“A
MULHER MAIS ASSASSINADA DO MUNDO” (“LA FEMME LA PLUS ASSASSINÉE DU MUNDE”), 2018, França, 1h42m, disponível
na Netflix, primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Franck Ribière, mais
conhecido como diretor de documentários. Para escrever o roteiro, ele contou
com a colaboração de James Charkow, Vérane Frédiani e David Murdoch. A história
foi inspirada num personagem real, a atriz Marie-Thérèse Beau (1898-1970), mais
conhecida pelo nome artístico de Maria Maxa. De 1917 a 1933, ela atuou em
centenas de peças macabras de terror encenadas no famoso Teatro Grand Guignol,
de Paris. Durante esse período, calcula-se que as personagens de Maxa foram
assassinadas no palco mais de 10 mil vezes de centenas de formas diferentes. Ao
mesmo tempo em que se assustava aos gritos, o público vibrava com as histórias
encenadas e sofria com as mortes de Maxa. Por intermédio de truques muito bem
feitos, as cenas eram bastante realistas. Principalmente por causa da atriz, o Grand
Guignol arrastava multidões. Estes são os fatos, o registro histórico. O filme
retrata tudo isso e acrescenta elementos fictícios, como o assassinato de
pessoas para estocar sangue a ser utilizado nas peças. E, ainda, o romance
entre a atriz e um jovem jornalista. O filme tem um clima noir que retrata uma
Paris obscura dos anos 30, graças a uma primorosa fotografia. As cenas de maior
impacto são as das encenações das peças, destacando os truques e a reação do público
ao ver tanto sangue jorrando, às vezes respingando na plateia. O humor negro
também marca presença. O elenco é encabeçado por Anna Mouglalis como Paula
Maxa, além de Jean-Michel Balthazar, Michel Fau e André Wilms. Resumindo: um
filme muito interessante que merece ser conferido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário