quarta-feira, 21 de julho de 2021

 

“UN PLUS UNE”, 2015, França, 1h55m, disponível na plataforma Netflix, direção de Claude Lelouche, que também assina o roteiro com a colaboração de Valérie Perrin. Os cinéfilos mais antigos certamente se lembrarão do consagrado cineasta francês, responsável, entre outros, pelo clássico “Um Homem e Uma mulher” (“Un Homme et Une Femme”), de 1966. Em “Un Plus Une”, ele repete a fórmula do seu grande sucesso, ou seja, o romance entre um homem e uma mulher. No caso, Antoine Abeilard (Jean Dujardin, de “O Artista”), um conceituado compositor de trilhas sonoras, e Anna Hamon (Elsa Zylberstein), esposa de Samuel Hamon (Christopher Lambert), embaixador da França na Índia. Contratado para compor a trilha do filme indiano “Julieta e Romeu”, Antoine viaja para Mumbai (antiga Bombaim) e é recepcionado com um jantar na embaixada francesa. É aí que ele conhece Anna, uma mulher que se inspira na espiritualidade reinante no país de Gandhi. Há anos que ela tenta engravidar, mas não consegue. Então ela resolve viajar para o sul da Índia com o objetivo de visitar uma líder espiritual conhecida por Amma, a “santa que abraça”, e se banhar no Rio Gânges. No meio do caminho ela volta a se encontrar com Antoine, que a acompanha na viagem com a justificativa de querer curar sua crônica dor de cabeça. Enquanto isso, seu marido, o embaixador, hospeda a namorada de Antoine, Alice Hanel (Alice Pol), uma pianista que acaba de chegar da França. Quando os dois casais se reencontram, algumas verdades vêm à tona, complicando os relacionamentos. O desfecho, quando o filme avança quatro anos, reserva uma grande reviravolta. “Un Plus Une” é repleto de diálogos inteligentes, durante os quais se discute temas como arte, filosofia de vida, amor e espiritualidade. Os cenários também são destaque, com a câmera no meio do povo em várias cidades indianas, principalmente aquelas banhadas pelo Rio Gânges. A trilha sonora, composta por Francis Lai, o mesmo de “Um Homem e uma Mulher”, é outra atração do filme. Mas o grande trunfo, além da história, é, sem dúvida, o desempenho primoroso da atriz Elsa Zylberstein. Lançado com muitos elogios no Festival Internacional de Cinema de Toronto (Canadá), o filme consagra o diretor Claude Lelouche como um dos maiores cineastas da atualidade. Cinema da mais alta qualidade. Imperdível!               

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