Ambientada
em apenas um dia – véspera de Ano Novo – no início dos anos 90, a comédia
argentina “LAS INSOLADAS”, 2014, apresenta
apenas seis personagens em um único cenário. São mulheres na faixa dos 30/40,
todas bonitonas – umas mais, outras menos –, que num dia de forte calor em
Buenos Aires se reúnem para tomar sol no terraço de um edifício. Amigas de um
curso de salsa, elas pretendem “ficar mulatas” para a apresentação da noite num
concurso de dança. Este será o cenário do filme inteiro, com exceção do
desfecho, onde as moças se apresentam no concurso. A cena inicial é muito
bonita, mostrando o nascer do sol e a capital argentina sendo iluminada aos
poucos, destacando a arquitetura dos prédios do centro da cidade. Tudo isso ao
som de “He Comes the Sun”, dos The Beatles. A fotografia do filme, ao estilo do diretor espanhol Pedro Almodovar, ressalta as cores fortes e amplia a sensação de um calor escaldante.
A verborragia predomina o tempo todo. As seis amigas, cada qual com uma
personalidade diferente, discutem temas como as relações amorosas,
extraterrestres, vidas passadas, tratamento com cromoterapia, a apresentação
que farão à noite e, principalmente, o planejamento de uma viagem para Cuba no
ano seguinte. Uma observação: naquela época, o bronzeado e o celular eram
símbolos de status entre os argentinos. Todas as conversas são levadas no maior
bom-humor, o que minimiza a monotonia de um cenário único e uma trama com pouca,
ou nenhuma, ação. Dessa forma, trata-se de um filme bastante agradável de
assistir. As eficientes atrizes do elenco - Carla Peterson, Luisana Lopilato, Marina Bellati, Elisa Carricajo, Maricel Alvarez e Violeta Urtizberea - são bastante conhecidas na Argentina. Umas do cinema e da TV, outras do teatro. O roteiro e a direção são assinados por Gustavo Taretto, o mesmo do
ótimo “Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual”.
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