“A PIOR PESSOA DO MUNDO” (“VERDENS
VERSTE MENNESKE”), 2021, Noruega, 2h08m, em cartaz na
Prime Vídeo, direção de Joachim Trier (“Oslo, 31 de Agosto”, “Thelma), que também
assina o roteiro com a colaboração de Eskil Vogt. O que me levou a buscar este
filme de 2021 no catálogo da Prime foi a notícia de que um filme do mesmo
diretor, “Sentimental Value”, foi o vencedor do "Grand Prix" do Festival de
Cannes 2025. “A Pior Pessoa do Mundo” foi uma ótima descoberta, pois o filme é muito bom, com um excelente elenco, tendo à frente a maravilhosa Renate
Reinsve. Além de outros prêmios pelos festivais de cinema mundo afora, o filme
foi o representante da Noruega na disputa de duas categorias no Oscar 2022: “Melhor
Roteiro Original” e “Melhor Filme Internacional”. No Festival de Cannes,
conquistou a Palma de Ouro de Melhor Atriz (Renate Reinsve). O filme é dividido
em um prólogo, 12 capítulos e um epílogo. A história é centrada em Julie
(Reinsve), uma mulher que à beira dos 30 anos ainda não se resolveu no campo
sentimental nem no profissional. Entrou para a faculdade de medicina, pois
queria ser médica, não gostou e logo partiu para a psicologia, mas durante o
curso resolveu que sua melhor opção é a fotografia, assim como a literatura. Dessa
forma inconstante ela é também nos seus relacionamentos amorosos, no
início com muito sexo casual. Namoro sério ela teve com Aksel (Anders Danielsen
Lie), quinze anos mais velho, e depois com Eivind (Herbert Nordrum). Renate
Reinsve é uma atriz maravilhosa, o roteiro é primoroso e cabe aqui registrar
alguns aspectos que também valorizam “A Pior Pessoa do Mundo”. O primeiro deles
é a criatividade do diretor, cujo estilo lembra muito o de Woody Allen, a
começar pelo formato das letras dos créditos, diálogos inteligentes e trilha sonora com jazz tradicional
(Billie Holiday e Ahmad Jamal) e músicas de Harry Nilsson, para culminar com a
cereja do bolo: “Waters of March (“Águas de Março”), na voz de Art Garfunkel.
Mais Woody Allen: Trier recria aquela cena inconfundível de “Manhattan”, quando
um casal está sentado num banco de frente para a ponte do Brooklyn. Uma informação importante: Joachim Trier não tem nenhum parentesco com o grande diretor dinamarquês Lars Von Trier. Trocando em
miúdos, “A Pior Pessoa do Mundo” é mais uma obra-prima do cinema europeu. Não perca!
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sábado, 13 de setembro de 2025
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
“O CLUBE DO CRIME DAS
QUINTAS-FEIRAS” (“THE THURSDAY MURDER CLUB”), 2025, Inglaterra, 1h58m, em
cartaz na Netflix, direção de Chris Columbus (“Harry Potter e a Pedra Filosofal”,
“Harry Potter e a Câmara Secreta”, “Esqueceram de Mim”). O roteiro, assinado
por Katy Brand e Suzanne Heathcote, foi inspirado no livro homônimo escrito por
Richard Osman em 2020. Na casa de repouso Coopers Chase, no interior da
Inglaterra, quatro velhinhos fundaram o clube do título. Todas as
quintas-feiras eles se reúnem para brincar de detetives, tentando desvendar
assassinatos divulgados pela mídia e arquivados pela polícia. Até que um dia
ocorre um crime na própria casa de repouso, levando-os a bancar detetives
verdadeiros, com a ajuda de uma policial da cidade. São eles, os "detetives", Ibrahim (Ben Kingsley), ex-psiquiatra, Elizabeth (Helen
Mirren), antiga espiã do M16 – Serviço Secreto Inglês -, Ron (Pierce Brosnan,
ex-dirigente sindical, e Joyce (Celia Imrie), uma enfermeira aposentada.
Completam o elenco Jonathan Price, Tom Ellis, Naomie Ackie, Daniel Mays e
Richard Grant. O filme é bastante simpático, agradável de assistir, pois tem
humor e algumas boas piadas, mas o resultado final não faz jus ao excelente
elenco. De qualquer modo, não ofende a nossa inteligência e pode servir para
uma sessão da tarde com pipoca.
domingo, 7 de setembro de 2025
“O NASCIMENTO DO MAL” (“BED
REST”), 2022, Estados Unidos, 1h30m, em cartaz na Prime Vídeo,
roteiro e direção de Lori Evans Taylor (“A Porta do Porão”, “Premonição 6”).
Trata-se de um terror psicológico, ou seja, sem monstros, dráculas, decapitações ou efeitos
especiais. Começa com um dos clichês mais utilizados em filmes do gênero. Casal
vai morar numa casa longe de tudo e logo vai descobrir que a dita cuja é mal
assombrada. Julie Rivers (Melissa Barrero) está grávida novamente – o primeiro
ela perdeu no parto. A tal casa passa por uma reforma geral, com pedreiros
andando pra lá e pra cá, mas o casal resolve mudar assim mesmo. O marido, Daniel
Rivers (Guy Burnet), é professor e passa praticamente o dia inteiro dando
aulas. Depois de um exame pré-natal, o médico chega à conclusão que a gestação
é de alto risco e, por isso, recomenda repouso total. Sozinha em casa, Julie
começa a ter alucinações, e o marido, preocupado, contrata uma enfermeira para
cuidar da esposa. Teimosa, Julie rejeita os calmantes e remédios para dormir,
eliminando-os no vaso sanitário. O transtorno mental continua e Julie acredita que
a enfermeira quer roubar o bebê. É claro que não vou contar o que acontece dali
para a frente, mas posso garantir que você tomará muitos sustos, valorizando ainda mais a qualidade do suspense. Destaco a performance da atriz mexicana
Melissa Barrero (“Pânico 5”, “Pânico 6"), que além de carregar o bebê na frente,
carrega o filme nas costas. Recomendo.


