“A MULHER DA FILA” (“LA MUJER
DE LA FILA”), 2025, coprodução Argentina/Espanha, 1h45m, em
cartaz na Netflix, direção de Benjamín Avilla (“Infância Clandestina”), que
também assina o roteiro com Marcelo Müller. A história é baseada em fatos reais
ocorridos na Argentina em 2004. A viúva Andrea Casamento, mãe de três filhos, viveu
o drama de ver seu filho mais velho, de 18 anos, ser preso acusado de
participar de uma gangue de assaltantes. Desde o início, ela acreditou na
inocência do filho e lutou com todas as forças para libertá-lo. Durante esse
tempo, ela conviveu com outras mães e familiares dos presos, o que a motivou a
fundar mais tarde a ACIFAD (Asociación Civil de Familiares de Detenidos). No filme, Andrea
é interpretada por Natalia Oreiro, atriz uruguaia radicada na Argentina. Ela é
a alma do filme, numa interpretação visceral, digna de prêmio. Completam o elenco Amparo
Noguera, Alberto Ammann e Federico Heinrichi. As mulheres que aparecem no filme
dando depoimentos, sofrendo na fila da visita na penitenciária e sendo
submetidas a revistas íntimas constrangedoras, são personagens reais,
recrutadas como figurantes. Embora o contexto seja dramático, o filme consegue
ser sensível na medida em que enfatiza o sofrimento dessas mulheres e a força
que mantêm apesar da situação. Na minha opinião, assim como a de muitos
críticos especializados, “A Mulher da Fila” é até agora o melhor filme
argentino do ano. Não perca!

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