segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

 

“A MULHER MAIS ASSASSINADA DO MUNDO” (“LA FEMME LA PLUS ASSASSINÉE DU MUNDE”), 2018, França, 1h42m, disponível na Netflix, primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Franck Ribière, mais conhecido como diretor de documentários. Para escrever o roteiro, ele contou com a colaboração de James Charkow, Vérane Frédiani e David Murdoch. A história foi inspirada num personagem real, a atriz Marie-Thérèse Beau (1898-1970), mais conhecida pelo nome artístico de Maria Maxa. De 1917 a 1933, ela atuou em centenas de peças macabras de terror encenadas no famoso Teatro Grand Guignol, de Paris. Durante esse período, calcula-se que as personagens de Maxa foram assassinadas no palco mais de 10 mil vezes de centenas de formas diferentes. Ao mesmo tempo em que se assustava aos gritos, o público vibrava com as histórias encenadas e sofria com as mortes de Maxa. Por intermédio de truques muito bem feitos, as cenas eram bastante realistas. Principalmente por causa da atriz, o Grand Guignol arrastava multidões. Estes são os fatos, o registro histórico. O filme retrata tudo isso e acrescenta elementos fictícios, como o assassinato de pessoas para estocar sangue a ser utilizado nas peças. E, ainda, o romance entre a atriz e um jovem jornalista. O filme tem um clima noir que retrata uma Paris obscura dos anos 30, graças a uma primorosa fotografia. As cenas de maior impacto são as das encenações das peças, destacando os truques e a reação do público ao ver tanto sangue jorrando, às vezes respingando na plateia. O humor negro também marca presença. O elenco é encabeçado por Anna Mouglalis como Paula Maxa, além de Jean-Michel Balthazar, Michel Fau e André Wilms. Resumindo: um filme muito interessante que merece ser conferido.  

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