sábado, 7 de outubro de 2017

“NA VERTICAL” (“RESTER VERTICAL”), França, 2016, escrito e dirigido por Alain Guiraudie (“Um Estranho no Lago”). Difícil interpretar e até comentar um filme tão esquisito, pesado e perturbador. Um roteirista de cinema, Léo (Damien Ronnard), vaga sem rumo pelo interior da França em busca de uma ideia para seu próximo filme, algo relacionado com os lobos. Em sua trajetória, Léo acaba conhecendo Marie (India Hair), filha de um pastor de ovelhas e mãe solteira de dois meninos, e um idoso que vive em conflito com seu neto. Seu envolvimento com Marie resulta no nascimento de um filho, que ela rejeita em consequência de uma depressão pós-parto. Todo esse contexto desagradável resulta em cenas repulsivas de sexo – beirando o explícito , parto normal e sodomia, o que consagra esta produção francesa como uma das mais indigestas e repugnantes já realizadas nos últimos anos. Além disso, as situações envolvendo o personagem principal são bastante inverossímeis, como a consulta a uma mulher misteriosa no meio de um pântano, beirando o surreal. Todos os personagens revelam um acentuado desequilíbrio mental, o que deve ser uma característica da personalidade do próprio diretor, capaz de criar um filme tão repulsivo e mórbido. Como em “Estranho no Lago”, Guiraudie quis novamente chocar a plateia – o que conseguiu durante o 69º Festival de Cannes (2016) , mas certamente será reconhecido como um diretor apelativo e com alguma disfunção de personalidade. Se você procura um filme que proporcione um entretenimento leve, passe longe. 

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