terça-feira, 9 de julho de 2019


“SUPREMA” (“ON THE BASIS OF SEX”), 2018, EUA, 2h1m, direção de Mimi Leder, com roteiro assinado por Daniel Stiepleman. Trata-se da cinebiografia da juíza Ruth Bader Ginsburg, segunda mulher a integrar a Suprema Corte dos Estados Unidos – ela foi nomeada em 1993 pelo presidente Bill Clinton. O filme começa lá pela segunda metade dos anos 50, quando Ruth ingressa na prestigiosa Universidade de Harvard, mesmo casada e mãe. Quando o marido foi transferido para Nova Iorque, Ruth conseguiu vaga na também prestigiosa Columbia para prosseguir seus estudos. Em ambas as faculdades, Ruth sempre foi a primeira da classe. Formada, saiu à procura de emprego em vários escritórios de advocacia. Foi recusada em quase todos, pois na época os homens eram os privilegiados com as vagas - além dela ser judia, é claro. Num dos escritórios, ouviu do entrevistador que as mulheres não eram bem-vindas por causa dos ciúmes que talvez provocassem nas esposas dos seus advogados. Na verdade, na sociedade norte-americana machista e conservadora da época, as mulheres não tinham muita chance – ela conseguiu vaga como professora universitária de Direito. A partir dessa desigualdade é que Ruth encontrou o filão para se destacar no Direito. Desafiou as leis que discriminavam as mulheres, defendeu a igualdade de gênero, enfrentou os tribunais com sua oratória envolvente, conhecimento e inteligência, culminando com a sua indicação à Suprema Corte. Uma história de coragem e perseverança. Para se ter uma ideia da sua importância, Ruth foi eleita, em 2015, pela Revista Time, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. No filme, Ruth é interpretada por Felicity Jones (“A Teoria de Tudo”), atriz inglesa muito competente, simpática e charmosa, mesmo baixinha e dentucinha. Na verdade, o papel seria de Natalie Portman, que desistiu na última hora. Completam o elenco Armie Hammer como Martin Ginsburg, marido de Ruth, Sam Waterston, Justin Theroux e a sempre eficiente Kathy Bates. Tudo bem que tem muito blá-blá-blá, mas blá-blá-blá do mais alto nível envolvendo leis, constituição e, acima de tudo, questões de justiça. Filmão!


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