terça-feira, 19 de janeiro de 2021

 

“NA SOLIDÃO DA NOITE” (“RAAT AKELI HAI”), 2020, Índia, produção original Netflix, direção do diretor Holey Trehan, cineasta veterano de Bollywood, com 45 filmes no currículo, e roteiro de Smita Singh. Trata-se de um filme policial envolvendo a investigação do assassinato do milionário Raghubeer Singh (Khalid Tyabji), na noite do seu casamento. O inspetor Jatil Yadav (Nawazuddin Siddiqui) é o encarregado do caso, envolto em um grande mistério. São muitos os suspeitos que estavam na mansão da vítima naquela noite durante a festa. Parentes, amigos, empregados, todo mundo é suspeito. Cabe ao policial determinar o motivo e, mais uma vez, muita gente é suspeita. O falecido era um homem poderoso, amigo de políticos influentes e da cúpula policial, e era conhecido por todos o seu envolvimento com a prostituição e tráfico de mulheres. De início, Jatil descobre que a jovem noiva/viúva Radha (Radhika Apte) é amante de um sobrinho da vítima, o que torna ambos os principais suspeitos. Mas muita água vai rolar até o policial conseguir desvendar todo o mistério. E, no desfecho, tem aquela cena clichê de tantos filmes policiais: a família e empregados reunidos com o detetive, que enfim revelará o verdadeiro assassino. O filme até que prende a atenção, mas não precisava ser tão longo (2h29m) e muito menos ter uma trilha sonora repleta de cantorias, provocando uma quebra de ritmo e irritação a quem está assistindo, como foi meu caso. Também achei um exagero o inspetor Jatil trabalhar no caso praticamente sozinho, sem apoio de sua chefia. Ele vai aos lugares com sua própria moto e, quando precisa consultar os arquivos da polícia, encontra uma bagunça generalizada, o que prova que a polícia de lá tem muito a ver com a polícia de cá. Além de tudo isso, com seu corpo franzino, ele não impõe respeito a ninguém. “Na Solidão da Noite” comprova que o gênero policial não é muito a praia de Bollywood, ficando a anos-luz dos franceses, americanos, italianos, sul-coreanos e outros mais. Se for assistir, releve o estilo indiano de fazer cinema, para nós um tanto difícil de assimilar. Acrescento, porém, que já assisti a muitos filmes indianos muito bons. Não é o caso de “Na Solidão da Noite”, que fica na categoria do razoável.

Nenhum comentário: