sábado, 23 de maio de 2020


“LOST GIRLS – OS CRIMES DE LONG ISLAND” (“LOST GIRLS”), 2020, Estados Unidos, produção Netflix, 1h35m, primeiro longa-metragem dirigido por Liz Garbus, conhecida e premiada documentarista. O roteiro foi escrito por Michael Werwie, que adaptou as informações fornecidas pelo livro “Lost Girls: An Unsolved American Mistery”, escrito pelo jornalista Robert Kolker. A história é baseada num caso real ocorrido em 2011 que chocou os Estados Unidos. Cerca de 16 mulheres foram encontradas mortas na região de Long Island (ilha ao sudeste de Nova Iorque). A maioria garotas de programa. As características dos homicídios faziam supor de que se tratava de um serial killer. Desde o início, a polícia não deu muita importância ao caso, ficando evidente que as vítimas, por serem prostitutas, não mereciam um esforço maior. Resumindo, o assassino não foi preso até hoje. O foco principal de “Lost Girls” está todo direcionado para Mari Gilbert (a excelente Amy Ryan), a primeira mãe a exigir da polícia um empenho maior para encontrar sua filha mais velha desaparecida, Shannan (Sarah Wisser). Quando a polícia resolveu se mexer, quatro corpos de mulheres foram encontrados – mais tarde, outros tantos. Sob a pressão da imprensa e da opinião pública, as investigações foram finalmente reforçadas. Sempre ao lado das filhas menores Sherre (Thomasin McKenzie) e Sarra (Oona Lawrence), Mari Gilbert não deu sossego ao detetive Richard Dormer (papel do ator irlandês Gabriel Byrne), além de denunciar o descaso policial para a mídia. Maria chegou até a participar de um grupo de mães e familiares de jovens desaparecidas, o que virou pauta nos principais meios de comunicação dos EUA, transformando o caso numa grande comoção nacional. O filme é muito bom, repleto de suspense e muita tensão. Para reforçar o enfoque realista do caso, a diretora Liz Garbus acrescentou inúmeras cenas dos noticiários dos telejornais da época. Antes dos créditos finais, a verdadeira Mari Gilbert aparece dando uma entrevista – em 2016, ela seria assassinada pela própria filha Sarra. Como dizia minha vó, “desgraça pouca é bobagem”. Resumo da ópera, aliás da tragédia grega: vale a pena assistir “Lost Girls”. Está lá à disposição na plataforma Netflix.      

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