quarta-feira, 14 de junho de 2023

 

“PURA PAIXÃO” (“PASSION SIMPLE”), 2020, coprodução França/Bélgica, 1h38m, em cartaz na Netflix, direção da cineasta libanesa Danielle Arbid. O roteiro, assinado pela própria Arbid, foi baseado no romance autobiográfico “Simple Passion”, de 1992, da escritora Annie Ernaux – em 2022, Ernaux ganhou o Nobel de Literatura. O filme, selecionado para o Festival de Cannes, é um drama erótico envolvendo a professora universitária de Literatura Hélène August (Laetitia Dosch) e o russo Aleksandr (Sergei Polunin), encarregado da segurança da embaixada russa em Paris. Divorciada e com um filho entrando na adolescência, Hélène se entrega, literalmente, de corpo e alma, a essa paixão desenfreada e intensa, mesmo sabendo que Aleksandr é casado. A paixão logo se transforma em obsessão, principalmente por parte de Hélène. Para ilustrar esse fogo ardente, a diretora libanesa abusa das cenas de sexo, algumas delas muito perto do explícito. A estética do filme, incluindo uma primorosa fotografia, deve agradar, de forma especial, o público que curte o tal cinema de arte – para mim, todo filme é arte -, gênero em que o cinema francês sempre se sobressaiu. Há que se destacar ainda o desempenho da atriz Laetitia Dosch, que aos 42 anos se entrega a um papel difícil e que exige coragem para se expor com tanta entrega e desenvoltura. Outro destaque deve ser atribuído ao ator, dançarino e modelo ucraniano Sergei Polunin, que tem no currículo filmes como “Assassinato no Expresso Oriente” e “Operação Red Sparrow”, entre outros. Também estão no elenco Caroline Ducey, Grégoire Colin, Dounia Sichov, Slimane Dazi e Lou-Teymour Thion. Trocando em miúdos, apesar de não ser um filme muito fácil de digerir, gostei muito, indicando como especiais e de grande beleza as cenas filmadas em Florença, em Moscou e na própria Paris. Para terminar, faço um importante alerta: ANTES DE ASSISTIR, TIRE AS CRIANÇAS DA SALA.    

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