segunda-feira, 6 de junho de 2016

“KAMCHATKA”, 2002, Argentina/Espanha. Ambientado em 1976, logo após o golpe militar na Argentina que deu início a uma violenta ditadura, o filme acompanha o cotidiano de uma família que foge de Buenos Aires e se refugia numa fazenda. O advogado David Vicent (Ricardo Darín) e sua esposa (Cecília Roth) estão sendo procurados pelos militares. Eles e os filhos são obrigados a trocar de nome. O mais velho, de 11 anos, escolhe Harry, por causa de seu grande ídolo, o mágico ilusionista Harry Houdini. A história é toda narrada sob a ótica de Harry, que não entende muito bem o que está acontecendo e nem por que são obrigados a viver fugindo. As barreiras militares nas estradas são a única referência explícita dos novos e tenebrosos tempos. No mais, o filme destaca o amor do casal, a preocupação com os filhos e como uma família é capaz de sobreviver num total anonimato. A família costuma jogar TEG (versão argentina do jogo de tabuleiro WAR), onde aparece um país fictício chamado Kamchatka – na verdade, trata-se de uma península que realmente existe a leste da Rússia. O diretor Marcelo Piñero (“Plata Quemada” e “Cinzas do Paraíso”) recheou o filme de momentos sensíveis e até comoventes, amenizando a carga dramática. É um filme bonito que merece ser visto e revisto, ainda mais porque é valorizado pela presença de Ricardo Darin e Cecília Roth, além do grande Hector Altério.               

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