sábado, 23 de maio de 2020


Passei a admirar o trabalho do cineasta dinamarquês Bille August quando assisti “Pelle, O Conquistador” (1991), filme que conquistou, entre outros prêmios importantes, a Palma de Ouro do Festival de Cannes, o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Uma obra-prima. Depois vieram “A Casa dos Espíritos” (1993), “Mandela” (2007), “Marie Kroyer” (2012), “Trem Noturno para Lisboa” (2013) e “55 Passos (2017), entre tantos outros. Aos 71 anos, August continua em plena forma, como demonstra em seu filme mais recente, “UM HOMEM DE SORTE” (“LYKKE-PER”), 2018, produção Netflix, 2h47m. A história é baseada no livro autobiográfico do escritor dinamarquês Henrik Pontoppidan (Prêmio Nobel de Literatura em 1917), que leva o mesmo nome original do filme, o qual August transformou num verdadeiro épico. Vamos acompanhar a trajetória do jovem Peter Andreas Sidenius (Esben Smed), que um dia resolve sair de casa, em Jutland, para tentar a sorte na capital Copenhague. Além de uma pequena mala de roupas, Sidenius também carregou o trauma de uma infância pobre e uma educação religiosa cristã rígida à base de tabefes. Peter sempre foi considerado um jovem sem futuro, principalmente por não obedecer a religião da família. Peter chega a Copenhague e inicia seus estudos de engenharia. Na cabeça, um projeto revolucionário na área de produção de energia, o que o levaria a conhecer Ivan Salomon (Benjamin Kister), o herdeiro de uma família judia muito rica. Peter é introduzido na família Salomon e, a partir daí, inicia sua ascensão como figura proeminente na sociedade de Copenhague. Casará com a filha mais velha da família Solomon, Jakobe (Katrine Greis-Rosenthal), fará um período de estudos na Áustria com um renomado professor de engenharia e voltará para Copenhague disposto a implementar o seu projeto. Sua arrogância e um orgulho exagerado, porém, serão obstáculos para os seus objetivos e determinarão sua posterior decadência. Enfim, uma história muito interessante que August desenvolveu com maestria, principalmente com relação à primorosa reconstituição de época, destacando-se os cenários e os figurinos. Enfim, mais um belíssimo trabalho do cineasta dinamarquês. IMPERDÍVEL!       

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