segunda-feira, 20 de janeiro de 2020


“DOR E GLÓRIA” (“DOLOR Y GLORIA”), 2019, Espanha, 1h53m, é o filme mais autobiográfico do roteirista e diretor Pedro Almodóvar. É o seu 21º longa-metragem e, na minha opinião, o mais genial. A história é centrada no cineasta Salvador Mallo (Antonio Banderas), que tem dificuldade de enfrentar a velhice que chega e, com ela, a depressão e a falta de inspiração. Tem problemas de saúde, dores pelo corpo e nenhuma vontade de socializar. Até que um dia resolvem prestar uma homenagem ao filme “Sabor”, que Mallo escreveu e dirigiu há 32 anos, um grande sucesso na época. Os preparativos para a homenagem fizeram com que Mallo reencontrasse Alberto Crespo (Azie Etxeandia), ator principal do filme e com o qual havia brigado. Mallo também terá a oportunidade de rever Federico (o ator argentino Leonardo Sbaraglia), seu antigo namorado. Em meio a esses encontros, Mallo começa a recordar de sua infância pobre (papel do menino Asier Flores) em Valência nos anos 60 e de sua relação com a dedicada mãe Jacinta (Penélope Cruz), além de mostrar como surgiu sua opção sexual. Antonio Banderas está ótimo no papel do diretor amargurado e, merecidamente, conquistou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes 2019, onde o filme teve a sua estreia mundial e a indicação para a Palma de Ouro. “Dor e Glória” também está representando a Espanha na disputa do Oscar 2020 de Melhor Filme Estrangeiro. Segundo a prestigiosa revista norte-americana Times, trata-se do melhor filme do ano. Almodóvar reconhece que Mallo tem tudo a ver com sua vida pessoal (reparem que o penteado do ator Banderas é igual ao do cineasta). Quem assistir poderá constatar que o Almodóvar colocou no roteiro uma série de memórias afetivas. “Dor e Glória” é um grande filme, melancólico e, ao mesmo tempo, bastante sensível. Na minha humilde opinião, um dos melhores de Almodóvar. Não perca!          

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