O drama
francês “GERONIMO” é
ambientado num bairro carente de uma cidade litorânea no sul da França. Em sua
grande maioria, a comunidade local é constituída de imigrantes árabes,
africanos, turcos e ciganos. Ao escrever o roteiro, o diretor Tony Gatlif – ele
próprio de origem argelina e cigana – certamente foi inspirado a explorar os
problemas sociais franceses gerados pelos imigrantes que não param de chegar ao
país. A história começa com a fuga de uma jovem turca e de seu namorado cigano.
Vestida de noiva, ela acaba de abandonar o noivo à beira do altar. A família
turca dele promete vingança sanguinária, o que inclui matar os jovens amantes.
A guerra está declarada. Turcos contra ciganos. A catalã Gemma (Céline
Sallette), conhecida na comunidade como “Geronimo”, entra em ação para tentar
apaziguar os ânimos. Há muitos anos que ela cuida dos adolescentes do bairro,
livrando-os das drogas e da delinquência. Enfim, conselheira e educadora. Dessa
forma, ela tem moral para negociar um acordo de paz entre as famílias em
conflito. Só que agora é uma questão de honra, baseada numa cultura milenar. O diretor escorrega feio ao rechear a
trama de números musicais, deixando o drama com cara de musical, o que quebra o
ritmo da narrativa. Só para citar um exemplo: ciganos e turcos se encontram uma
noite e, quando se espera grossa pancadaria, passam a desafiar uns aos outros
com coreografias de dança de rua. Outro aspecto que não gostei foi a histeria do
casal de fujões, que vive berrando sem parar. Chatice monumental. Com exceção da
bela Céline Sallette e do ator espanhol Sérgi López, o resto do elenco é desconhecido.
Lançado no Festival de Cannes 2014, o filme foi recebido com bastante frieza
pelo público e pelos críticos. Deu saudades do verdadeiro Gerônimo, líder apache, dos faroestes americanos.
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