quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Todo mundo conhece o envolvimento do ator norte-americano Sean Penn em causas políticas e humanitárias. Em seu quinto filme como diretor - “A ÚLTIMA FACE” (“THE LAST FACE”) –, Penn denuncia a situação dos refugiados africanos obrigados a sair dos seus países de origem para não serem mortos e faz uma crítica pesada à omissão dos países ricos. O roteiro, escrito por Erin Dignam, destaca os crimes de guerra ocorridos na Libéria e outros países africanos. A história é centrada num grupo de médicos voluntários de uma ONG chamada “Médicos do Mundo”, cujo papel é socorrer as populações em zonas de conflito, arriscando suas próprias vidas. Um desses médicos é o espanhol Miguel Leon (Javier Barden). Numa de suas missões ele conhece Wren Petersen (Charlize Theron), também médica e diretora de uma agência humanitária. Eles e mais alguns outros médicos tentam fazer o possível para salvar o maior número de pessoas, mesmo em condições bastante precárias, além de enfrentar a violência e o sadismo de soldados dos exércitos rebeldes. Sean Penn não economiza nas cenas chocantes. Se a sua intenção foi chocar as plateias, acertou em cheio. Por outro lado, fica evidente a influência do diretor Terrence Malick, com o qual Penn fez o abominável “A Árvore da Vida”. Como nos filmes de Malick, estão lá os cenários contemplativos da Natureza, com florestas e o céu avermelhado, ilustrando monólogos existencialistas narrados in-off por algum personagem. Essas partes são chatérrimas. Também fazem parte do elenco Adèle Exarchopoulos, Jean Reno e Jared Harris. O filme estreou na 69ª edição do Festival de Cannes 2016, concorrendo à Palma de Ouro. Recebeu duras críticas e ainda foi eleito o pior filme do festival. Também me decepcionou bastante.         

Nenhum comentário: