domingo, 16 de novembro de 2014

O maior mérito do drama finlandês “SILÊNCIO” (“Hiljaisuus”), 2011, direção de Sakari Kirjavainen, consiste em contar uma história pouco conhecida. Durante a Segunda Grande Guerra, a Finlândia foi um dos únicos países envolvidos no conflito que criou batalhões especiais em seu exército para resgatar os corpos de soldados mortos em combate, preservá-los e arrumá-los para serem velados pelas respectivas famílias. O filme conta a história justamente de um desses batalhões, constituído por três soldados e três mulheres voluntárias, sob as ordens de um capelão do exército. O enredo do filme é todo ambientado durante o rigoroso inverno de 1944. Os soldados e as voluntárias ficavam alojados num acampamento próximo à frente de batalha. De vez em quando, um desses soldados era incumbido de resgatar um corpo próximo às trincheiras do inimigo, numa missão quase suicida. Na maioria das vezes, porém, os cadáveres eram enviados ao acampamento, onde eram descongelados, tratados, limpos e maquiados, sendo depois enviados às suas famílias para serem velados e enterrados como heróis de guerra. O filme mostra os bastidores desse trabalho, em meio a romances fugazes, conversas com fantasmas, insubordinações, roubo de dentes de ouro e, de vez em quando, uma "ressuscitação" inesperada. Apesar do contexto dramático, melancólico e até lúgubre, o filme é muito bom, valorizado por um elenco de ótima qualidade. Um filme interessante que merece ser visto.

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