segunda-feira, 16 de março de 2015

Se você está entrosado com o mundo da arte e curte a pintura e, principalmente, quadros acadêmicos, o drama inglês “MR. TURNER” pode ser um programão. Literalmente um programão, pois o filme tem duas horas e meia de duração. Trata-se da história biográfica dos últimos 15 anos do pintor inglês impressionista J.M.W. Turner (Timothy Spall), um artista excêntrico que pintava quadros que realçavam os efeitos da luz sobre as paisagens. Em seu leito de morte, olhando para a claridade que vinha da janela, o pintor exclamou: “Deus é luz”. Foram suas últimas palavras. Suas marinhas (cenas marítimas) ficaram famosas e eram objeto de grande admiração pelos membros da Royal Academy of Arts, onde o pintor expunha os seus trabalhos.  O filme, ambientado na primeira metade do Século 19, também coloca em exposição a vida pessoal de Turner, sua forte ligação com o pai, sua estranha relação com a empregada, seu casamento e a doença que o levou à morte. O diretor Mike Leigh (de “Segredos e Mentiras” e “O Segredo de Vera Drake”) caprichou na qualidade estética do filme. Houve uma grande preocupação em destacar as cenas como se cada uma fosse um quadro. O filme é visualmente muito bonito. E até didático, quando cada tela de Turner é mostrada logo depois dele manifestar a ideia para concebê-la. O filme concorreu a quatro categorias no Oscar 2015 (Fotografia, Design, Figurino e Trilha Sonora). Não ganhou nenhuma. Timothy Spall, porém, conquistou o Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes 2014. Não é filme para o grande público. É indicado especialmente para os amantes da pintura, estudantes de arte e fotografia.

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