Se
você está entrosado com o mundo da arte e curte a pintura e, principalmente, quadros
acadêmicos, o drama inglês “MR. TURNER”
pode ser um programão. Literalmente um programão, pois o filme tem duas horas e
meia de duração. Trata-se da história biográfica dos últimos 15 anos do pintor
inglês impressionista J.M.W. Turner (Timothy Spall), um artista excêntrico que
pintava quadros que realçavam os efeitos da luz sobre as paisagens. Em seu
leito de morte, olhando para a claridade que vinha da janela, o pintor
exclamou: “Deus é luz”. Foram suas últimas palavras. Suas marinhas (cenas
marítimas) ficaram famosas e eram objeto de grande admiração pelos membros da Royal
Academy of Arts, onde o pintor expunha os seus trabalhos. O filme, ambientado na primeira metade do
Século 19, também coloca em exposição a vida pessoal de Turner, sua forte ligação com
o pai, sua estranha relação com a empregada, seu casamento e a doença que o
levou à morte. O diretor Mike Leigh (de “Segredos e Mentiras” e “O Segredo de
Vera Drake”) caprichou na qualidade estética do filme. Houve uma grande preocupação em
destacar as cenas como se cada uma fosse um quadro. O filme é visualmente muito
bonito. E até didático, quando cada tela de Turner é mostrada logo depois dele
manifestar a ideia para concebê-la. O filme concorreu a quatro categorias no Oscar
2015 (Fotografia, Design, Figurino e Trilha Sonora). Não ganhou nenhuma. Timothy
Spall, porém, conquistou o Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes 2014. Não
é filme para o grande público. É indicado especialmente para os amantes da pintura,
estudantes de arte e fotografia.
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