domingo, 16 de fevereiro de 2020


“O RELATÓRIO (“THE REPORT”), 2019, Estados Unidos, 1h59m, roteiro e direção de Scott Z. Burnes – mais conhecidos como diretor de curtas e séries televisivas, este é o seu segundo lonta-metragem. Muito bom, aliás, principalmente pela história ser baseada em fatos. Em 2007, o senado norte-americano criou uma comissão para investigar as denúncias de que o pessoal da CIA, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, submeteu prisioneiros suspeitos, principalmente muçulmanos, a violentas torturas, prática condenada pelo governo norte-americano. A comissão de investigação foi comandada pela senadora Diane Feinstein (Annette Bening), que nomeou o agente Daniel Jones (Adam Driver) para chefiar os trabalhos. Durante cinco anos, Daniel e sua reduzida equipe, mesmo com a falta de colaboração da CIA, conseguiu elaborar um relatório de 700 páginas comprovando que as denúncias estavam corretas. Descobriu também que as fitas e vídeos dos interrogatórios e relatos de técnicas de tortura foram destruídos. Para isso, contou com a ajuda de um repórter do Jornal New York Times e de pessoas que testemunhas que presenciaram ou participaram dos interrogatórios. Mesmo com os protestos da CIA, o relatório foi divulgado pela senadora e causou grande repercussão na mídia. Embora verborrágico demais – não dá para piscar nas legendas -, o filme tem como principal trunfo manter uma tensão angustiante até o desfecho. O elenco conta ainda com Joh Hamm, Sarah Goldberg e Maura Tierney. E, mais uma vez, com uma brilhante atuação, Adam Driver prova por que é hoje um dos atores mais requisitados por Hollywood. Depois de estrear no Festival de Cinema de Toronto, em setembro de 2019, “O Relatório” foi exibido por aqui durante a programação da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro.           


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