Todo mundo conhece o envolvimento do ator norte-americano
Sean Penn em causas políticas e humanitárias. Em seu quinto filme como diretor
- “A ÚLTIMA FACE” (“THE LAST FACE”) –, Penn denuncia a situação
dos refugiados africanos obrigados a sair dos seus países de origem para não
serem mortos e faz uma crítica pesada à omissão dos países ricos. O roteiro,
escrito por Erin Dignam, destaca os crimes de guerra ocorridos na Libéria e
outros países africanos. A história é centrada num grupo de médicos voluntários
de uma ONG chamada “Médicos do Mundo”, cujo papel é socorrer as populações em
zonas de conflito, arriscando suas próprias vidas. Um desses médicos é o
espanhol Miguel Leon (Javier Barden). Numa de suas missões ele conhece Wren
Petersen (Charlize Theron), também médica e diretora de uma agência humanitária.
Eles e mais alguns outros médicos tentam fazer o possível para salvar o maior
número de pessoas, mesmo em condições bastante precárias, além de enfrentar a
violência e o sadismo de soldados dos exércitos rebeldes. Sean Penn não
economiza nas cenas chocantes. Se a sua intenção foi chocar as plateias,
acertou em cheio. Por outro lado, fica evidente a influência do diretor
Terrence Malick, com o qual Penn fez o abominável “A Árvore da Vida”. Como nos
filmes de Malick, estão lá os cenários contemplativos da Natureza, com florestas
e o céu avermelhado, ilustrando monólogos existencialistas narrados in-off por algum personagem. Essas partes são chatérrimas. Também
fazem parte do elenco Adèle Exarchopoulos, Jean Reno e Jared Harris. O filme
estreou na 69ª edição do Festival de Cannes 2016, concorrendo à Palma de Ouro. Recebeu
duras críticas e ainda foi eleito o pior filme do festival. Também me
decepcionou bastante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário