Mais um filme argentino
para dar inveja a nosotros: “A
CORDILHEIRA” (“La Cordillera”), 2017, roteiro e direção de Santiago
Mitre. Trata-se de um drama político, tendo como pano de fundo uma conferência
dos presidentes latino-americanos no Chile, cujo principal objetivo é discutir
e aprovar um tratado de compra e venda de petróleo entre as nações
participantes. O astro Ricardo Darín é novamente o protagonista principal, no
papel do presidente argentino Hernán Blanco. O filme é quase todo destinado a
mostrar os bastidores da cúpula, as intrigas e negociatas por trás do pano. Participam
da reunião e têm papel de destaque, além do presidente argentino, o presidente do
Brasil, Oliveira Prette, (o ator brasileiro Leonardo Franco), a presidente do
Chile, Paula Sherson (Paulina Garcia), e líderes de outros países, sem falar na
presença, na calada da noite, do representante do governo dos EUA, Dereck McKinnley
(Christian Slater em participação especial), este último apresentado como um
sujeito arrogante e sem escrúpulos com muitos dólares para comprar votos. O
presidente do Brasil também não é mostrado de forma muito simpática, mas
autoritário e um tanto ignorante (lembraram de alguém?). Em meio ao estresse
político da reunião, onde cada presidente é obrigado a firmar uma posição, o
indeciso presidente argentino ainda tem de administrar as atitudes de sua filha
Marina Blanco (Dolores Fonzi), uma jovem com graves problemas psicológicos. Achei
o filme muito bom e destaco principalmente os cenários deslumbrantes da
Cordilheira dos Andes, um show de visual. Para dar mais crédito à minha opinião sobre o filme, lembro que o jovem
diretor Santiago Mitre, de 37 anos, é o mesmo do excelente “Paulina”. Mas sua
qualidade maior é como roteirista, como provam filmes como “Leonora”, “Elefante
Branco”, “Paulina” e, principalmente, “Abutres”. “A Cordilheira” foi
exibido por aqui durante a 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em
outubro de 2017, e participou da mostra “Um Certain Regard” no Festival de
Cannes 2017.
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