gilbert Melki e Rossy De Palma. Programa ideal para dar um período de descanso aos neurônios.