Depois de assistir “MINHA
IRMÃ DE PARIS” (“NI UNE NI DEUX”), 2019, França, 1h38m, não entendi por que
os materiais de divulgação trataram o filme como comédia. Até alguns críticos
caíram nessa, provavelmente porque não o assistiram e apenas reproduziram a
sinopse. Na verdade, trata-se de um drama familiar. Julie Varenne (Mathilde
Seigner), uma atriz francesa de sucesso em filmes independentes de arte, aceita participar de
uma comédia, na tentativa de alavancar uma carreira em decadência. Uns dias antes do início das filmagens, ela se submete a uma
aplicação de botóx no lábio superior que não dá certo. Ela fica desfigurada. E agora, o que fazer? Auxiliada pelo seu empresário Jean-Pierre
(François-Xavier Demaison), Julie acaba recorrendo a uma fã que um dia pediu
seu autógrafo e é muito parecida com a atriz. Trata-se de Laurette (Seigner),
uma cabeleireira dona de um salão de beleza. Laurette topa trabalhar como dublê
de Julie e se sai muito bem. Quando a verdadeira atriz melhora e volta a
filmar, a coisa se complica. No meio desse agito todo, Julie acabará
descobrindo que Laurette é, na verdade, sua irmã gêmea. Como únicos trunfos de “Minha
Irmã de Paris”, destaco a atuação de Mathilde Seigner nos dois papéis, assumindo
as personalidades completamente diferentes das irmãs. Só para lembrar: Mathilde
é irmã da também atriz Emmanuelle Seigner, esposa e musa do cineasta Roman
Polanski desde os anos 80. Outro destaque do filme são os belos cenários da cidade de
Aix-em-Provence, onde a personagem Laurette mantém seu salão de beleza. Resumo
da ópera: entre um e outro sorriso amarelo, dá para assistir “Minha Irmã de Paris” numa sessão da tarde para adultos.
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