“PURA PAIXÃO” (“PASSION SIMPLE”), 2020,
coprodução França/Bélgica, 1h38m, em cartaz na Netflix, direção da cineasta
libanesa Danielle Arbid. O roteiro, assinado pela própria Arbid, foi baseado no
romance autobiográfico “Simple Passion”, de 1992, da escritora Annie Ernaux –
em 2022, Ernaux ganhou o Nobel de Literatura. O filme, selecionado para o Festival de Cannes, é um drama erótico
envolvendo a professora universitária de Literatura Hélène August (Laetitia
Dosch) e o russo Aleksandr (Sergei Polunin), encarregado da segurança da
embaixada russa em Paris. Divorciada e com um filho entrando na adolescência, Hélène
se entrega, literalmente, de corpo e alma, a essa paixão desenfreada e intensa,
mesmo sabendo que Aleksandr é casado. A paixão logo se transforma em obsessão,
principalmente por parte de Hélène. Para ilustrar esse fogo ardente, a diretora
libanesa abusa das cenas de sexo, algumas delas muito perto do explícito. A
estética do filme, incluindo uma primorosa fotografia, deve agradar, de forma
especial, o público que curte o tal cinema de arte – para mim, todo filme é
arte -, gênero em que o cinema francês sempre se sobressaiu. Há que se destacar
ainda o desempenho da atriz Laetitia Dosch, que aos 42 anos se entrega a um
papel difícil e que exige coragem para se expor com tanta entrega e desenvoltura.
Outro destaque deve ser atribuído ao ator, dançarino e modelo ucraniano Sergei
Polunin, que tem no currículo filmes como “Assassinato no Expresso Oriente” e “Operação
Red Sparrow”, entre outros. Também estão no elenco Caroline Ducey, Grégoire
Colin, Dounia Sichov, Slimane Dazi e Lou-Teymour Thion. Trocando em miúdos, apesar
de não ser um filme muito fácil de digerir, gostei muito, indicando como especiais
e de grande beleza as cenas filmadas em Florença, em Moscou e na própria Paris.
Para terminar, faço um importante alerta: ANTES DE ASSISTIR, TIRE AS CRIANÇAS
DA SALA.
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