Passei a admirar o trabalho do
cineasta dinamarquês Bille August quando assisti “Pelle, O Conquistador”
(1991), filme que conquistou, entre outros prêmios importantes, a Palma de Ouro
do Festival de Cannes, o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Uma obra-prima. Depois vieram “A Casa dos Espíritos” (1993), “Mandela” (2007), “Marie
Kroyer” (2012), “Trem Noturno para Lisboa” (2013) e “55 Passos (2017), entre
tantos outros. Aos 71 anos, August continua em plena forma, como demonstra em
seu filme mais recente, “UM HOMEM DE SORTE” (“LYKKE-PER”), 2018,
produção Netflix, 2h47m. A história é baseada no livro autobiográfico do
escritor dinamarquês Henrik Pontoppidan (Prêmio Nobel de Literatura em 1917),
que leva o mesmo nome original do filme, o qual August transformou num
verdadeiro épico. Vamos acompanhar a trajetória do jovem Peter Andreas Sidenius
(Esben Smed), que um dia resolve sair de casa, em Jutland, para tentar a sorte
na capital Copenhague. Além de uma pequena mala de roupas, Sidenius também carregou
o trauma de uma infância pobre e uma educação religiosa cristã rígida à base de
tabefes. Peter sempre foi considerado um jovem sem futuro, principalmente por
não obedecer a religião da família. Peter chega a Copenhague e inicia seus
estudos de engenharia. Na cabeça, um projeto revolucionário na área de produção
de energia, o que o levaria a conhecer Ivan Salomon (Benjamin Kister), o
herdeiro de uma família judia muito rica. Peter é introduzido na família
Salomon e, a partir daí, inicia sua ascensão como figura proeminente na
sociedade de Copenhague. Casará com a filha mais velha da família Solomon, Jakobe
(Katrine Greis-Rosenthal), fará um período de estudos na Áustria com um
renomado professor de engenharia e voltará para Copenhague disposto a
implementar o seu projeto. Sua arrogância e um orgulho exagerado, porém, serão obstáculos
para os seus objetivos e determinarão sua posterior decadência. Enfim, uma história muito
interessante que August desenvolveu com maestria, principalmente com relação à primorosa
reconstituição de época, destacando-se os cenários e os figurinos. Enfim, mais
um belíssimo trabalho do cineasta dinamarquês. IMPERDÍVEL!
Nenhum comentário:
Postar um comentário